Sabe quando você lê algum livro, vê uma foto, conhece alguém ou passa por alguma situação e você tem a sensação que depois desse acontecimento a sua vida nunca mais vai ser a mesma? Você sente que algo dentro de você mudou, só por que essa coisa mínima aconteceu, e parece que é o destino da sua vida, você passar por aquilo para que a sua história continue, para que tudo acabe do jeito que tem que ser. Do jeito que foi destinado a ser...
O bom, é que nem Naruto, muito menos Sasuke, acreditam nessa história de destino. Essa é uma das poucas coisas que eles concordam! Eles querem fazer o próprio destino, eles comandam o próprio caminho e não aceitam que sejam comandados, nem por forças superiores...
Por isso os dois ignoraram o sentimento estranho no peito e foram para os seus respectivos destinos. Naruto foi para o seu pequeno apartamento, e Sasuke continuou a procura de um hotel, mas no caminho viu a entrada para o cemitério e por um motivo desconhecido, teve uma enorme vontade de entrar lá, e foi isso que ele fez.
Ele passa pelas lápides lentamente. Não estava entendendo o por que de estar ali e muito menos pra onde estava indo, mas resolveu seguir a sua vontade estranha e teve um momento que parou de andar. O garoto olhou para baixo e viu suas Lápides na sua frente.
"Katsuki Bakugou e Izuku Midorya."
Sasuke não entendeu o por que de estar tão interessado naquelas lápides de dois desconhecidos, mas algo dentro dele queria estar ali, algo dentro dele tinha afeto por aquelas lápides, principalmente pela no Izuku Midorya...
O destino atinge até as pessoas que não acreditam nele... Mas... Será que é mesmo o destino? Isso esta mais para um tipo de castigo, aviso ou até uma maneira de brincar com a cara de Sasuke e Naruto. Tudo para mostrar que o final é inevitável. O destino, a maldição... São todos inevitáveis.
Talvez eles sejam...
Sasuke
Um arrepio passa pela minha espinha assim que leio aqueles nomes.
Por que eu estou aqui afinal?
Ignoro a sensação de arrependimento de me afastar e começo a andar para fora daquele lugar deprimente.
Eu realmente tenho que achar um hotel, já esta ficando tarde.
Volto a andar pelas ruas e depois de um tempo eu finalmente acho um hotel. Não é luxuoso e caro, o quarto deve ser bem simples, mas é o bastante para a quantidade de dias que eu pretendo ficar aqui. Pego as chaves e assim que entro no quarto, jogo a minha mochila no chão e me deito na cama.
Estou cansado, estou exausto. Preciso dormir.
Me sentindo sozinho e friolento, acabo dormindo.
/Quebra de tempo/
Acordo cedo, me arrumo e resolvo tomar café fora do hotel, já que pelo o pouco que eu vi, a comida não é uma das mais agradáveis.
Vou andando elas ruas, até que acho uma cafeteria bem arrumada, que até mesmo do outro lado da rua consigo sentir o cheiro bom dos salgados e do café que lá dentro estão sendo feitos. Meu estomago ronca e eu me apresso para entrar naquele lugar aconchegante.
Lá dentro é calmo, mesmo estando com bastantes clientes, os funcionários não parecem sobrecarregados. As paredes são laranjas com detalhes em preto e a música ambiente do local faz eu querer balançar minha cabeça no ritmo das batidas. É um lugar agradável, não reclamarei se tiver que tomar café da manhã todos os dias aqui....
Me sento em uma mesa e espero alguém me atender enquanto mexo em meu celular e leio o texto de ódio do meu tio, falando sobre respeito e em como ele irá me espancar quando me ver novamente. Eu rio com a mensagem e logo ouço uma voz conhecida.
- O que vai que... Você! - Olho para o lado e vejo o loiro da noite anterior. Sem ao menos perceber, um pequeno sorriso se formou em meus lábios.
