Certa vez me perguntaram se eu amava jogar vôlei. Naquele dia em especial, eu não soube muito bem o que responder, então apenas confirmei e segui em frente. Outra vez me perguntaram porque eu amava jogar vôlei e eu também não sabia responder, afinal era um esporte que desde pequena eu praticava, talvez o apego emocional fizesse uma alusão ao amor.
Porém hoje, depois do amistoso, eu descobri porque me dediquei tanto ao vôlei, porque corri atrás do esporte mesmo depois de tantas oportunidades para desistir. Jogar com garotas que sorriam mesmo errando e jogar contra gigantes que sorriam simplesmente por estar em quadra era uma chave da minha escolha no passado. Eu também amava a sensação de estar em quadra.
Desde pequena, meus pais me ensinaram a amar os pequenos momentos e sorrisos, a felicidade curta que existe quando fazemos algo que gostamos de verdade, e foi um desses momentos curtos de felicidade que me fizeram amar o esporte. Meu pai é jogador profissional, mas quando eu nasci, ele simplesmente abdicou da profissão pela família, mas nunca deixou a bola cair. Sempre víamos nas manhãs de sábado os campeonatos masculino e feminino de vôlei, e ele me detalhava tudo que acontecia, desde um corte perfeito a um corte falho e tudo que estava por trás. Eu me apaixonei porque meu pai é apaixonado e me mostrou que em uma quadra, existe muito mais do que seis jogadores.
Minha mãe não tinha nada a ver com vôlei, é professora de matemática e economista, e me ensinou a ter amor pelos números e como eles sempre afirmavam a verdade. Meu irmão mais velho sabe o básico do volêi, mas escolheu o caminho dos games e me ensinou a amar essa parte dele também. Mas eles nunca deixaram de apoiar meus sonhos nem o do papai, estão em todos os jogos que podem estar, foram os primeiros fãs que vestiram camisas com meu rosto e gritaram meu nome.
Mesmo agora, com a decisão de me mudar para o Japão e jogar pela nação que meu pai nasceu, minha mãe apoiou, ela não ligava se eu jogasse pelo Brasil ou não, Flávia Wang queria apenas minha felicidade e se eu estava feliz, ela também estava. Já os outros dois, hmf. Surtaram. Meu pai, Wang Hiroki começou a chorar quando eu li o email para eles e chorou ainda mais quando um representante da federação mundial veio tirar fotos minhas com o uniforme da seleção japonesa, Deus, ele estava surtando mais que eu, que é um caso à parte, eu nem chorei por uns três dias de felicidade e depois mais três dias de tristeza por ter que me despedir do meu time brasileiro.
Eu amo vôlei, porque vôlei me deu a oportunidade de conhecer muitas pessoas, de amar muitas pessoas e fazer parte de diversas famílias únicas e completas. Eu não sei viver sem vôlei e nem pretendo, por mais que meu pai tenha parado de jogar por um tempo, ele voltou à ativa e agora joga em um time famoso, Schweiden Adlers. Mas, por mais que saibam que eu amo vôlei como amo respirar, minha família não deixou de me acompanhar, simplesmente abdicaram tudo no Brasil para morarem comigo no Japão, mesmo sabendo que eu iria para um colégio que tem dormitórios e que eu só poderia vê-los nos fins de semana e olhe lá.
O Shiratorizawa me chamou atenção por três motivos bem simples, mas que se me perguntarem, eu assumiria apenas dois deles em voz alta. O primeiro motivo foi ter um clube de vôlei feminino onde elas realmente participavam de campeonatos e amistosos. O segundo é porque é um colégio prestigiado e com um ensino superior. E o terceiro é porque eles têm Ushijima Wakatoshi como Ace do time masculino.
O homem era incrivelmente bonito, do tipo que me arrancava suspiros e me fazia apaixonar por cada detalhe, fora que a parte mais apaixonante dele é o fato dele jogar vôlei e ser um dos melhores jogadores que eu já vi e até meu pai concorda com isso, ele era canhoto e eu acreditava que ele podia facilmente estourar uma bola com a força que ele cortava, fora o rosto impassível que me deixava a imaginar um milhão de coisas. O homem era minha perdição e eu nunca tinha ouvido a voz dele, até aquele dia da sala.
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About Empress and Emperor [Ushijima Wakatoshi x OC]
Fanfiction[EM REESCRITA E REVISÃO] Ushijima Wakatoshi tinha uma vida escolar bastante tranquila, capitão do time de volei do Shiratorizawa ele nunca era intimidado, não possuía medos ou provações pelas quais muitos na adolescência passavam, e estava sempre a...