Capítulo 3

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Capítulo será retirado dia 27/12

O mesmo homem que nos orientou sobre o camarim abre a porta e chama meu número, syémy. Fecho os olhos e inspiro todo o ar que consigo, acalmo parte da tremedeira que se alastrou pelo corpo.

Talvez o sete seja um bom presságio, se pensar pelos buquês presenteados, números ímpares sempre significam coisas boas. Uso a mesma teoria para justificar que toda essa situação inusitada que fui colocada seja um sinal de algo bom.

Desde quando tirar a roupa na frente de estranhos é bom, Katrina?

Rumo à saída, enquanto balanço a cabeça para dispersar os pensamentos aleatórios. Agora já é tarde para desistir ou justificar qualquer confusão que seja.

O senhor me conduz até uma pequena escada e pede para que aguarde a cortina ser aberta. Não tenho a menor ideia do que fazer ou como agir, Nikita saiu do camarim antes de mim e só bebemos algumas doses até anunciarem seu número.

Levo a mão até a máscara e respiro, aliviada. É como interpretar um papel, uma dançarina ousada e liberta, sem passado, sem presente, sem rosto ou identidade definida. Posso fazer isso e sair ilesa.

A cortina abre e baixo a mão com rapidez, uma luz amarelada ilumina o centro do ínfimo palco redondo com assoalho de madeira. Pequenas lâmpadas enfeitam a borda e não me deixam ver com certeza quantas pessoas estão à minha volta.

Subo o degrau que me separa da ação, seguro o mastro localizado no meio do espaço, firmo as duas mãos em torno do metal frio, como se minha vida dependesse disso.

Evito olhar para baixo, o palanque é um pouco mais alto, não muito, mas o suficiente para que sejamos vistas por todo o salão. Foco meu olhar na multidão adiante, que parece estar entretida com a atração principal no grande palco.

Uma batida fraca começa a soar e logo aumenta. Um ritmo cálido e envolvente, assim que a voz feminina começa a cantar a reconheço. Rihanna canta a letra de Skin e não poderia ser mais propícia para o momento.

Envolvente, sedutor e escrachado na proporção exata.

Nunca usei uma barra de pole dance, mas a situação me permite ao menos brincar com o objeto. Mantenho um braço esticado, seguro nela e solto o corpo para contorná-la, fecho os olhos no processo e um tremor libertador retumba no peito.

Paro de frente para a multidão, apoio as duas mãos acima da cabeça e desço o corpo parcialmente, dobro os joelhos e ondulo os quadris no processo, sentindo a cada batida meus instintos se aflorarem.

Os movimentos começam a acontecer de forma automática, como se algo dentro de mim soubesse exatamente o que fazer com o som e o aparelho que me foi destinado.

Giro mais uma vez, agora com segurança, fico diante do poste, inclino o tronco para frente, o que coloca minha bunda exposta para que todos observem. Aproveito para girar a anca de um lado para o outro, movimentos lentos e ritmados seguindo a batida sedutora.

Volto o tronco, ainda de costas, ergo as mãos e deslizo a ponta do dedo por um braço, contorno o pescoço e a trago para minha frente girando o corpo rapidamente.

Levo as mãos aos seios, olhos cerrados, o prazer de ser observada, ou não, ainda não tive coragem de prestar atenção se alguém está próximo o suficiente do pequeno espaço que me cerca.

Ondulo meu corpo, minhas mãos escorregam pela frente, devagar, até alcançar o topo da minúscula calcinha que uso, arrisco a ponta dos dedos do lado de dentro e ouço um "gorjáčij" alto e claro muito próximo de mim.

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⏰ Última atualização: Sep 26, 2022 ⏰

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