Capítulo I - Coroação

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- Nicollas, acorde! Hoje é a sua coroação. Ande, se apresse e tome um bom banho. Hoje você se tornará um homem. - Acordo com a criada puxando as cobertas me enxotando da cama.

Nicollas... Não é porque meu nome significa "o que conduz o povo a vitória" que eu queira me tornar rei, ou que eu saiba as funções de um rei. Se meu pai estivesse aqui, ele saberia me aconselhar, afinal, só tenho 25 anos. Como conduzir um reino, mesmo que pequeno?

- God morgen. - Digo resmungando com o rosto no travesseiro.

- Ande Nicollas! - Diz a criada mais uma vez em um tom de voz acima do que usou a primeira vez.

Me levantei, tomei um belo banho, e quando fui tomar meu café havia um banquete em homenagem a coroação. Diga-se de passagem, o melhor que eu já comi na vida.
O fato de não estarmos em casa me incomodava um pouco, quero dizer no nosso Reino na Noruega. Estávamos na capital da Itália, Roma. A coroação seria na grande catedral do Vaticano, pois nosso Reino estava recebendo apoio da Igreja Católica. Somos um reino pequeno e em desenvolvimento, precisamos de dinheiro para crescer e ser um Reino forte, o apoio da igreja foi uma das últimas dádivas que meu pai conseguiu antes de morrer. Além de precisarmos nos proteger dos Vikings que andavam protagonizando uma onda de invasões em outras regiões da Escandinávia.

Eu estava prestes a me tornar rei. - Esse pensamento me atormentou durante todo o dia até a hora da coroação.

- Todos prontos? - Diz minha amada mãe entrando pelo salão principal com um belo vestido branco de alta costura com um colar de diamantes enfeitando seu pescoço destacando a beleza de seus cabelos longos e negros, e seus olhos, verdes como água que era a nossa herança de família. De minha mãe herdei os olhos, de meu pai os cabelos longos, loiros e uma pele pálida.
Apesar de ser comum noruegueses terem esta aparência e a pele pálida, eu já não gostava de como me parecia quando me olhava no reflexo do grande espelho que havia em meu quarto. - Perdido em meus pensamentos, volto para o salão que estou prestes a deixar com minha mãe me olhando esperando uma resposta.

- Sim, mãe. Estou pronto. Chegou a hora.

Entramos em uma carruagem de ouro aberta que ia em direção ao Vaticano. Enquanto passávamos nas ruas da linda cidade de Roma, observei vários nobres que claramente não eram do nosso Reino pelas vestimentas nos aplaudindo, com bandeiras da Noruega em mãos. Aquela cena me deixou intrigado e feliz por saber que éramos queridos mesmo há quilômetros de distância do nosso amado lar.
Nossa província era linda, a fauna proporcionava meios de vida para pescadores e caçadores lapões.
Ao sul, temos grandes artefatos datados de 5.000 a.C., que dão uma ideia bem clara dos nossos caçadores e pescadores. Agricultura, criadores de gado, bronze, e até nossa própria língua eram nossas riquezas. - Me pego pensando durante todo o trajeto na saudade imensurável que estava do meu país.

Havíamos passado pela linda praça do San Pietro, a mais importante praça que é um exemplo das intervenções barrocas. No seu centro foi erguido um obelisco do Vaticano. O obelisco possuía 25 metros de altura, incluindo a base até o topo com fontes projetadas e acrescentadas a cada um dos lados do obelisco, em paralelo com a fachada.
Era tudo único.
O edifício está ligado ao Palácio Apostólico por um corredor em direção à Scala Regia.
Junto da fachada da Praça de São Pedro, e dois corredores que o ligam com a sacristia a ele adjacente.
As paredes exteriores da basílica, com exceção da fachada principal são compostas por superfícies planas separadas por pilastras. A primeira seção apresenta enormes nichos onde esculturas de santos, encomendadas para homenagear os santos e fundadores; sobre estas encontram-se as grandes janelas que iluminam o interior do templo. Sobre o entablame.


Entrei pela porta oeste, sendo recebido com o hino de meu país pelos participantes da cerimônia - famílias reais de outros países, clero, grandes chefes de Estado.
Então caminhei até a fachada principal passando pelo coral e chegando ao trono. Me ajoelhando e fazendo uma breve oração antes de sentar-me
Ao entrar, notei que a fachada principal é de longe o lugar mais bonito. É bem articulada através do uso de colunas de ordem colossal que enquadram a entrada e a Varanda das bênçãos - lugar onde é anunciado aos fiéis a eleição do novo papa, e no qual este dá a bênçãos. Atrás da varanda, existe um enorme salão usado pelo papa para algumas audiências e outros eventos, chamada de Sala das bênçãos. - Deslumbrante! - era a palavra.

O arcebispo de um dos posto mais altos da cadetral de San Pedro, comanda a cerimônia, começando com um discurso que me reconhece como rei oficialmente. Até que o momento mais solene chega: a unção.

Sentei-me no trono de frente ao altar, enquanto o arcebispo me vestia com um manto dourado e me apresentava as jóias da coroa.
Primeiro as esporas, seguindo das espadas, braceletes, orbe e um anel na mão direita. Tudo isso é me dado.
Recebo também o cetro com a cruz na mão direita e a haste com a pomba na esquerda.
O arcebispo finalmente coloca a coroa sobre minha cabeça, enquanto seguro o cetro e a haste.

- Deus salve o rei Nicollas II, Rei de Rike da Noruega!

Benzido pelo arcebispo na finalização da coroação, oficializando minha nova posição de Rei da Noruega com apoio da Itália, naquele momento estava certo que construiria um belo reino.

O Pecado da Luxúria - AshmadiaOnde histórias criam vida. Descubra agora