Por causa de um acidente enquanto ensinava uma aula de DCAT, Harry Potter acabou com um pequenininho probleminha - também conhecido como amnésia temporária. As suas últimas memórias eram da noite em que Dumbledore morreu, mas agora ele tinha trinta...
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Dumbledore estava morto.
Harry mal conseguia acreditar que aqueles sons que ele estava ouvindo não estavam saindo de algum animal ferido na Floresta Negra, mas sim da boca do próprio Harry, selvagens e muito crus e sem nem soarem completamente humanos, cortando caminho pela garganta dele de uma maneira quase dolorosa. Ele estava correndo cegamente, gritando "volta aqui, Snape!" e indo em direção aos Comensais sem se preocupar com o que eles poderiam fazer, porque naquele momento ele honestamente não dava a mínimo para a sua segurança ou a sua vida.
Ele tinha visto Cedric morrer sem fazer nada e então ele tinha visto Sirius morrer sem fazer nada e agora ele tinha visto Dumbledore morrer sem fazer nada. Harry sempre estava lá. Ele sempre era, de alguma maneira, o culpado.
E ele nunca salvava ninguém.
Desde o que aconteceu no Torneio, havia uma raiva borbulhando no estômago de Harry. Quando Sirius morreu, ela se tornou uma fúria que ele não conseguia nem aguentar dentro de si e ele explodiu como um vulcão, suas emoções escorrendo pela sua boca como lava e queimando todo mundo que tentava se aproximar dele, que tentava o ajudar.
E agora, agora isso tudo estava o sufocando, parecia tão real quanto duas mãos se fechando ao redor do pescoço dele.
Então ele gritou.
E ele gritou.
E Snape fugiu.
Harry caiu de joelhos no chão. Seus ombros estavam tremendo e ele ainda estava gritando e tudo que ele conseguia pensar era em Malfoy chorando e Dumbledore caindo e a casa de Hagrid queimando e Snape indo embora, e então os gritos de Harry viraram soluços, muito de repente. Ele apertou a grama entre seus dedos, a arrancando para fora da terra enquanto se inclinava para frente e chorava até não conseguir respirar direito.
O coração dele acelerou em um ritmo estranho, e tudo que ele conseguia ouvir era o som de guerra, guerra, guerra retumbando nos seus ouvidos, e os seus soluços, que nem pareciam humanos, ele nem sabia que conseguia fazer sons assim.
Ele achava que haviam outras pessoas gritando também.
Ele se perguntou quem tinha encontrado o corpo de Dumbledore.
Ele torceu para não ter sido um dos primeiranistas, mas considerando a sorte das crianças do Mundo Bruxo, provavelmente tinha sido.
Ele–
Não houve aviso. Foi tão súbito que ele arquejou, apesar de nenhum som sair dos lábios de Harry. Houve uma pressão no lado de trás da sua cabeça e então tudo estava preto. Ele sentia como se estivesse caindo, igualzinho a Dumbledore.
