Capítulo 2

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   - É meu aniversario.

   - Hoje? - Jungkook riu baixinho. - Ora, feliz aniversario.

   - Obrigada. Pode ir embora agora, por favor?

   - Ah, não. Não se eu sou o seu presente de aniversário. Vou lhe fazer companhia. Não vou deixar você sozinha em uma noite tão importante. Agora me deixe adivinhar.. hoje começa o seu 30 ano de vida.

   - Como sabe a minha idade?

   - É que as mulheres reagem estranhamente ao aniversario de 30 anos. Certa vez conheci uma que pendurou tecidos negros na frente de todos os espelhos no dia dessa celebração específica. Para todos os efeitos, era como
se alguém tivesse morrido.

   - Ela estava de luto pela perda da juventude - disse Nayeon, de forma sucinta, e deu um longo gole no vinho, que a fez sentir uma onda de calor espalhar-se por seu peito. - Estava reagindo ao fato de ter se tornado uma
mulher de meia-idade.

   - Você não está na meia-idade. Esta madura. Como um pessego.

   - Tolice.

   Nayeon estava aborrecida com o fato de que aqucles galanteios, por mais vazios que fossem, estivessem ihe provocando um ligeiro tremor de prazer. Talvez fosse o vinho, ou o fato de ele ser um estranho que ela nunca mais voltaria a ver depois daquela noite, mas a verdade era que
Nayeon subitamente se sentiu confortavel o bastante para dizer o que quisesse aquele homem.

   - Eu era madura dez anos atrás. Agora estou meramente conservada, não demora muito ate que seja enterrada de volta no pomar com outros caroços.

   Jungkook riu e colocou o vinho de lado, então se levantou para tirar o paletó.

   - Perdão - falou -, mas parece uma fornalha aqui dentro. você sempre mantem a casa quente assim?

   Nayeon o observou com cautela.

   - Está umido lá fora, e estou sempre com frio. Na maior parte dos dias uso um gorro e um xale dentro de casa.

   - Eu poderia sugerir outros métodos para se manter aquecida...

   Sem pedir permissão, Jungkook sentou-se ao lado dela. Nayeon se encoheu contra a lateral do sofazinho, agarrando-se ao que restava de sua compostura.

   Por dentro, sentia-se alarmada pelo corpo masculino firme e tão próximo, e pela experiência nada familiar de se sentar ao lado de um homem em mangas de camisa. O perfume dele provocava seus sentidos e
Nayeon inspirou fundo aquele aroma sedutor... pele masculina, linho, uma nota leve e pungente de colônia cara. Ela nunca se dera conta de como um homem podia cheirar tão bem. O marido de nenhuma de suas irmãs tinha aquele aroma agradável. Ao contrário do homem ao lado dela, os cunhados eram respeitáveis o conservadores - um era professor de uma escola só para meninos e o outro um comerciante bem-sucedido,
que fora criado na nobreza.

   - Quantos anos você têm? - perguntou Nayeon impulsivamente, franzindo a testa.

   Jungkook hesitou brevemente antes de responder.

   - Trinta e um. você se preocupa muito com números, não é mesmo?

   Ele parecia mais novo que 31 anos, pensou Nayeon. No entanto, uma das injustiças da vida era que os homens raramente aparentavam a idade,
ao contrario das mulheres.

   - Esta noite estou preocupada com isso, sim - admitiu ela. - Mas amanhã meu aniversário terá passado e não vou mais pensar no assunto. Pretendo seguir tranquila pelos anos que me restam, tentando aproveita-los
ao máximo.

DE REPENTE UMA NOITE DE PAIXÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora