Capítulo 2 - Welcome to São Paulo

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O.K.

   Acho que essa notícia deveria ser boa. Mas não é. Como eu iria escapar de Jéssika para encontrar Marcos? Como iria dizer que estou encontrando o ex inimigo dela? O pior: Como encontrarei Marcos?

   São tantas coisas, tantas perguntas que não quero saber das respostas. Porque elas não existem. Ou ainda está em processo de construção. Não, elas não existem mesmo.

   — Co...Como assim Jéssika? Eu...

   — Bobo, lembra que você me enviou por Mensagem Direta seus dados do vôo? Então... Eu consegui um lugar.

   —  Mensagem Direta?

   — Sim, pelo Twitter!! Hello!!!

   Bem, todas as perguntas ruins a respeito disso eu deletei por um momento da minha cabeça. Acho que vai ser uma boa Jéssika comigo, já que não conheço muito SP, só conhecemos o local onde fizemos a prova do vestibular e o hotel em Santana, já que voltamos semana seguinte. Na verdade nem Jéssika conhecia muito bem, mas duas cabeças pensam melhor que só uma.

   — E sua faculdade? Como vai ficar?

   — Fiz a prova da FUVEST com você lembra?

    — Só por experiência. - franzi o cenho.

    —Mas passeiiiiiiii também. Gostou da novidade?!

   Na verdade, aquilo doeu um pouco em mim.

   — É claro que eu estou feliz!!! Nossa!! Vem cá, me dá um abraço.

    —  Eu sabia que você iria ficar feliz. São Paulo nos aguarde!

  Realmente eu estavsa feliz. Só não aceitava o fato de estar comigo e saber que estou indo à procura de Marcos. Deletei novamente esse pensamento, planejando outros pensamentos para nossa futura e próxima viagem juntos.

   — Temos que contar a mamãe, vem. - a puxei para a cozinha.

   Jéssika não gostava de Marcos por vários motivos: Primeiro, ela tinha ciúmes de mim com ele, Segundo: Ele era muito mais velho que eu, já que eu tinha 29. E ultimo: Eu havia aprendido tudo sobre o universo gay com ele. Ela o ocupava por eu ter entrado mais a fundo nesse planeta.

      — Mãe, adivinha quem vai pra São Paulo comigo?

   Mamãe estava lavando louça. Meu pai não estava mais na cozinha.

   — Ah, deixa eu ver.... Ela? - Mamãe apontou pra Jéssika.

    —Sim.

    —Mas a república masculina onde você vai morar não é... Digamos... Masculina?

   Não havia pensado onde Jéssika iria morar.

   — Poisé, onde você vai morar mesmo? No campus da universidade ou já tem república agendada? - falei entredentes.

   Tentei ao maximo parecer o namorado preocupado com a moradia da namorada. Apesar de tudo isso não passar de pseudônimos.

   — Já esta tudo O.K. falei com uma garota de Santana, onde tem uma república de meninas. Pagarei apenas as minhas despesas.

   — Hum... Qual o curso? - Mamãe perguntou.

   — Moda. Queria fazer o mesmo curso que Luan, mas Arquitetura não é meu foco.

   Jéssika tem um Blog da Tumblr de moda bem famoso aqui em Belém, então quando fizemos a prova para entrar na faculdade nem perguntei qual seria seu curso, pois estava estampado em suas vestimentas qual seria seu curso.

   Abracei ela para parecer mais casual. Dar uma de namorado falso era uma das táticas em que eu me dava muito bem.

   Depois de organizarmos tudo com nossos pais, fomos nos despedir de nossos amigos.

   Dayse, ao saber da nossa partida, fez uma festa enorme. Uma social que todo jovem de Belém adora ir. Voltamos de manhã cedo e Jessyka dormiu em casa.

   No dia da viagem, minha mãe me chamou para conversar.

  — Filho, sabes que São Paulo é enorme e abrange ma enorme quantidade de gente. Cuidado com certas pessoas que tentam enganar e destruir a vida dos outros.

