Imprinting《Dabihawks》

Imprinting (Oneshot)

Acima de si o céu enegrecido era iluminado por uma enorme Lua amarelada, uma brisa confortável empurrava seus cabelos loiros para trás, como era uma noite de céu limpo, Hawks voava bem alto e rápido para não ser notado. Ao aproximar-se de seu destino, começou a planar e abaixar a altitude lentamente ao mesmo tempo em que verificava se haviam pessoas ao redor do local, por sorte se tratava de um lugar bem longe do centro da cidade e por isso bastante pacato e vazio quando a noite caía.

Posou ao pé da escada de um simples hotel de beira de estrada e subiu os degraus com calma. Ao fim da subida, percorreu o corredor até o final e dobrou a esquerda até chegar ao fim novamente e encarar a última porta daquele lugar. Bateu na madeira com o nó dos dedos, pôde ouvir uma movimentação e passos se aproximarem, quando a porta se abriu ele foi imediatamente abraçado por uma brisa quente e o cheiro de cigarro. Quando levantou o olhar, encontrou um sorriso cínico e um braço gesticulava para que entrasse e assim fez.

Logo após ouvir o som da porta sendo trancada, o corpo de Dabi imediatamente colou-se à suas costas e as mãos pressionando sua cintura por baixo da roupa, hálito quente foi soprado em seu pescoço quando a boca do outro se colocou ali e raspou seus dentes na pele sensível e sugou. Keigo naquele momento se agradeceu mentalmente por ter escolhido um uniforme com gola alta, pois mais uma vez seria extremamente necessário para esconder o estrago que sabia que Dabi faria em si. Era sempre assim, o moreno era territorialista e o tratava como sua posse o marcando em todo lugar, visível ou não, para que Hawks não conseguisse encontrar ninguém com o corpo daquela forma. E sempre que as manchas começavam a sumir, o outro demandava sua presença novamente.

Mas seria uma mentira tola se dissesse para si que o estrago que o outro causava era apenas físico, seu psicológico e, principalmente, seu coração eram sempre despedaçados pela energia caótica daquele vilão. Como se ouvisse seus pensamentos, o moreno deu início ao ritual de o quebrar em todos os sentidos possíveis.

O aperto na sua cintura começou a se tornar quente e arder, já começavam ali as primeiras marcas daquela noite, foi virado de frente e sua boca logo foi tomada. Hawks tentava ao menos tomar algum controle para si no beijo, mas sabia que seria uma tentativa frustrada, Dabi é quem ditava o ritmo em que ele seria possuído.

Quando o ar finalmente parou de passar por ambos os pulmões, eles se separaram. O moreno caminhou em direção a beira da cama e ali se acomodou, olhou para Hawks de forma predatória, deixando bem claro quem era a presa ali. Keigo, rendido, andou em direção à ele. Quando parou, o outro puxou uma de suas pernas para se apoiar em cima da cama e o encarou impetuosamente.

— Senta.

Hawks sentiu seu corpo todo tremer ao ouvir a voz lhe ordenar, quando cruzou o olhar com o outro, viu os turquesas repletos de luxúria e desejo. Apoiou a outra perna sobre o colchão e antes que pudesse fazer outro movimento, as mãos de Dabi apertaram sua cintura e a puxou com rapidez para seu colo. Ele atacou com voracidade, sua língua explorava toda sua boca e o loiro sequer conseguia resistir. Os lábios começou a traçar um caminho de beijos pelo seu maxilar, ao chegar ao pescoço e se aproximar da nuca, aplicou uma mordida forte. Aquilo foi o suficiente para fazer Hawks remexer a cintura e soltar um gemido. O vilão então colocou as mãos no seu rosto e os aproximou, olhou-o tão profundamente que ele teve a certeza que o outro enxergava cada um dos seus átomos.

— Você vai continuar cantando pra mim, não vai, passarinho? — disse em um tom rouco.

Keigo sequer conseguia proferir algo depois de ouvir aquele tom, apenas balançou a cabeça em uma afirmação desesperada. Mais uma vez, ele estava rendido e sendo marcado.

O seu corpo balançava pelo movimento de vai e vem da cintura alheia, seu interior contraía cada vez mais quando o outro enterrava em si com força e profundamente, aquela boca perversa colada ao seu ouvido sussurrando gemidos roucos. Seu corpo estava prestes a entrar em combustão. Se sentia tomado, domado, possuído. Se sentia vivo, se sentia bem como nunca antes.

Encarava aqueles turquesas, agora completamente límpidos, não havia maldade ou qualquer outra coisa ali. Pareciam dizer tantas coisas, Keigo tinha medo de estar lendo aquele olhar de forma errada, mas algo em sua mente dizia que não. Aquilo era tão errado e mesmo assim queria repetir todas as noites, queria a presença avassaladora de Dabi em si sempre. Queria que nenhuma daquelas marcas jamais sumissem, principalmente a que foi deixada no seu coração.

•••

É o hábito de Dabi ser brutal durante seus encontros noturnos, todos os dentes, unhas e queimaduras lentas na pele de Hawks cada vez que ele os leva ao êxtase. Mas quando Hawks está dormindo? Quando existe apenas o corpo adormecido e a consciência de Dabi, então ele é gentil.

Ele deposita beijos em padrões suaves ao longo do pescoço de Hawks e sua espinha. Dabi gosta de rastrear as queimaduras que deixou tão insensivelmente antes. Usa as palmas das mãos quentes para uma nova tarefa: passar as mãos por penas vermelhas, massagear músculos relaxados, mergulhar em seu pássaro com movimentos preguiçosos de seus dedos quentes. E Hawks é lindo. É um pensamento que Dabi sempre tem e nunca deixa demorar.

O vilão tentou se afastar na primeira vez que fez tal gesto após o outro adormecer, porém quando o viu novamente, se pegou repetindo os mesmos dois erros: beijá-lo e adorá-lo gentilmente na sua inconsciência. Depois de tantas vezes, se tornou um ritual, não conseguia evitar. Na última vez e agora, quase desejou aos céus que o loiro acordasse e o flagrasse sendo afetuoso daquela forma. Queria ser flagrado, pois não era capaz de demonstrar por livre e espontânea vontade, contudo, também não conseguia parar.

Ele não quer admitir, mas aquele já era um pensamento recorrente. Cada pedaço dentro de si ansiava em ter mais e mais dele. Dabi marcava a pele de Hawks na esperança de que alguma daquelas marcas ultrapassassem a pele e chegassem até o coração. Dabi queria marcar a si mesmo no coração de Hawks da mesma forma que o seu havia sido marcado pelo outro.