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— Não chora, porra! — Ordenei a mim mesmo ao tentar conter minhas lágrimas

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— Não chora, porra! — Ordenei a mim mesmo ao tentar conter minhas lágrimas.

O homem que agora eu reconhecia como Lourenzo havia descido do palco e ordenado que eu fosse até seu escritório.

— Entendi que você me odeia, não precisa tripudiar em cima dos restos podres. — Existia um Deus, um ser que fui ensinado que só ama os iguais, os diferentes, pertencem ao inferno.

O elevador abriu e suspirei seguindo até a secretária.

— Bom dia, o senhor Lourenzo pediu minha presença. — Falei baixinho e envergonhado. A moça me inspecionou com uma expressão de nojo que mesmo a quantidade excessiva de maquiagem não escondia.

Ela pegou o telefone e comunicou ao todo poderoso. Depois me guiou até a sala. Entrei e ergui meu rosto que queimava de vergonha na direção do senhor Lourenzo. Ele me recebeu com um semblante frio e aparente desprezo.

— Sente-se. — Mandou, enquanto outro senhor entrou. Obedeci-o apreensivo e apertei minhas mãos uma na outra, nervoso e apavorado.

Existiam explicações, mas hoje pela manhã entendi que ele não as queria e mesmo que eu estivesse tentando compreender o que realmente aconteceu, tinha ciência que o senhor Lourenzo sentia nojo de mim e jamais me direcionaria seu precioso tempo para que eu pudesse explicar e obter respostas do ocorrido.

— Preparou tudo, Juarez? — Lourenzo era tudo que as revistas de negócio e fofoca descrevia: frio, poderoso e misterioso. Acordei tão assustado que o medo não me permitiu reconhecê-lo. Antes de participar da entrevista para o cargo tive o cuidado de pesquisar sobre a empresa e seu dono.

— Sim, senhor! — O homem abriu sua maleta e entregou os papéis para Lourenzo. Eu apenas acompanhava a interação, como se minha Sininho tivesse comido minha língua.

— Assine. — Colocou o documento na minha frente me entregando uma caneta. Engoli em seco, sem compreender.

— Do que se trata isso? — Perguntei baixinho.

— É um acordo de sigilo. — O homem explicou finalmente me fazendo perceber que era um advogado.

— Sigilo? — Não havia compreendido.

— Não quero que a situação de ontem e hoje ultrapasse as barreiras dessas paredes.

Peguei o documento com minhas mãos tremendo. Era tão visível meu estado que o advogado demorou-se olhando o papel que balançava. Comecei a ler sentindo meu corpo dormente e deixando as lágrimas caírem manchando o documento.

— Eu... eu não sou um prostituto. — Sussurrei ao ler o contrato de confidencialidade. Não teria problema se eu fosse um profissional do sexo, mas eu não era. — Eu não estava bêbado. Eu fui drogado. — Tentei explicar ao entender do que se tratava toda a situação.

ROSA PARA MENINOS, E DAÍ? DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora