Cap. 1

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Dentro de uma masmorra, abandonada pelos deuses, um ser a percorre, buscando sobreviver a infinidade de bestas, que o universo pode oferecer.

Entendemos que o mundo possui poder, possui monstros com uma infinidade de mutações. Mas o que faríamos se entendêssemos que o universo como um todo, não se importa com a vida? O que nos segue, observa e nos consola, não passa de uma entidade, um poder, um ser. Destinado a compreender as formas de vida, como um experimento.

Se a vida for um experimento, ela pode nascer e morrer, somente pelo prazer de quem a cria, quem a vê como um frasco de laboratório.

Em meio a uma floresta que não deveria existir, uma criança corre por sua existência, sua vida, possuidor de um poder que não compreende. Um poder nascido com ele, mas que não poderia existir em um de um mortal.

Se a concepção de poder fosse algo injusto, este menino poderia nascer com um Dom fraco, ter tido paz, uma vida, talvez em alguma realidade, este menino pudesse ter sido feliz em sua infância. Mas o poder escolhe, mesmo que esta escolha não faça sentido, ou não possa ser facilmente compreendida.

O indivíduo que seguiremos, nunca foi o mais forte, o mais rápido ou o mais esperto, mas algo nele é diferente, ele não tolera um deus, ele odeia a concepção de seu poder se vincular a uma entidade que despreza e ridiculariza a concepção mortal da existência.

A mortalidade e sua fragilidade, permitiram ao menino crescer, desenvolver-se, utilizar de sua mente para solucionar as dificuldades que o permeiam. Um deus não precisaria disso, a funcionalidade da imortalidade, retira o prazer mundano, a necessidade de crescimento para a adaptação constante.

Por toda a vida, o entendimento sobre a necessidade de progredir enquanto indivíduo e espécie, tornam-se a única estrutura que permite o avanço, o progresso, à diferenciação do humano para o bestial.

Em meio a floresta, Lucian corre em busca da sobrevivência. Por todo seu percurso, observando o movimento ao seu redor, quase divinificando a floresta que o quer matar. o pequeno em sua ânsia, corre pela sua vida, passando por toda a paisagem, observando seu entorno, percebendo uma floresta verdejante, árvores alongadas e vibrantes por uma vida que lhes é servida.

Por não saber como deveria se esconder, uma criança pode tornar-se uma presa, uma vítima de sua própria ignorância.

Em meio a corrida pela vida, o mais tolo, capaz de entrar na floresta que é descrita como a Boca de Satã, se vê perseguido, observado e analisado, por seres capazes de o matar. Por todo o seu percurso, tropeçando e ofegante, Lucian pergunta onde foi seu erro, onde o poder pode ter o abandonado, onde em toda a criação alguém como ele existe.

À necessidade de sobrevivência, pode despertar a ira e vontade, mas jamais o medo, esta mata aquele que depende de sua própria força para sobreviver. Por sua corrida, vendo todo o cenário, desejando poder transpassá-lo para a sobrevivência, o pequeno entende algo básico, quando nascido com algo que amedronta aqueles no poder, à força desconhecida se torna um Tabu, algo que deve ser combatido e eliminado.

Em meio a passos rápidos e rugidos imbuídos de ódio, a floresta parece transparecer à ira daquele que morrerá.

AHHHHHHHH, SOOOUU SEEU REIII, CRIATURA ESTÚPIDA

Em meio à suas palavras, vinda do fundo de sua alma, sentindo nojo de sua imposição, mas temendo à mortalidade que o carrega, aquele frágil menino tenta em seu desespero, apelar para as forças que nunca o ajudaram, à autoridade de um nobre. Mesmo que ele nunca tenha sido um.

correndo por sua vida, em meio às quedas, seus gritos de desespero se tornavam o trajeto de seu caçador em meio a seu desespero, não percebendo o seu erro, Lucian adentrava na mata da Masmorra.

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