   No meu pensamento, a imagem de Marcos apareceu. Engoli em seco.

   —Eu sei mãe. Vou tomar cuidado com isso.

   Depois disso, converamos sobre tudo o que tínhamos de direito.

   Estava à noite. A mala já estava pronta. 

   O aeroporto internacional de Belém parecia gritar em meu ouvido. Como se estivesse em um transe, me mandando ficar em Belém. Deixei isso de lado.

   Kelvin, nosso amigo de infância, foi nos deixar.

   — Sentirei saudades. Nunca pensei que iria falar isso mas... É... Sentirei muita saudade... - seu abraço depois daquilo me fez chorar de verdade.

   Kelvin era daquele tipo de amigo que você não quer largar por nsada pelo simples motivo de fazê-lo feliz. E isso me deixou muito triste. Eu havia falado pra ele sobre a prova FUVEST, mas sua familia queria que ele se graduasse em Belém mesmo. Isso partiu meu coração e o de Jéssika. O trio parada dura nunca mais iria ser o mesmo.

   — Nos também sentiremos. - chorei - Manda mensagem pelo WhatApp ou mensagem direto pelo twiiter.

   — Claro que mandarei cabeça de vento.

   Era hora de me despedir de meus pais.

   Engoli em seco.

   Meus pais estavam chorando. Meu pai chorando? Tudo bem, aquilo me cortou mais ainda o coração. Ele era sempre austero demais, até no filme "Marley & Eu" ele não teve remorsos! Mas eu o entendia. Seu único filho iria pra um novo estado, uma nova cidade, a mais populosa do país. Eu o chamo de campeão, pois só um campeão iria deixar seu filho morar em outro local a quilômetros de distancia do seu. Mas eu tinha que seguir meu sonho. Não. Tinha que ir atrás do amor da minha vida, pra ser mais exato.

  —  Então. Meu filhote cresceu bastante e agora esta indo atrás do que é seu.

   Ele só não soluçou porque ainda tinha uma pequena parte em seu coração que dizia : controle-se!

   — Sim. Mas lembrem que isso não é uma despedida, e sim um Olá para uma nova vida. Verei vocês no verão.

   — Claro filho. Estaremos esperando você com aquela torta de maçã e aquele açaí que você ama.

   Chorei mais ainda. Ficar cinco anos sem comer a comida da minha mãe era preocupante. Iria sentir falta dos meus pais.

   Jéssika se despedia de Kelvin e de seu namorado verdade, mas claro, sem beijo na boca, afinal, para meus pais, ela era minha namorada. Eles já tiveram seu "Momento despedida". Depois do check in, fomos a sala de embarque. A partir daquela sala, minha vida iria mudar completamente.

Meus pais saíram do aeroporto antes de entrarmos no avião, pois tinham compromisso no trabalho. Kelvin ficou mais um minuto antes de entrarmos na aeronave.

   Foi difícil dar adeus a Belém. As casas ficavam cada vez menores enquanto o avião subia. Por um longo tempo eu não iria ver aquela cidade. Jéssika estava entusiasmada comuna viagem.

—Amos seus pais Luan, mas fingir que eu era sua namorada já estava me dando nos nervos. Enfim, livres!!!!!

   Não. Pude conter um riso.

   — Sim, livre.

   E Belém sumiu atrás de nós.

   Dormimos um pouco ate acordarmos com o serviço de bordo. Peguei um Doritos, Fini Tubes e uma cerveja. Jéssika pediu o mesmo. Comemos e fomos dormir. Acordando depois de 3 horas. O céu estava clareando pela luz da manhã. Estávamos chegando.

   Vi pela janela um ponto enorme de luz, e então uma voz soou no alto falante:

   "Seu voo durou aproximadamente 4 horas. Preparar para a aterrissagem. Bem vindos à grande São Paulo."

O céu está me olhandoOnde histórias criam vida. Descubra agora