Capítulo 3

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- Espere! - disse Nayeon em um lampejo de pânico, e virou a cabeça quando viu a boca de Jungkook se aproximando da dela. Os lábios dele roçaram seu rosto com um calor tão íntimo que a deixou perplexa. - Espere - repetiu, a voz hesitante.

O rosto de Nayeon estava completamente voltado para o fogo, o brilho amarelado ofuscando-a enquanto tentava evitar os beijos exploratórios daquele desconhecido. A boca de Jungkook roçou gentilmente o rosto dela e seguiu em direção à orelha, deixando-a arrepiada.

- Você já foi beijada, Nayeon?

- É claro que sim - disse ela, com um orgulho cauteloso.

Mas parecia não haver como explicar que os beijos que já experimentara não haviam sido nem remotamente parecidos com aquilo. Um beijo roubado em um jardim, outro, desanimado, embaixo da decoração natalina. Não
eram nada comparáveis a ser envolvida pelos braços de um homem, sentir seu perfume e o calor da pele dele através do linho da camisa.

- Eu... eu acho que você é muito talentoso nisso - acrescentou Nayeon. - Considerando a sua profissão.

Isso arrancou um sorriso largo dele.

- Gostaria de descobrir?

- Primeiro, quero perguntar uma coisa. Há quanto... há quanto tempo você faz isso?

Ele compreendeu imediatamente a que ela se referia.

- Há quanto tempo trabalho para a Sra. Bradshaw? Muito pouco tempo. Nayeon se perguntou o que levaria um homem como aquele a se prostituir. Talvez tivesse perdido o emprego, ou sido dispensado por cometer um erro. Talvez tivesse acumulado dividas e precisasse de dinheiro extra. Com a aparência que tinha, a desenvoltura e a boa apresentação, havia muitas ocupações nas quais se encaixaria muto bem. Ou Jungkook estava realmente
desesperado ou era preguiçoso e dissoluto.

- Você tem familia? - perguntou ela.

- Ninguém que valha a pena comentar. E você?

Ao perceber a mudança de tom dele, Nayeon o encarou. Os olhos de Jungkook estavam serios e seu rosto era de uma beleza tão austera que a mera visão fez o peito dela doer de prazer.

- Meus pais faleceram - disse Nayeon -, mas tenho duas irmãs mais velhas, ambas casadas, e sobrinhos e sodrinhas demais para contar.

- Por que não se casou?

- Por que você não se Casou? - contra-atacou ela.

- Gosto demais da minha independência para abrir mão de qualquer parte dela.

- Essa também é a minha razão - afirmou Nayeon. - Além do mais, qualquer um que me conheça val confirmar que sou intransigente e obstinada.

Ele deu um sorriso lento.

- Você só precisa ser manejada do jeito certo.

- Manejada - repetiu ela em um tom sarcástico. - Talvez você queira explicar o que quer dizer com isso.

- Quero dizer que um homem que saiba o mínimo sobre as mulheres conseguiria deixa-la ronronando como uma gatinha.

A irritação se misturou a uma risada no peito de Nayeon... que canalha, meu Deus! Mas ela não se deixaria enganar pela fachada de Jungkook. Embora seus modos fossem brincalhões, havia algo mais ali - algo como uma capacidade de observação minuciosa e paciente, um poder contido - que deixava os nervos de Nayeon em alerta. Jungkook não era um rapaz inexperiente,
era um homem plenamente maduro. E, embora ela não fosse uma muIher experiente, percebia pelo modo como ele a encarava que ele queria alguma
coisa dela, fosse submissão, favores sexuais ou simplesmente dinheiro.

DE REPENTE UMA NOITE DE PAIXÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora