Mal amada- Mal almada

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- Não saber o que ser, quem ser ou para quem ser porque ele me roubou a identidade para ele.

- Guardou um mundo e trancou em uma caixinha, para que ele pudesse moldá-la.

- E agora eu não sei quem ser, porque não se é quando se tem a sua joia mais valiosa roubada.

- Um ladrão de almas.

- Sem nem mais palavras.

- Nem uma sílaba.

- Sem tom vocal.

- Agora ele te diz o que dizer, sem nunca saber quem você é. Selar-te para sê-lo. Agora não sentes para não serdes e viverdes de quem não é. Tudo para ele, um monopólio silencioso.

- E ouso dizer que está errado. Uma semente quebrada ainda é uma semente.

Eu nasço no solo que for, porque sou flor de nascer em todo jardim. Em qualquer um deles.
Porque eu revivo, em todas as épocas, dentro de todas as estações. Morta, por hora, e viva para viver, onde quer que for, para quando for.

Eu deixo minhas pegadas onde vou, mesmo que não me queiras viva. Um aborto de quem não tem ventre nem alma, dono de todas as minhas mais intrínsecas palavras.

A língua das estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora