❁47 Dias❁

Capítulo 11

🌸- Nota da Tradutora
🦄- Quebra de tempo
🐍- Mudança de cenário
🦊- Flashback

Capítulo 11

Você perdeu.

Dezembro de 1932

Billy Stubbs achou que algo havia mudado enquanto ele não estava olhando.

Por exemplo, Tom não os evitou mais. Por exemplo, Harry não olhou mais para o chão enquanto falava com Tom. Por exemplo, Harry trouxe para Tom uma nova caixa de giz de cera, que Tom apreciava muito, escondendo-a em um lugar seguro longe de Billy.

Billy estava muito insatisfeito com os novos desenvolvimentos. Ele implorou a Harry até que o homem lhe trouxesse giz de cera também, mas ...  não era a mesma coisa.

Veja, ele realmente gostava de Harry; qualquer órfão iria... até mesmo o estranho Tom Riddle. Isso porque Harry era o melhor pai adotivo que qualquer criança poderia esperar. O homem era jovem, gentil, paciente e atencioso. Ele nunca levantou a voz contra eles, mesmo quando as crianças brincavam de jogos barulhentos dentro da nova casa.

E assim, era importante para Billy manter a afeição de Harry só para si - um sentimento, que ele acreditava firmemente, também era compartilhado por Riddle. E isso, ele pensou, era simplesmente inaceitável. Segurando seu coelho de estimação como sempre, Billy ficou no topo da escada, inspecionando a casa que deveria pertencer a ele. Ele acariciou o pelo do coelho, preocupado com seus próprios pensamentos.

Não havia necessidade de se preocupar. Ele poderia lidar com um Tom Riddle de quatro anos, porque Tom Riddle era uma aberração - um monstro inconfundível que nunca será aceito. Se Billy quisesse, ele poderia expor Tom a qualquer momento e mandar o menino de volta para o orfanato. Uma criança era o suficiente para Harry - Billy poderia facilmente fazer isso acontecer, se ao menos pudesse enganar Tom para que ele revelasse suas habilidades não naturais.

"Harry! Harry, eu quero ouvir uma história." Billy se recostou na cama, uma mão segurando o coelho, a outra marcando a camisa de Harry persistentemente.

Harry concordou. Ele se virou para perguntar a Tom, que estava deitado na cama oposta. "E você, Tom?"

Pelo canto dos olhos, Tom percebeu o ódio ciumento passando pelo rosto de Billy. Isso o agradou, então embora Tom não tivesse interesse em contos de fadas, ele acenou para Harry.

"Ok ... Que tal  O Gigante Egoísta  de Oscar Wilde?"

"Harry-" Billy interrompeu. "Os gigantes realmente existem?"

Os olhos negros e zombeteiros de Tom fixos no rosto de Billy, percebendo a expressão curiosa e expectante do menino; só um idiota acreditaria que as criaturas de contos de fadas são reais.

"Claro que sim," o desdém de Tom foi interrompido pelas palavras de Harry. "Eles vivem em outro mundo."

Para Harry, a pergunta de Billy trouxe memórias do passado. Por falar em gigantes, a primeira coisa que veio à sua mente foi a imagem de Hagrid, o meio-gigante, com sua barba espessa tremendo enquanto ria alto.

Tom ficou paralisado com o sorriso caloroso que apareceu nos lábios de Harry. Suas curvas suaves captaram seus olhos de ébano, cativantemente lindas enquanto Tom olhava imóvel, como se aquele sorriso de alguma forma conseguisse transformá-lo em pedra.