"Você precisa aprender a não me provocar mais."

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Você não teve muito tempo pra pensar ao ter a boca assaltada pela dele, tendo seus lábios cheios buscando os seus ávidos e cheios de desejo. Algo explodiu dentro de você, e a névoa branca voltou ao seu cérebro. Dessa vez a inebriando de desejo. Tudo o que você conseguia pensar era "Sherlock, Sherlock, Sherlock". Suas mãos alcançaram os ombros dele. Depois, uma se dirigiu para a nuca, a outra correndo desesperada pelos seus cachos. Eram tão macios quanto você sempre havia imaginado. Você puxou levemente seu cabelo e foi recompensada com um gemido baixo vindo do fundo da garganta de Sherlock. Ele imediatamente tirou as mãos da sua cintura e a levantou por suas coxas, a prendendo na parede, lhe deixando na altura do seu rosto. Vocês pararam de se beijar por um segundo.

Ao procurar seus olhos você não reconheceu Sherlock. Ele não rinha uma expressão serena, nem calculista, nem brava, nem entediada. Ele parecia apenas um homem esfomeado, privado por tempo demais de comida, e parecia no momento que não só ele havia encontrado alimento, mas que você era a refeição favorita dele. Você quis gritar, mas nada saia da sua boca. Nada daquilo fazia sentido, e mesmo assim você queria ficar presa ali pra sempre. Se Sherlock ainda estava testando você, nesse ponto você não ligava mais. Se ele queria provas da sua atração, que tivesse. Você lidaria com essas consequências depois.

Você puxou o rosto dele novamente, sentindo como se ficar longe da sua boca doesse em você fisicamente. Sherlock pareceu concordar, pois voltou a beija-la com o mesmo entusiasmo. Sua língua procurou pela sua, e a sensação era quase dolorida de tão gostosa. Vocês se moviam ritmicamente, uma sintonia perfeita. As sensações que ele lhe causava... Ele era bom demais nisso. Bom demais em beijar. Onde ele havia aprendido? Com quem? 'Ela?'

Isso fez você se afastar. Sherlock pareceu extremamente confuso. Por um segundo você quase riu da sua expressão, não era algo que você estava acostumada a ver em seu rosto. Ele estava com o cabelo completamente desalinhado, os lábios inchados e rosados, os olhos nebulosos de luxuria. 'Perfeito demais. Inalcançável.' De repente você se lembrou do porque sentia tanta raiva sobre esse assunto. Sherlock podia até lhe ver como um objeto de desejo agora, talvez uma transa rápida para aliviar a tensão, comemorar seu sucesso. Ao contrário do que todos pensavam, você sabia que Sherlock não era virgem. Ele tinha necessidades e as supria. As vezes ele transava apenas para conseguir o que queria. Com quem, ou em que frequência, você não fazia ideia. O que a machucava era pensar que Ela havia tido essa sorte.

Mas ele nunca veria você como alguém duradouro. Sherlock não era homem para um relacionamento. Com o tempo, ele enjoaria de você, como ele enjoava de tudo eventualmente. Isso a partiria em um milhão de pedaços, e ele continuaria sua vida devidamente aclamado por seus feitos, enquanto você partiria sozinha para uma vida vazia sem ele. Você deve ter transparecido algo em seu rosto, pois Sherlock se aproximou um pouco, suas mãos acariciando a parte de baixo das suas coxas, apertando com delicadeza, como se você não pesasse nada... "Eu fiz algo errado?"

Você fechou os olhos por um momento, percebeu que Sherlock era tudo naquele momento. Não só seu corpo, mas sua amizade também. Percebeu que o queria por perto mais do que o desejava. Abriu a boca para falar, mas Sherlock escolheu aquele momento para buscar por seus lábios novamente, lentamente dessa vez. Ele mordeu seu lábio inferior, o puxando devagar, a fazendo quase esquecer de tudo. 'Jesus.'

A chaleira a salvou. Ela começou a apitar, sobressaltando vocês dois. Delicadamente você se libertou do abraço de Sherlock, sem olhar no seu rosto, se dirigindo ao fogão e desligando a água. Você decidiu que iria desistir do chá. De repente, olhar para Sherlock pareceu difícil. "Sherlock, acho que vou descansar. A corrida atrás de LaRoue me deixou cansada. Certamente você entende..."

The Purple ShirtOnde histórias criam vida. Descubra agora