- Bom dia pra você também, loiro... - O loiro, que eu ainda não sei o nome, bufa e simplesmente sai andando. Não posso negar que achei engraçado.
O 'destino' pode ser... Maldoso.
Vejo o loiro andando até mim com uma cara irritada.
- Infelizmente, você sentou em uma das mesas em que eu tenho que atender, então, senhor - O desgosto na voz dele é engraçado - Qual o seu pedido? - Ele força um sorriso.
- Um café preto e panquecas - Digo indiferente e logo pego meu celular de volta.
Ele sai de perto e eu fico mexendo em coisas aleatórias no meu celular.
- Aqui esta - Ele sorri e coloca o prato e a xicara na minha frente. Eu não respondo, só começo a comer.
- Mal educado - Ele resmunga e logo se afasta.
- Loiro idiota - Resmungo também e tenho certeza que ele ouviu, mas preferiu ficar quieto para não arranjar briga.
/Quebra de tempo/
Narrador
Os dias vão passando e os dois rapazes se encontram o tempo inteiro.
Chega a ser irritante para eles e para os seus telespectadores. Todos os dias no mesmo café, as mesmas reclamações da falta de educação do moreno, por parte de Naruto, as mesmas piadas sarcásticas por parte de Sasuke; Todos os dias no mercado, as mesmas piadas sobre o outro estar o seguindo, por parte de Naruto, as mesmas brigas infantis que Sasuke começa; Todos os dias no cemitério, os mesmos olhares estranhos por parte dos dois, os mesmos xingamentos baixinhos e o mesmo peito apertado, cheio de confusão e insegurança, sem nem ao menos saber o motivo.
Parecia que todos os dias eram o mesmo dia.
Sasuke se perguntava por que ainda estava naquela cidade, mas toda vez que chegava perto do Aeroporto, um calafrio passava pela sua espinha e ele simplesmente desistia de ir embora daquela cidade que o prendia.
Naruto se irritava com o fato de gostar de ficar perto do Moreno, mesmo brigando com o mesmo o tempo todo. E toda vez que tentava sair com outros caras ou simplesmente esquecer da existência daquele maldito desconhecido que o fazia sentir tantas coisas. Naruto simplesmente se sentia culpado, e não conseguia parar de pensar no por que de gostar tanto da companhia desagradável de Sasuke.
Como falei antes... O 'destino' é cruel.
~
Sasuke novamente estava no cemitério.
Ele anda pelas lápides e para na frente das dos dois garotos, que nem ao menos conhecia.
- Por que eu estou aqui? - Pergunta pra si mesmo e revira os olhos cansado.
- Nem tente descobrir... Eu me pergunto isso desde os meus 6 anos e nunca soube responder - Sasuke se assusta com a resposta, mas logo revira os olhos quando percebe que é o Loiro. De novo.
- Te assustei Uchiha? Que fofo... - O loiro sorri e logo se senta na frente da lápide de Katsuki.
- Cala a boca, loiro - Sasuke retruca e se senta na frente da lápide de Izuku - Você vem aqui desde os 6 anos?
- Sim... - Naruto nem o olha, esta concentrado demais olhando o nome escrito na lápide a sua frente
- Eles não são seus parentes? - Sasuke pergunta meio confuso e Naruto ri.
- Quem dera fossem.... Meus parentes estão nesse cemitério também, mas eu não os visito...
- Por que? - Nem Sasuke entendia o por que de estar interessado na vida do Loiro
- Não faça perguntas demais Uchiha, tem coisas que precisamos guardar para nós mesmos...
Silêncio. Os dois se calaram e só ficaram olhando para as lápides.
E estranhamente, nenhum dos dois estava desconfortável.
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Outras vidas
Romance"Quando eram jovens, dois garotos se conheceram... Eles eram oposto um do outro, mas mesmo assim se juntaram. Eles nasceram para ficarem separados! mas o amor fala mais alto, e eles tiveram que trair suas famílias. Eles foram amaldiçoados... "