Capítulo 1

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O capítulo será retirado dia 20 de dezembro.

As luzes piscam nos strobos localizados no palco ao fundo, enquanto lasers holográficos estrategicamente distribuídos no salão formam um desenho quadriculado acima da agitação. Olho para o teto e vejo algumas mulheres penduradas em arcos, realizam acrobacias sensuais, vestem apenas lingerie e se movem como serpentes em torno do suporte, envolvidas na batida da música.

Sorrio de lado, encantada com toda a atmosfera que nos envolve, luxúria, pura e imutável, torna o ambiente parco ainda mais cativante. Duas escadas laterais separam as áreas vips, ou camarotes, sou conduzida para uma delas, o lado reservado ao Volk, por Danya.

— Bem interessante aqui — ele comenta, próximo ao ouvido.

— Muito bom. — Balanço a cabeça e solto um riso.

Contornamos algumas pessoas, arrisco um olhar mais apurado pelo salão, procuro pelas madeixas ruivas da minha prima que prometeu acompanhar Russell na inauguração, mas não a vejo.

Danya fala com o segurança que guarda a escada e somos liberados para subir. Assim que passo pelas cortinas escuras, forço a vista para ver o ambiente e as pessoas que já o ocupam, quase sem iluminação a área é sugestiva para algo impróprio.

Algumas mulheres bem vestidas conversam com lutadores, aliados de Krigor, que, por sinal, ainda não deu o ar da graça. Localizo Bóris em uma roda de mulheres seminuas que acena com a cabeça em cumprimento.

— Vou buscar algo para beber — Danya avisa e aproveita a situação para beijar meu pescoço.

A pele se arrepia em automático e recuo, escondendo o efeito que causa em mim. Ele sorri e pisca um olho antes de se afastar, prendo o lábio inferior entre os dentes e volto minha atenção para o salão abaixo.

Nunca entrei em um clube de stripper, mas tenho certeza de que nenhum se assemelha à Casa Lenusya. Apesar das mulheres seminuas e o ambiente sedutor, as pessoas parecem bem entretidas com a dança e curtição. É realmente um misto de balada diferenciada com o toque devasso para cativar os frequentadores.

Meus olhos percorrem o lugar, estou ansiosa para ver Sacha e saber o resultado de sua conversa com Russell. Apesar de achar aquele lutador perigoso e um pouco desvirtuado, custo a acreditar que tenha drogado o oponente, é orgulhoso demais para isso.

Um tronco forte e nuca marcada chama a minha atenção e sigo com o olhar seu caminhar sossegado entre as pessoas agitadas no salão. Vestido em uma camiseta branca ajustada ao corpo, parece um dos lutadores do circuito, daqui não consigo ver muito bem, mas quando seu rosto vira para atender ao cumprimento de alguém, percebo seus traços diferentes.

Ele não se assemelha a um russo, ao menos não daqui. Uma barba marcada e bem-desenhada enfeita sua face, quase penduro sobre o gradil para observar melhor, no entanto, não tenho sucesso.

O bichinho da curiosidade ataca meu ser e, não satisfeita, volto o caminho, desço as escadas apressada e invado a multidão à procura do homem misterioso. De longe não consegui identificá-lo, nem sei por que o faço, mas a necessidade de saber quem é se tornou maior que a racionalidade em deixar para lá.

Mesmo com salto, forço meus pés para cima ao procurar entre as cabeças o homem intrigante, estou quase desistindo da loucura quando vejo a nuca bem-delineada. Avanço passos determinados entre as pessoas, chego a empurrar algumas que protestam e xingam, mas estou tão focada no objetivo que não dou atenção.

Próxima o suficiente do homem, ergo a palma para tocar suas costas, no entanto, alguém agarra minha mão livre e puxa meu corpo que bate em uma parede de músculos conhecida.

[Degustação] Destinada ao CEO ImoralOnde histórias criam vida. Descubra agora