☆Capítulo Doze☆

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》Raviel Clifford P.O.V《

     Quando eu era pequeno, o teto do meu quarto era completamente forrado de estrelas e planetas, eu adorava vê-los à noite e imaginar que eu estava no espaço lutando com alienígenas enquanto a minha cama era uma nave espacial. É quinta–feira, estou sozinho na minha casa, olhando o teto do meu quarto - que já tem mais os adesivos brilhantes - pensando no Dean e se ele está bem com a Isa. Não acredito que ele me deixou para ficar com ela... mas procurei entender, meu amigo já está muito mal e a última coisa que ele precisa é do meu drama.
     Estava ao ponto de surtar e sair ligando música no máximo quando escutei a campainha. Estranhei porque não esperava ninguém. Arrumei meus cabelos com as mãos e fui para sala, a pessoa tocava a campainha de forma impaciente e eu fiz cara de entendido quando vi o Seth.

     — Quer quebrar a campainha da minha casa? O que faz aqui? — dou espaço para ele entrar.

     — Oi para você também, Raviel! — cruzou os braços, eu revirei os olhos e ri me jogando no sofá.

     — Acho que você nunca me chamou pelo nome. — resmungo ligando a TV, ele faz cara pensativa e não responde. — Você sabe onde é a cozinha, não vou ser seu empregado! — resmungo em forma de oferecer algo, ele faz cara feia e sai andando em direção ao cômodo.

     Fico quieto esperando o Seth voltar, mas ele demorava. Desliguei a TV e fui ver o que ele estava fazendo, chegando na cozinha, vi ele sentado na mesa com um monte de coisas enquanto comia sem nem ligar para mim, fiquei surpreso.

     — Que folgado! — cruzei os braços.

     — Estou com fome, vai me negar comida? — resmungou com a boca cheia, eu bati na cabeça dele.

     — Não fala de boca cheia, é falta de educação! — reclamo, ele me olha feio, passando a mão na nuca, observo as coisas na mesa. — Tenho a impressão que você só vem na minha casa para comer! — me sento ao seu lado e tomo o seu iogurte.

     — Venho para te irritar também. — ele sorri para mim, bufo.

     Esperei ele comer o tanto que quis e o obriguei a arrumar tudo sozinho, depois fomos para a sala.

     — Onde é o seu quarto? — olhou em volta.

     — Por que quer saber?

     — Quero ver se você é organizado. Se não me dizer vou achar eu mesmo! — sai andando, suspiro seguindo ele.

     — O que deu em você hoje?

     Entramos no meu quarto, ele olhou em volta, comentou dos meus pôsteres de algumas bandas que curto e ficou rindo de um retrato de quando eu era criança, quis bater nele!
     Me joguei na cama, vendo ele observar alguns livros que tenho.

     — Gosta de ler? — pergunto depois de tanto silêncio, ele para de folhear um livro muito bom que tenho.

     — Um pouco. Esse livro é bom? Me empresta ele? — já coloca a minha cópia de "O guia do mochileiro das galáxias" de Douglas Adams na sua mochila sem eu dizer nada.

     — Acho bom ele voltar como está indo!

     — Não se preocupe, tenho muito cuidado com as coisas dos outros! — olha mais alguns detalhes do meu quarto e então se senta do meu lado, ficamos nos olhando sem dizer nada, dei risadas.

     — Por que está me olhando? Sai para lá! — o empurrei, ele ri também e se encosta do meu lado, olhando alguma coisa, acho que observava os adesivos colados no meu guarda–roupas.

Três Formas Diferentes De AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora