Aquele tal do coração traidor

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COREIA DO SUL, SEUL

DOMINGO, 05 de AGOSTO — 09:23

Aquela era uma situação, no mínimo, constrangedora. O quarto, por mais que não fosse exatamente pequeno, parecia sufocar os três que estavam ali, enquanto apenas a respiração deles era ouvida.

Jeongin mordeu, distraidamente, seu lábio inferior, mordiscando algumas vezes a pele na tentativa de aliviar a tensão que o tomava naquele momento, enquanto sentia os dedos cuidadosos de Seungmin esbarrar vez ou outra na pele de seu pescoço.

 Ele se sentia extremamente perdido em meio ao turbilhão de sentimentos conflituosos que havia dentro de si. Por um lado, ele estava estupidamente feliz por, finalmente, ter beijado Christopher — por quem claramente nutria sentimentos, ele quisesse ou não; por outro lado, entretanto, seu coração insistia em doer com o pensamento de que talvez Seungmin pudesse entender algo errado.

Que talvez Seungmin pudesse o julgar, odiar. E por mais que ele sentisse vontade de gritar todos seus sentimentos, de que também queria beijá-lo como beijou a Bang Chan, Jeongin ainda tinha medo.

Tinha medo da rejeição.

Ele se sentiu estúpido. Como ele pôde terminar numa situação daquelas?

Seungmin suspirou ao largar todo o material que usava para cobrir os chupões da pele do mais novo; seus dedos se agarrando ao queixo de Jeongin, delicadamente, e puxando o rosto em sua direção.

Ambos os olhares se encontraram, fazendo com que a raposinha sentisse o rosto esquentar sob a intensidade daqueles olhos.

— Pare com isso — Seungmin pediu. Confuso e ligeiramente perdido, o Yang não entendeu ao que o mais velho se referia, até que ele acariciasse com seu dedão o lábio maltratado, pedindo-o silenciosamente para parar de machucá-lo.

Jeongin obedeceu, desviando brevemente seu olhar enquanto sentia seu coração ecoar alto. Por um momento teve a impressão de que os outros dois no quarto podiam escutar o quão desesperado seu órgão parecia, pronto para pular para fora e fugir.

O Yang encarou Bang Chan, vendo-o deitado na própria cama observando a tudo em silêncio, seu rosto pensativo. Um gosto ruim tomou a boca de Jeongin, fazendo-o temer o que poderia acontecer depois dali.

Ele sabia, desde o momento em que percebeu que tudo já não era somente mais um simples desejo, que nada seria fácil. E era inevitável não pensar que, no final de tudo, ele pudesse acabar sozinho porque seu coração o traiu e caiu não por uma, mas sim por sete pessoas.

Ele iria enlouquecer. Porque antes, por mais complicado que fosse, ele tinha decidido esquecer tudo aquilo antes que saísse mais magoado do que já estava.

Porém, o que ele faria depois de já ter experimentado do beijo de Christopher? O que ele faria quando o líder decidisse pular fora, seja do que for daquilo que eles estavam começando a ter, ao perceber que era uma situação complicada demais para lidar?

Por um momento sentiu seus olhos arderem com o pensamento, até perceber que um sorriso discreto surgia no rosto do quase-australiano.

— Então, qual de vocês vai me dizer o que houve naquele quarto? Por mais óbvio que seja — Seungmin revirou suas orbes escuras, sentindo-se levemente satisfeito ao ver que as manchas na derme alva de Jeongin haviam desaparecido; ignorando a sensação ruim que o tomava por saber como elas haviam sido feitas. — Porque, de acordo com o que havíamos combinado, era para descobrir o que diabos está acontecendo com você, Jeongin. Eu não imaginava que vocês, aparentemente, iam fazer de tudo, menos do que era esperado.

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