Cabeça nos livros

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Entramos no carro e fomos ao caminho para a minha casa, coloquei a música monster para agrada-la.

- Essa música é incrível- ela falou dançando com as mãos e eu dando risada igual um bobo

O caminho foi só música Shawn Mendes uma atrás da outra, e a Sininho amou, ela dançou todas, mas chegamos em casa.

- Senhorito Urrea, está pronto para um dia de estudos?

- Sim, mas e a Senhorita Sina está pronta para me  dar aula por uns dias?

- Hum talvez, pode ser que sim pode ser que não, vai depender do meu aluno- dei risada- mas Noah é sério, você tem que ir bem, eu quero ver a tua cara o ano que vem com mais frequência.

- Você não vai se livrar tão fácil de mim

- Há que pena

- Nossa

- Tô brincando, vamos começar - sentamos na cadeira e ela tirou da mochila uma sequência de livros- quer começar por onde?

-Para falar verdade não quero nem começar, mas preciso, pode ser o capitulo 45

-Noah não tem tudo isso de capitulo, vai até o 22- dei risada e ela pegou uma das muitas apostilas- vamos começar pela 15

Passamos o resto do dia estudando, não conseguimos terminar mas já estudamos um terço da matéria, e por incrível que pareça entendi algo. Já são quase 10:00 da noite e a única coisa que eu queria é deitar na cama e acorda só meio dia de amanha

- Sina já chega- me levantei- eu não aguento mais, já estou muito exausto

- É melhor, conseguimos estudar uma boa parte, eu só espero que entendeu alguma coisa

- Eu aprendi sim, com a melhor professora

- Isso é um bom nome, a melhor professora Sina Deinert

- Também acho- cheguei mais perto e dei um beijo na bochecha dela

- Que isso?- fez uma cara de confusa

- Isso é um pequeno agradecimento por estar sacrificando por mim

- Para um amigo eu sacrifico

Não que eu ligasse mas ela acabou de me botar na friendzone, nunca aconteceu isso comigo, as meninas sempre saiam correndo atrás de mim, é uma coisa nova

- Como amigo- falei bem baixo para ela não escutar

- O que você falou?

- Nada, nada não

- Tá bom né, Noah eu já to indo, já está tarde

- Nada disso

- Que?

- Nós nem comemos ainda, eu tô morrendo de fome e eu sei que você também está

- Não tem problema eu como em casa

- Nada disso, vou pedir uma pizza

- Tá bom, eu quero uma de picles

- Credo Sina- ela deu risada- vai comer sozinha

- Você não gosta?

- Eu não gosto eu odeio

- Então pode ser de calabresa

- Tá eu só vou pedir- peguei o celular e pedi a pizza - pronto, o que você quer fazer agora?

- Tanto faz

- Sabe de uma coisa, eu nunca descobri a sua história, sempre te pergunto e você enrola e não conta, o que acha de me contar agora

- Quer mesmo saber?- assenti- é uma história tão chata

- Me conta, caso se sentir triste você para

Sina

- Eu tinha 10 anos minha irmã mais nova tinha 6 anos, éramos crianças felizes, irmãs muito próxima amigas. Minha mãe era uma mulher incrível, ela fazia o possível e o impossível para nos deixar feliz, eu a amava muito- comecei a chorar, um choro calmo- ao contrário do meu pai postiço. Para falar verdade eu nem sei que é a minha mãe de sangue, fui largada na rua, minha mãe postiça me achou logo que saia da feira, ganhou na justiça e conseguiu a minha guarda, logo depois ela se casou e teve Anne ( minha irmã ), nunca tive realmente vontade de saber que era os meus pais verdadeiros.
Mas voltando para o meu pai mal, bom ele não conversava muito comigo, parecia que ele me odiava parecia não ele me odiava, chegava em casa bêbado e até drogado as vezes, ele nunca chegou a abusar de mim e nem da minha irmã, tentava ser uma boa pessoa mas não tinha muito sucesso nisso.
Um dia a minha mãe saiu para ir em um evento de costura, nos deixou sozinha, porque como sempre o retardado do pai mal morava no bar. Fiz o almoço limpei a casa, fiz o café da tarde, estava tudo arrumadinho, em seu devido lugar, minha irmã estava sentada no tapete brincando com as bonecas e eu estava sentado no sofá lendo um livro, a porta se abriu e o pai mal chegou bêbado e com um pacotinho com droga nas mãos, logo pegou com força no braço da Anne e a levantou com tudo, estava com medo mas ao mesmo tempo faria de tudo para protegê-la, entrei no meio dos dois e fiz ele lagar o braço dela que já estava ficando roxo de tanto que ele apertou, Anne caiu no chão e o idiota me pegou pelo colarinho da minha camisa começou a me bater, me bateu tanto que acabou saindo sangue
  Enquanto ele me batia eu gritava para Anne sair correndo e por sorte ela me obedece. Minha mãe chegou em seguida e deu de cara com ele me batendo...- fui interrompida pela buzina da moto da pizza

- Bem agora- se levantou- já volto

Eu não queria ter contado nada para ele, não me sentia bem lembra do passado, minha cabeça não saia do passado

- Pizza quentinha- ele abriu a porta com a pizza em uma mão - vem vamos comer

Fiquei lá parada, sem prestar atenção em nada, ele chegou perto de mim e pegou na minha mão

- Desculpa, não deveria ter insistido

- Se eu contei é porque eu estava pronta. Noah já faz 12 anos, é só você e a Heyoon sabe da verdade

- Nós temos algo em comum, eu contei para você e pro meu amigão e você me contou e contou pra sua amigona

Dei risada- como que você me faz rir até nesse momentos?

- Eu sou profissional e fazer as pessoas felizes, mas é sério me conte o resto quando se sentir a vontade - assenti- mas vamos comer a pizza de picles se não vai esfriar

- Pizza de picles e sua favorita

- Eca que nojo- fomos até a cozinha abraçados um com o outro

𝘋𝘦 𝘮𝘶𝘯𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘪𝘧𝘦𝘳𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴  / [NOART]Onde histórias criam vida. Descubra agora