Você era o ar que eu respirava
Os filmes a que eu assistia
A música que eu escutava
Os poemas que eu escreviaCada conversa nossa
Era tão profundamente interessante
Aos poucos, perdiam-se as horas
Num vai-e-vem incessanteOs filmes (ah, os filmes!)
Quando nos incubíamos de dissecá-los
Se tornavam experiências sublimes
Enchiam meus dedos de calosNos raros momentos
Em que sua voz eu ouvia
Acabava-se qualquer sofrimento
Somente amor puro eu sentiaMas
Aos poucos
Tudo foi desaparecendo
E o amor
Que eu nunca achei que fosse morrer
Felizmente, morreu
