2. Mochi, atrasos e o babaca.

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A respiração de Jungkook era pesada. Se sentia nervoso e nem mesmo Byeol brincando com as tatuagens de seu braço o fazia se acalmar.

Sempre ficava assim nas poucas vezes que esteve ali, mesmo quando o pai não estava. E naquele dia ele estaria, então o nervosismo se tornava maior e Jungkook quis sair correndo quando Jin estacionou o carro no estacionamento da casa, mas não o fez. Apenas soltou a sobrinha da cadeirinha e com a garota em seu colo foi que deixou o veículo. Agora ela brincava com os brincos de Jungkook os contando em uma ordem que só fazia sentido para ela, já que já estava no número quarenta e Jeon tinha apenas três brincos em cada orelha.

— O que foi tio Googie? Você tá titi? - a pequena perguntou tomando a atenção do tio para si — É puique o tio Jae não veio? A gente busca ele pra você. - Jungkook sorriu. Byeol era sempre tão gentil que enchia o coração dele de orgulho e amor.

— Não estrelinha, tio Googie não tá triste. Só com friozinho na barriga.

— Friozinho na barriga de apaixonado? - Jungkook riu negando com a cabeça.

— Friozinho na barriga de quando você visita o médico. - ele explicou da melhor forma para que ela entendesse, e o que Byeol fez foi abraçá-lo pelo pescoço de imediato.

— Sua estrelinha tá com você, oppa. Byeol te protege. - Jungkook a apertou um pouco mais nos braços enquanto sorria. Byeol era como Jin. Um sopro de brisa fresca. Reconfortante.

— Obrigado, By. Tio Googie já tá bem melhor. - a garotinha sorriu, mas não soltou o tio. Não até avistar a porta da casa a imagem conhecida da avó.

— Halmeoni! - a garota gritou empolgada e Jungkook a colocou no chão deixando que corresse até a mulher.

Jeon Hanwool era uma mulher bonita e que aparentava menos idade do que realmente tinha. Nunca havia passado por uma mesa de cirurgia e já havia sido miss na juventude. Era elegante quase que por natureza, fossem em vestidos de gala ou apenas em uma jardineira velha e camiseta branca, como naquele momento.

Seokjin se parecia muito com ela tendo em si quase nenhuma característica do pai. Jungkook, por outro lado, era a cópia quase exata de Jeon Hyu. Mas ambos tinham os olhos escuros e grandes da mãe.

— Oi minha By. - a mulher pegou a pequena nos braços a abraçando junto a si. Jungkook não pode evitar um, mesmo que pequeno e breve, sorriso. Byeol estava rindo, feliz.

— Ei. - o mais novo ouviu o chamado de Jin e o encarou. Tinha os dedos entrelaçados aos da esposa — Se algo te incomodar avisa e a gente vai embora, tá? - Jungkook sorriu um pouco. Pequeno e sem muito ânimo.

— Obrigado, hyung. - Jin sorriu também, acertando um tapa leve no pescoço de Jungkook.

— Não tem o que agradecer. Vamos. Omma disse que pediu para fazerem bulgogi pra você. - ele acenou com a cabeça e Jungkook o acertou um chute na bunda fazendo Lee rir.

— Achei que tinha um marido e um cunhado, mas na verdade tenho duas crianças. - murmurou e os dois riram.

— Bem vinda ao clube. - Hanwool respondeu observando os três que se aproximavam — Eles nunca deixaram de ser assim. Se batem até brigar e depois estão se lambendo. - ela abraçou a nora que ria, e então foi a vez do filho mais velho.

— Pelo menos a gente faz as pazes rápido. - Jin os defendeu e a mãe riu.

— Isso é verdade. - e então, se separando de Jin, ela encarou Jungkook.

A princípio apenas o observou. Estava diferente. Os cabelos mais longos já batiam a altura da linha da mandíbula bem desenhada. Não podia ver os braços do rapaz, já que ele usava uma blusa de manga longa, mas podia jurar que por debaixo delas haviam mais tatuagens que da última vez.

Átomos das estrelas [Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora