Lado B

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NOTAS DA AUTORA:
Oi clã.
Apareceu a margarida!
Eu queria postar esse capítulo somente no natal, para ser meu presente pata a @Vanjin, mas não rolou, eu sou ansiosa demais. Feliz natal Mah! ❤️
Feliz Natal adiantado a todos vocês. ❤️
Espero que gostem.
Boa leitura.

Seul, Coreia do Sul, 24 de abril de 2020

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Seul, Coreia do Sul, 24 de abril de 2020.

Lado B : Min Yoongi

Se eu não tivesse para quem voltar, provavelmente seria apenas mais um homem morto arrastando-se através das ruas cheias de Seul. Contudo, quando abri a porta de casa dei de cara com um par all-star vermelhos jogados no meio do hall de entrada, cadarços para um lado, meias estampadas do homem de ferro para outro, palmilhas  no carpete, notei ser para aquela confusão que eu desejava voltar. Eu poderia sim ficar zangado, já havíamos discutido sobre a exagerada desorganização do dono daqueles sapatos, no entanto, naquela noite em especial, onde eu estava exausto até os ossos, aqueles all-star fizeram-me sorrir. Eu sabia que o dono dele abraçaria-me e faria toda aquela infelicidade de um dia duro de trabalho ir embora.

Com um suspiro, me agachei e recolhi o all-star e seus acessórios do assoalho, antes de os guardar na pequena sapateira escondida atrás da porta, os encarei, estavam exageradamente gastos, com furinhos nas laterais, com fiapos e os bicos de borrachas que deveriam ser brancos, encontravam-se tomados por desenhos, feitos por caneta esferográfica preta, desconexos e palavras, entre elas o meu nome. Nada descreveria melhor Jeon Jungkook, que seu all-star vermelho.

Caminhei devagar, nosso apartamento era enorme, mas resumia-se em basicamente  três cômodos: banheiro, quarto e uma cozinha americana que fazia divisa com a sala. Podia-se ver a nossa mistura naquela construção na cobertura  do prédio; os móveis eram escassos, apenas o necessário, mas, sobre a estante, via-se as capas dos meus CDS e dos jogos do meu namorado, nas estantes, as novas edições de Boku no Hero e a coletânea do Victor Hugo, nos armários estavam os cereais preferidos dele dividindo espaço com meus pacotes de pães, na cama, os lençóis bagunçados denunciavam o que fazíamos antes de dormir. Eu gostava das paredes, que nós erramos a mescla de tons, e agora dispunham de um tom forte de amarelo-mostarda, gostava do assoalho de madeira e gostava daquela gigante cadeira de gamer, onde Jungkook estava.

O Jeon havia acabado de sair da casa dos seus pais, e veio direito para que construímos juntos, ele pagava de youtuber, mesmo não precisando de fato trabalhar, e produzia para o seu canal gamer de cem mil inscritos no youtube. Dizem que o trabalho dignifica o homem, a dignificação do meu namorado vinha de gritar palavrões escrupulosos, essa palavra que vinha do meu vocabulário e ele inseriu no dele, para a tela do computador, instigar os outros jovens e adolescentes a consumirem os produtos das #publis e passar o máximo de tempo vendo-o queimar seus neurônios enquanto faziam o mesmo. Era esse seu ofício diário. E eu não ligava. Eu gostava disso, porque ele adorava fazer aquilo, e eu amava vê-lo fazendo o que ama. Como eu também amava vê-lo gastar o tempo livre andando de 'skate', comendo besteira em frente a TV e lendo a literatura mais estimulante para ele que era os quadrinhos do Loki. Tudo que fazia Jeon Jungkook, ser Jeon Jungkook. Meu garoto.

All-Star vermelho(Myg+Jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora