Capítulo 23

1.2K 76 6
                                    


Ouço o alarme tocar e já acordo puto da vida e sem a menor paciência. Tomo um banho frio e faço todas as minhas higienes, visto a minha farda e vou para o meu trabalho, trabalho esse que consiste em defender e proteger a vida dos outros enquanto a minha própria vida está um caos e eu me afundo cada vez mais no meu sofrimento.
Acho que a pior parte de ser um defensor é ter que lutar pela vida dos outros ao mesmo tempo em que você só quer por fim a sua própria vida.
Muitas vezes eu me pego pensando na vida que eu tinha antes e na que eu tenho hoje, em como eu era feliz e em como tudo mudou tão de repente..

" A vida tem sido muito injusta comigo"!...

Saio dos meus pensamentos ao ouvir Eliot chamar meu nome e bater no meu ombro. Eliot é o filho da puta que eu chamo de amigo e também o único pra quem eu tive coragem de falar sobre tudo o que aconteceu na minha vida.

Eliot- Pela cara já vi que está de mal humor..

Ramon- Que bom que percebeu.

Eliot- Você anda muito estressado rapaz, precisa relaxar um pouco. Vamos aproveitar a folga de amanhã pra da um rolê, vou te levar em um barzinho excelente.

Ramon- Talvez seja uma boa ideia.

Eliot- Aproveita pra ir também na sua terapia. Ver se abre a boca dessa vez._ é, esse desgraçado está me obrigando a fazer acompanhamento com uma amiga psicóloga dele.

Ramon- Cara, para de querer atrapalhar a minha vida.

Eliot- Muito pelo contrário, eu estou tentando consertar a sua vida.

Ramon- Eu fui lá duas vezes..

Eliot- Só duas vezes e a Marina me falou que você passou a consulta inteira calado, ou seja, não adiantou de nada.

Ramon- Tá bom Eliot, vou tentar ir lá amanhã, agora vamos trabalhar.

O dia foi extenso e muito exaustivo. Fizemos ronda, entramos em favela, separamos briga de vizinhos e por último fizemos uma longa e cansativa perseguição a dois bandidos em um carro roubado.
É cansativo, porém foi a profissão que eu escolhi seguir e me sinto satisfeito com o meu trabalho. Apesar de muito das vezes me sentir um fracassado na vida, o meu trabalho é a única coisa de que eu me orgulho..

Chego em casa e encontro a mesma bagunça de sempre, a sala estava uma zona, a pia tomada de louças sujas e eu sem a menor  vontade de fazer nada.
Vou pro meu quarto, entro no banheiro e tomo um banho gelado como sempre, logo após visto uma bermuda fina e caminho até a cozinha, encaro o fogão com a vontade de fazer alguma coisa pra  comer, porém não tenho o menor ânimo pra isso. Vou até a sala e me jogo no sofá, como de costume me pego pensando na porra de vida que eu tenho até que o sono chega e apago ali mesmo.


Dia seguinte



Dr.Marina- Você precisa se abrir comigo.. Eu quero te ajudar, eu não vou te julgar, só quero entender o que se passa na sua cabeça.

Ramon- Na verdade eu só estou aqui porque o Eliot insistiu._ falo enquanto encaro o teto branco daquela sala..

Dr.Marina- Se ele insistiu é porque se importa contigo e sabe que você precisa.

Ramon- Ou talvez porque gosta de se meter na minha vida.

PRISIONEIRA DE UM POLICIAL (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora