Capítulo será retirado dia 27/12
O mesmo homem que nos orientou sobre o camarim abre a porta e chama meu número, syémy. Fecho os olhos e inspiro todo o ar que consigo, acalmo parte da tremedeira que se alastrou pelo corpo.
Talvez o sete seja um bom presságio, se pensar pelos buquês presenteados, números ímpares sempre significam coisas boas. Uso a mesma teoria para justificar que toda essa situação inusitada que fui colocada seja um sinal de algo bom.
Desde quando tirar a roupa na frente de estranhos é bom, Katrina?
Rumo à saída, enquanto balanço a cabeça para dispersar os pensamentos aleatórios. Agora já é tarde para desistir ou justificar qualquer confusão que seja.
O senhor me conduz até uma pequena escada e pede para que aguarde a cortina ser aberta. Não tenho a menor ideia do que fazer ou como agir, Nikita saiu do camarim antes de mim e só bebemos algumas doses até anunciarem seu número.
Levo a mão até a máscara e respiro, aliviada. É como interpretar um papel, uma dançarina ousada e liberta, sem passado, sem presente, sem rosto ou identidade definida. Posso fazer isso e sair ilesa.
A cortina abre e baixo a mão com rapidez, uma luz amarelada ilumina o centro do ínfimo palco redondo com assoalho de madeira. Pequenas lâmpadas enfeitam a borda e não me deixam ver com certeza quantas pessoas estão à minha volta.
Subo o degrau que me separa da ação, seguro o mastro localizado no meio do espaço, firmo as duas mãos em torno do metal frio, como se minha vida dependesse disso.
Evito olhar para baixo, o palanque é um pouco mais alto, não muito, mas o suficiente para que sejamos vistas por todo o salão. Foco meu olhar na multidão adiante, que parece estar entretida com a atração principal no grande palco.
Uma batida fraca começa a soar e logo aumenta. Um ritmo cálido e envolvente, assim que a voz feminina começa a cantar a reconheço. Rihanna canta a letra de Skin e não poderia ser mais propícia para o momento.
Envolvente, sedutor e escrachado na proporção exata.
Nunca usei uma barra de pole dance, mas a situação me permite ao menos brincar com o objeto. Mantenho um braço esticado, seguro nela e solto o corpo para contorná-la, fecho os olhos no processo e um tremor libertador retumba no peito.
Paro de frente para a multidão, apoio as duas mãos acima da cabeça e desço o corpo parcialmente, dobro os joelhos e ondulo os quadris no processo, sentindo a cada batida meus instintos se aflorarem.
Os movimentos começam a acontecer de forma automática, como se algo dentro de mim soubesse exatamente o que fazer com o som e o aparelho que me foi destinado.
Giro mais uma vez, agora com segurança, fico diante do poste, inclino o tronco para frente, o que coloca minha bunda exposta para que todos observem. Aproveito para girar a anca de um lado para o outro, movimentos lentos e ritmados seguindo a batida sedutora.
Volto o tronco, ainda de costas, ergo as mãos e deslizo a ponta do dedo por um braço, contorno o pescoço e a trago para minha frente girando o corpo rapidamente.
Levo as mãos aos seios, olhos cerrados, o prazer de ser observada, ou não, ainda não tive coragem de prestar atenção se alguém está próximo o suficiente do pequeno espaço que me cerca.
Ondulo meu corpo, minhas mãos escorregam pela frente, devagar, até alcançar o topo da minúscula calcinha que uso, arrisco a ponta dos dedos do lado de dentro e ouço um "gorjáčij" alto e claro muito próximo de mim.
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[Degustação] Destinada ao CEO Imoral
Chick-Lit[LEIA OS AVISOS ANTES DE ADICIONAR O LIVRO] Um homem marcado pelo preço das suas escolhas. Yerik conseguiu reerguer a vida e tornar-se um empresário de sucesso em Moscou. Reinaugurou o bar que herdou do pai e o transformou no Clube Lenusya, uma boat...