- Rasgou-me por inteiro. Arrancou todo oxigênio dentro dos meus pulmões. Tirou-me a liberdade de me amar.
Os pedaços minúsculos de desamor dissipavam-se pelo espaço e se espalhavam pelo vazio, deixando um obscuro rastro mau cheiroso.
- Meu corpo está por toda parte. Roubaram-me de mim. Devolve meu corpo. O que de errado foi que eu fiz?
- Não se compra uma alma, nem se faz de quadro na parede. Seus pedaços são seus. Punamos nós os famintos vendedores de almas. Eles são os verdadeiros buracos negros de corações vivos. Quebram o chão onde pisam e não sabem tocar sem manchar de sangue.
Deixe que morram dentro de suas próprias carniças vivas. Não há terra que suporte abrigar esses defuntos emocionais.
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A língua das estrelas
PoesíaSomos profundos como poços sem fim, onde existem milhares de universos exploráveis e o seu mergulho é infinito e insaciável. "A Língua das Estrelas" traz pequenos diálogos entre uma menina e uma estrela, que a faz companhia e fala o que sabe sobre...