Epílogo

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Você teve um maravilhoso segundo orgasmo naquela noite. Você tinha TANTAS perguntas, mas para falar a verdade tinha muito medo das possíveis respostas. Estava vagando sonolentamente sobre essas possibilidades quando Sherlock a puxou delicadamente para mais perto dele. Vocês deitaram de frente um pro outro, exaustos e satisfeitos. Você não sabia muito bem como agir. De repente se sentiu insegura. Sherlock falou primeiro.

"Eu realmente vou ter uma conversa com LaRue. Presos aparecem espancados o tempo todo. Brigas acontecem. Tentativas de motim. Ousadias com policiais. Extremamente comum". Você riu, nem lembrava mais do corte. Ele passou o dedo delicadamente sobre sua testa, desta vez você apreciou o gesto. Você ia dizer para ele esquecer essa história quando ele continuou falando.

"São incríveis..."

"O que?" Sherlock fazia isso frequentemente, mudar de assunto rapidamente como se você estivesse a par da velocidade em que os pensamentos dele mudavam.

"As sensações..." ele desceu a mão novamente até seus seios, descendo até seu quadril e subindo novamente até descansar a mão em seu rosto. "Incrível."

"Mas você já teve essas sensações antes... Não?" Ele parecia confuso.

"Você já fez sexo antes".

"Oh". Ele ficou calado um momento, parecia procurar as palavras. "Sim. Mas nunca..." Ele parecia um pouco sem graça com a situação. "Das outas vezes os feromônios eram despertados, a produção de noradrenalina era completamente natural. Dopamina, serotonina, anfetamina. Tudo conforme é esperado e produzido pelo ser humano em sua mais fundamental necessidade de perpetuação da espécie, ou em alguns casos – como o meu – apenas suprir a invasão de libido que nos acomete." Ele parou, passou a mão em seu próprio cabelo, descansou ela embaixo do travesseiro. Parecia confuso. "Com você foi diferente. Eu nunca havia sentido essa... Atração, com tanta força. Das outras vezes eu apenas supria minhas necessidades."

"Nem por ela?"

"Ela?" Ele parecia realmente confuso.

"A Mulher. Irene." Você se arrependeu assim que as palavras fugiram da sua boca.

Ele riu. (Ele riu!) Você não sabia qual era a graça, mas não gostou. Ele explicou como se fosse a coisa mais óbvia mundo. "Adler me deixou intrigado, confesso. Mas ela não está mais aqui. E comparado a você... Você é absolutamente estonteante. É claro que a beleza é algo completamente construído socialmente através de padrões construídos por..."

"Sherlock". Você o interrompeu, ele estava divagando.

"Você é diferente. É confuso e eu não compreendo. Me deixa irritado não compreender. É mais do que a atração física em si. Eu... Preciso de você." Ele pareceu enfatizar a última frase, querendo que você entendesse algo crucial. Mas pra você não estava fácil a compreensão, suas últimas sentenças haviam a pegado de surpresa totalmente. "O que eu falei antes era verdade. Você realmente tem estado em minha cabeça mais do que deveria. Ver você hoje com a minha camisa... Me chame de narcisista se quiser, mas acho que gosto de ver minha camisa caindo de seu corpo tanto quanto gostei de vê-la vesti-la."

As palavras dele mexeram com você. Você se sentia desejada. Mas também lhe deixaram ainda mais confusa. Você continuava com medo, ele ainda era Sherlock Holmes. Vocês ficaram em silêncio por um tempo, apenas se olhando. Sua cabeça um turbilhão de pensamentos. O que será que ele estava pensando? Depois de um tempo você deitou sua cabeça no ombro dele, e ele a acolheu confortavelmente. Ouviu as batidas de seu coração irem desacelerando aos poucos. Você deveria ir para própria cama agora, não? O que representava você ficar aqui? O que representava ele envolve-la daquela forma? O que era isso tudo que estava acontecendo? Sherlock Holmes não era um homem de afetividades.

The Purple ShirtOnde histórias criam vida. Descubra agora