A Forma das Nuvens | ChangHyuk

parte 3 - i wish i knew that loving you would break my heart

Um aviso: as partes em itálico são flashbacks!!

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A respiração de Changkyun ainda é alta e rápida e Minhyuk corre seus dedos pela pele suada dele, seu corpo também descansando depois de ter alcançado uma sensação maravilhosa e inesperada.

É a terceira vez que eles fazem isso e tinha sido melhor do que nas duas primeiras transas: não havia mais o embaraço em tirar as roupas e eles se sentiram mais relaxados um com o outro.

O quarto de Minhyuk está bagunçado e eles não puderam terminar a conversa sobre os cursos que pretendiam fazer na faculdade porque, assim que trancaram a porta, a vontade de trocar beijos e carícias não pôde ser contida.

Mas agora falam sobre como estão ficando conscientes sobre o sexo, sobre uma possível viagem para caçar auroras boreais e sobre como eles se sentem pouco protegidos dos comentários alheios estando sozinhos ali dentro.

Isso é um grande problema, claro, esconder a relação até mesmo de seus pais, por medo de que não entendam que eles se gostam. É por isso que Changkyun nunca fica por muito tempo, alegando que não quer atrapalhar o amigo e que seus pais podem ficar preocupados.

O Lee é um pouco menos temeroso, não se importaria em ficar deitado com o namorado durante um dia inteiro e só não conta a verdade sobre o romance para a mãe porque não quer deixar Changkyun ainda mais inseguro. New Malden é pequena demais para uma fofoca desse tamanho e, provavelmente, os olhos e ouvidos dos gestores da família Im estão conectados ao subúrbio, zelando pelo bem estar do filho.

Talvez este seja o principal motivo pelo qual o namoro não dura: são três meses em que descobrem mais um sobre o outro e também sobre si mesmos, mas se de início era gostoso fazer tudo às escondidas, com o passar do tempo isso acaba ganhando um ar bastante desgastante.

Eles são jovens demais e o término é tão brando quanto o começo: nenhuma fissura na amizade que sempre foi mais forte, nenhuma mudança na maneira como tratam um ao outro. Continuam tão grudados que as pessoas acham estranho quando não estão juntos.

E a vida segue sem grandes preocupações até o dia em que uma nova família se muda para o distrito e o filho único dos Son passa a trabalhar no restaurante dos Lee.

Não é fácil para Minhyuk se acostumar a esse novo sentimento e, quando conversa com Changkyun à respeito, recebe o incentivo do mais novo para que se confesse. Mas o timing lhe passa a perna e Hyunwoo começa a namorar Kihyun, um dos rapazes que estudam na mesma sala de Minhyuk, tornando impossível que seu amor seja externado - não é seu lugar, não é certo e talvez não é para ser.

A única coisa boa é poder assumir-se e, diante da não surpresa dos pais, Minhyuk começa a aceitar os flertes alheios, sem se dedicar realmente aos novos romances - em suma breves e rasos. A faculdade de fotografia é o curso perfeito e ele poderia abrir uma mostra apenas com retratos dos caras com quem ficou e a quem, segundo Changkyun, ele mudou completamente.

Soa como ciúmes e o Im está sempre consigo, as lembranças de anos antes sempre vindo à tona, as investidas tímidas ficando cada vez mais intensas. São várias as ocasiões em que Minhyuk pensa em ceder e dar uma chance ao que os dois um dia começaram - ter Changkyun em seus braços como mais do que um amigo é confortável e gostoso -, mas seus passos recuam quando ele percebe que o que menos precisa é fazer seu melhor amigo sofrer.

— Fica comigo, Min — a voz manhosa de Changkyun derrete seu coração, mas ele vê Hyunwoo servindo as mesas, o restaurante a alguns metros, e ele entende que o Im não merece alguém que seja incompleto.