Outras vidas

Sasuke Uchiha

Viver.

Essa simples palavra, dita em muitas ocasiões, poder ter vários significados. Algumas pessoas acham que significa vivo, o ato de ainda estar vivo e o Deus da morte ainda não terem os achado; outros acham que viver é o contrário de morrer, sem muito o que pensar, sem muito o que refletir, é só o oposto de outra palavra; Já outros acham que viver, é as coisas que você faz com a sua vida, você esta vivendo, você esta curtindo a sua vida. Ao contrário das outras alternativas, esse terceiro significado não tem nada a ver com a morte, tem a ver com os momentos que passamos, tem a ver com a vida, com as ações.

É exatamente assim que Sasuke Uchiha pensa. Ele enxerga a vida como as lembranças dos momentos que ele passou. Se ele esta fazendo o que ele quiser, tendo liberdade e não pensando duas vezes antes de agir, ele esta vivendo. Sasuke nunca se interessou em ter uma vida estável e monótona, pelo contrário, esse pensamento sempre o assustou, tudo que ele menos quer é ter uma vida e sentir que não esta vivendo, sentir que não pode controlar a sua própria vida.

Por isso, o Uchiha abandonou tudo quando seus pais morreram, ele sabia que teria que assumir a empresa da família, e mesmo sabendo que após fugir o seu tio Madara tomaria conta de tudo, o que provavelmente levaria os anos de trabalho duro dos seus pais para ter um negócio limpo e direito, iria a falência ou se corromperem, ele foi.

Sasuke nunca foi apegado aos pais, nunca foi apegado a ninguém. E mesmo sempre estando cercado de pessoas, geralmente interesseiras, ele sempre foi sozinho e preferiu não construir laços com ninguém, já que a única pessoa que já teve algum afeto, não esta mais presente na sua vida.

Sasuke pov

10 de Outubro de 2020, 10:30

É uma manhã ensolarada, não gosto disso.

Eu estou arrumando as minhas malas o mais rápido que posso, já que meu tio deve estar vindo pra cá, e eu quero estar bem longe quando ele chegar, não estou com paciência de assinar papéis ou coisa do tipo, se eu fugir vai ser mais fácil.

Mesmo que o meu orgulho esteja um pouco ferido por estar fugindo, não consigo não sorrir. Fugir de casa e ir para o lugar mais longe possível, sempre esteve na minha lista de coisas para fazer, e agora que meus pais morreram, ninguém pode me impedir ou me amarrar em uma cama.

- Quando meu tio chegar, entregue isso a ele - Digo a um dos meus empregados e o entrego um pedaço de papel.

- Ok senhor - Ele fala calmo.

Eu saio de casa e pego um uber, que me leva para o aeroporto.

- Qual é o voo mais próximo para o lugar mais distante daqui? - Pergunto para o homem do balcão.

- É para Konoha senhor, o voo sai daqui a meia hora - Ele responde após alguns segundos mexendo no computador.

- Ok, quero uma passagem de ida - Ele concorda com a cabeça, eu o pago e ele me da a passagem.

~

Passei a viagem inteira pensando em como meu tio reagiria em ler a carta, onde eu mando ele tomar no cu e não ir me procurar. Não consigo não rir. As vezes até eu mesmo me surpreendo com a minha falta de Educação, mas fazer o que? não fui criado para agradar os outros...

Saio do aeroporto com as minhas malas e olho em volta, já esta anoitecendo e eu tenho que arranjar um lugar para ficar... Vou andar aleatoriamente por ai, em algum momento eu acho um hotel.

Por que resolvi ficar um tempo nesse cidadezinha pequena que não irá agregar em nada na minha vida? Boa pergunta. Eu só me.... interessei, pelo lugar, algo me chamou a atenção aqui. Por que não ficar, não é?

Estou andado faz alguns minutos. A cidade esta basicamente vazia, o céu está nublado e vento frio faz meus cabelos balançarem e minha nuca se arrepiar, eu gosto desse clima, dessa sensação. Eu gostei desse lugar.

Continuo olhando em volta e vejo um corvo sobrevoando minha cabeça.

Todos dizem que corvos dão azar e se virmos um, temos que nos afastar, por que algo ruim irá acontecer. Eu acho isso idiotice, a ave é bonita, a cor preta que representa o animal me lembra a mim mesmo, me da uma sensação boa. Queria poder voar igual ele, deve ser emocionante...

Sou cortado da minha linha de pensamentos sobre voos, quando sinto um corpo colidir com o meu.

- Gomen moço... - A voz rouca e baixa entra em meus ouvidos. Levanto o olhar para ver quem é.

Loiro, olhos azuis, pele bronzeada, tatuagens nos braços, piercing na sobrancelha, malhado, um pouco mais alto que eu e cicatrizes nas duas bochechas. Bonito.... Mas idiota.

- Olha por onde anda! Idiota... - Ele pode ser bonito, mas é um idiota.