eu nunca mais quero te ver!

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Eu li o que estava escrito e era a coisa mais fofa do mundo. Havia também uma espécie de desenho de uma HQ, e ao lado tinha uma foto de Carl quando era mais jovem. Peguei a foto, guardei o caderno e fui mostrá-la para Carl.

— Olha que coisa mais linda — disse, mostrando a foto.

Carl olhou para a foto e sorriu. Provavelmente a foto foi tirada em um dia muito feliz para ele.

— Nossa, quem diria que você encontraria essa foto. Isso faz muito tempo — respondeu Carl, com a voz diminuindo a cada palavra. — Você pode colocá-la ali em cima da mesinha, por favor?

— Claro — peguei a foto da mão dele, coloquei-a na mesinha e voltei para falar com Carl. — Vou na casa da Carol rapidinho. Você vem? — perguntei, e ele negou com a cabeça. — Ok, até mais.

Fui até a casa de Carol, bati na porta e, quando ela abriu, vi que estava usando luvas de cozinha e segurava uma espátula de silicone na mão esquerda. Logo entendi que estava cozinhando algo, e então senti o cheiro de biscoitos. Ela sorriu e deu espaço para eu entrar.

— Que bom que você está aqui. Preciso de alguém para provar os novos tipos de biscoitos que estou fazendo. Você vai querer provar? — ela perguntou, animada, e o cheiro estava tão bom que eu aceitei. — Ótimo, vamos para a cozinha.

Carol é como uma avó para mim. Ela pode ser muito doce, mas acredite, do mesmo jeito que pode ser amigável, pode ser o próprio rascunho do capeta.

Fomos para a cozinha e, cinco minutos depois, acho que já tinha provado todos os tipos de biscoito do mundo. Estávamos conversando até Rick chegar de repente com Judith no colo. Percebi que ele queria conversar com Carol, então me despedi deles, dei um beijo na testa de Judith e saí. Voltei para casa, subi as escadas e fui em direção ao quarto que dividia com Carl. Mas, quando abri a porta, me deparei com ele beijando uma garota ruiva. Na hora, meu sangue ferveu. Forcei uma tosse e disse:

— Muito obrigada, Carl Grimes — eu queria chorar, mas não faria isso na frente deles. Saí correndo, desci as escadas, abri a porta da casa e saí andando rápido, pisando forte no chão.

Carl Grimes saiu correndo atrás de mim e pegou minha mão, dizendo:

— S/n, calma, deixa eu explicar.

— EXPLICAR O QUÊ, GRIMES? NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO, APESAR DE QUE A GENTE NÃO TINHA NADA MESMO! — gritei, furiosa.

— Calma! — pediu Carl.

— NUNCA MAIS QUERO TE VER, CARL GRIMES. NÃO OLHE MAIS NA MINHA CARA. VOCÊ SABIA QUE EU GOSTAVA DE VOCÊ, MAS IGNOROU ISSO COMPLETAMENTE. NÃO QUERO TE VER NA MINHA FRENTE AGORA, GRIMES. FINJA QUE NÃO ME CONHECE, POR FAVOR. — Sei que parece drama, mas achei que ele era diferente. Carl era igual ao meu ex-namorado que me trocou pela minha amiga. Achei que tínhamos chance de dar certo, mas fui idiota.

Não liguei se todos estavam olhando para nós dois. Soltei minha mão e saí dali, com tanta raiva que não podia arriscar explodir ou descontar em alguém. Estava passando pela parte de Alexandria que ainda não tinham colocado muros, apenas grades. Havia vários zumbis se amontoando, mas não dei muita atenção a eles.

Foi quando escutei um choro. Havia uma criança no meio dos mortos. Na hora, pulei a grade, fazendo com que todas as pessoas próximas se assustassem e gritassem para eu sair de lá, enquanto outros pediam para chamar Rick. Eu estava matando os zumbis com minha espada até que só sobrou um. Ele era alto e magro, dificultando para mim que sou bem menor. Olhei para o lado e vi Rick e Carl correndo até a grade. Eles não estavam muito perto, mas eu não liguei. Usei todas as minhas forças e cortei as pernas do zumbi, que logo caiu. Cravei minha espada na cabeça dele, olhei para a criança e ela continuava chorando, totalmente ensanguentada. Fui até ela e disse:

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