27 - Embaraçados

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SARADA

Acho que dias de luto são os piores dias que uma pessoa pode passar. A minha ficha está caindo aos pouco de que eu nunca mais vou ver meu pai de novo e que eu nunca mais vou ouvir ele me chamar com aqueles apelidos que eu odiava

Desde que cheguei do hospital eu perdi vontade de fazer as coisas simples, como tomar banho ou levantar da cama, eu só me levando pra ir ao banheiro, nada mais que isso. Deve fazer uns dois dias que eu não como nada, eu não sinto nada, só dores de cabeça por ficar chorando o tempo todo

Desde aquele dia eu não vi o Boruto mais, ele disse que ia comprar alguma coisa pra gente comer e não voltou, mas ele me ligou várias vezes mas eu não atendi, estou sem força de vontade pra nada, as vezes eu só quero gritar, gritar bem alto pra tentar aliviar essa dor, acho que uma facada no coração ia doer bem menos

- Ei, Sarada, venha comer filha, estou preocupada com você - era minha mãe do outro lado da porta

Aquilo me fez meu coração doer ainda mais, eu sentia culpa por deixar ela tão preocupada comigo, ela perdeu o homem que amava desde criança e eu fazia ela ficar preocupada, eu sou um monstro

Abracei meu travesseiro e me escolhi na cama e comecei a chorar novamente, depois de ter chorado tanto, eu acabei pegando no sono

---♡---

Estava olhando pro teto e prestando atenção nos sons que vinham da rua para não pensar muito no meu pai, já deve fazer uns 5 dias que não saio do quarto pra nada, eu não estou sentindo nada ultimamente, nem fome, nem sede, só tenho vontade de chorar

- Ei, Sarada

Eu estou tendo alucinações?

- Ei, meu amor, abre a porta

Eu conhecia muito bem essa voz, a voz do homem da minha vida

Levantei da cama e senti muita tontura pelo tempo que fiquei deitada, andei até a porta e encostei minha cabeça cuidadosamente na porta imaginando que o Boruto tivesse fazendo o mesmo

- Eu sei que está aqui, consigo ouvir sua respiração

Continuei parada com a cabeça encostada na porta

- Vou ficar aqui até você abrir, tenho todo tempo do mundo

Respirei fundo e girei a chave da porta devagarinho, abri a porta e fiquei atrás da mesma

O Boruto colocou a cabeça dentro do quarto e me viu atrás da porta, puxou meu braço com delicadeza para eu sair de trás da porta

Assim que saí, senti muita tontura, fazia dias que eu não via a luz do sol, minha mãe estava atrás dele e começou a chorar quando me viu, desde que chegamos do hospital, ela só me viu umas duas vezes

Ela chegou perto de mim e me abraçou, foi o abraço mais reconfortante que eu já tive, não consegui me segurar, comecei a chorar que nem um bebê

Fiquei uns minutos abraçada com minha mãe até eu me acalmar, depois nos separamos e eu limpei meu rosto

- D-desculpa mamãe, não queria te deixar preocupada - falei terminando de limpar meu rosto
- Tá tudo bem, eu entendo, eu sabia que você ficaria assim, afinal de contas, você não é um robô, você tem sentimentos, não é? - assenti de leve com a cabeça

Sempre foi você! (Borusara)Onde histórias criam vida. Descubra agora