Capítulo 13

1.5K 77 7
                                    

Cada passo que eu dava , cada vez que eu me aproximava o nervosismo tomava conta de mim. É difícil ver o Gael depois de tudo que aconteceu e ter que falar com ele é pior ainda.

Será que eu fiz bem em ter vindo??

E se eu for embora??

E se....

Sei lá! O Gael sempre esteve do meu lado pra tudo. Inclusive me deu a maior força quando minha avó morreu. Sempre ia pra minha casa tentar me alegrar , me dava vários presentes , sem falar nas palavras de apoio. Quase sempre tava comigo nas baladinhas junto com a Tríz , Téo e o Pietro. Mesmo as vezes eu dando fora nele e ficando com outros caras ele nunca desistia de mim , sempre esteve comigo... Se não era como ficante era como amigo , sempre tava ali me arrancando risadas e algumas coisas mais.

Saio dos meus pensamentos ao ouvir a fala de um dos policiais direcionada a minha pessoa.

Policial- A moça não pode entrar. Só é permitido a entrada de duas pessoas.

Advogado- Troxe uma ordem judicial na qual permite a entrada do advogado e dois familiares. Ele é o pai e ela a namorada , sendo assim ela também pode entrar_ ele falou calmo , porém com firmeza na voz e o policial fechou a cara e me encarou sério por alguns instantes.

O senhor Geraldo e o advogado entram primeiro enquanto eu fiquei na porta esperando. Na intenção de quebrar um pouco o clima super desconfortável que estava naquele corredor pego o meu celular e começo a mexer em aplicativos aleatórios.

Depois de fuçar todo o meu wattszap , ver a maioria das fotos da minha galeria e jogar alguns joguinhos entediantes finalmente chegou a minha vez de entrar no quarto.

Atravessei a porta sobre o olhar pesado de um dos policiais. Encaro Gael que me olha com um meio sorriso e logo abaixa a cabeça , nessa hora senti um nó na garganta e segurei a vontade de chorar.
Me aproximo dele em passos lentos enquanto ensaio um discurso de moral.
Me doi bastante ver ele com um dos braço imobilizado e todo machucado , mas me mantenho firme.

Franciele- Oi! Como você está?

Gael- De saúde melhor , já o psicológico está cada dia pior. Eles estão ferrando comigo lá dentro. Em pouco tempo naquele maldito lugar já fui duas vezes pra solitária. Não vejo a hora de sair daquele inferno.

Franciele- Fica calmo! Tudo vai se ajeitar. Se você for digno de liberdade ela virá_ ele dá uma respirada profunda e abaixa a cabeça em seguida.

Gael- Obrigado por ter vindo. Confesso que não esperava_ sua voz sai calma , porém triste e cansada.

Franciele- Tentei não vir. Lutei pra agir com a razão , mas no final o coração venceu_ Ele sorri tímido. Caminho até uma poltrona e arrasto a mesma para perto do Gael. O barulho do móvel acabou chamando a atenção dos PMs , o que de imediato fez um deles se posicionar do lado de dentro do quarto. Me sento na poltrona e fico encarando o chão por alguns segundos , más logo ergo o olhar e o encaro_Queria entender o que te levou a fazer isso?!

Gael- Por mais que você não acredite em mim eu juro por tudo que aquelas coisas não eram minhas. Eu não fiz nada de errado , estou pagando pelo erro de outra pessoa_ ele respondeu  firme e sem tirar o seu olhar do meu.

Franciele- Isso não é possível Gael. Quem poderia ter colocado aquelas coisas no seu carro , como e pra que?

Gael- Eu sei que todas as evidências apontam para mim , mas eu sou inocente , eu juro. O pior de tudo isso é ver que você não acredita em mim. Uma das pessoas mais importantes da minha vida não está do meu lado em um momento tão difícil como esse. Mas eu não te julgo e muito menos te culpo , só que enfrentar toda essa barra está sendo horrível e sem você é mais horrível ainda. Tudo sem você é mais complicado.

Franciele- Se eu não me importasse e não tivesse do seu lado eu não teria vindo. Mesmo confusa eu estou aqui , mesmo triste e com raiva eu estou aqui...Então não fala que eu não estou do seu lado. Não entendi nada do que aconteceu e continuo não entendendo e pelo visto você também não , mas eu estou aqui_ pego na sua mão a acariciando e escuto a voz do policial atrás de mim.

Policial- O horário de visita está encerrado!_ me levanto e devolvo a poltrona pro lugar de antes e volto até o Gael.

Franciele- Só tenho um conselho pra te dar.. Se você estiver envolvido com coisas erradas , assume e paga pelo que você fez. Não é legal jogar o seu erro pra cima de outra pessoa. A tua família e os teus amigos irão está sempre do seu lado , quando você sair todos vão te abraçar.. Mas não se faça de vítima se você não for. Se você errou assume os teus b.o e paga pelo que você fez.

Gael- A minha consciência está tranquila em relação a isso. Tenho fé em Deus que logo tudo vai se esclarecer.

Franciele- E quando isso acontecer eu vou está lá fora te esperando.. Até breve Gael_ me despeço com um beijo em sua testa e me direciono a porta passando pelo policial e seguido o corredor.

Já do lado de fora do hospital pego o celular e chamo um uber. Procuro em volta e não vejo o carro do pai de Gael , infelizmente  já foi embora , seria uma ótima carona.

Não imaginava que visitar o Gael fosse ser tão libertador. Confesso que estou feliz , claro que não pela situação em que ele se encontra , mas pelo fato de que apesar de tudo eu ter vindo até aqui e ter tido esse momento com ele. Estou feliz por ter tido a oportunidade de conversar com ele e ouvir a versão dele.
Se acredito nele ou não?! Eu ainda não sei responder , mas de uma coisa eu tenho certeza...Que independente dele ser ou não culpado e independente da gente ficar juntos ou não , o meu carinho e admiração por ele sempre vai existir. Eu sei que no fundo o Gael é um homem bom e merece um turbilhão de coisas boas.

👉⭐



PRISIONEIRA DE UM POLICIAL (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora