| Capítulo 4

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Valen e Agatha arrumam a cozinha, enquanto verifico junto com Elena e Chris os quartos de hospedes, para vermos se não falta nada

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Valen e Agatha arrumam a cozinha, enquanto verifico junto com Elena e Chris os quartos de hospedes, para vermos se não falta nada. Dou uma passada no quarto de cada um e confiro se eles também deixaram suas coisas arrumadas. Chris corre para o seu quarto e arruma o travesseiro, enfiando o controle do vídeo game embaixo dele.

— Se a mamãe ver que você trouxe o jogo para cá, ela vai ficar furiosa, sabe disso, não sabe? – Aviso, colocando a mão direita sobre o seu ombro.

Observo o rapaz tirar o controle que tinha escondido, o arruma em cima do aparelho, logo abaixo da televisão e volta para colocar o travesseiro no lugar novamente.

— Muito bem, filho. Sabemos que a mamãe gosta das coisas em seu devido lugar, então porque já não deixarmos tudo certinho, não é mesmo? Ela está lá embaixo em uma baita correria, para deixar tudo pronto para a nossa ceia, nada mais justo que mimá-la um pouco, certo?

Os dois assentem e abraçam-me pela cintura.

— Desejo ter alguém um dia como o senhor, papai. – Elena diz, erguendo os olhos negros para mim, brilhantes e emocionados.

— E eu desejo ser assim para alguém um dia, papai. – Chris puxa a barra da minha camisa e eu os envolvo em um abraço forte e carinhoso.

As vezes nós não temos noção do quanto somos espelho para os nossos filhos, nem o quanto eles buscam de forma contínua o caminho em que devem seguir. Através dos nossos gestos e atitudes.

— Tenho certeza de que vocês serão maravilhosos para os seus futuros parceiros, meus filhos. A mamãe e eu estamos preparando-os para esse momento.

Chegueeeeeei! – Ouvimos Breen cantarolar no andar debaixo.

Os dois descem apressados, para verem a tia.

Sigo logo atrás e contemplo o momento em que ela os envolve em um abraço saudoso, segurando várias sacolas, Trevor tenta tirar as sacolas da mão da mãe, mas ela o agarra, para um abraço também.

Breen recebeu a notícia de que não poderia ser mãe, algum tempo antes de se casar com Symon, o médico que cuidou dela e da Valen após todo aquele acontecimento fatídico, levando-os a uma busca constante por adotarem uma criança.

Trevor foi encontrado vagando todo sujo e ferido, em frente ao hospital em que o casal trabalha, ele havia sido abandonado, após ter apanhado do padrasto, até desmaiar, Symon e ela o levaram para casa e cuidaram dele, chamaram a assistente social e disseram que queriam adotar o menino.

Por ter mais de onze anos, ele não era um potencial para adoção espontânea, se fosse levado ao orfanato, por isso, a tal assistente permitiu que ele ficasse, após o casal assinar todos os papeis para a adoção definitiva.

Foi amor à primeira vista.

Como ela sempre faz questão de contar.

Assim como, não há ninguém nesse mundo que diga que Trevor não é seu filho. E vice-versa. Os três possuem uma ligação de amor e cuidado que é lindo de se ver.

Hoje aos 21 anos, ele é o orgulho do Symon e da Breen, cursando medicina, ele diz que quer seguir o exemplo dos pais e ajudar como puder as crianças que necessitam de cuidados.

Não é à toa que o garoto trabalha em seus dias de folga, em uma ONG, que ajuda famílias carentes e de baixa renda, prestando serviços básicos a comunidade. Ele tem influenciado os meus filhos e até ao Thom, para frequentarem o lugar onde ele ajuda, nos finais de semana.

Se eu fosse escolher o meu futuro genro, diria que Trevor seria mais do que bem-vindo.

Além de ser um exemplo de filho e ser humano, ele é um exemplo de cristão e adorador.

O pacote completo.

— Tio Chris! – Trevor desvencilha-se da mãe e vem até mim, puxando-me para um abraço camarada, com direito a tapinhas nas costas.

— Como você está, filho? – Encaro os seus olhos verdes como esmeralda e segura sua nuca, vendo ele sorrir.

— Bem, graças a Deus. A minha mãe não sabe a hora de parar, não é mesmo?

Nego, rindo.

— Os dois adoram a tia. Não se preocupe.

Vejo de soslaio Valen cumprimentar o Symon e tirar a tia que ainda sufocava os sobrinhos em seu abraço.

— Como está indo na ONG?

— Muito bem, com a graça de Deus e com a sua ajuda, tio. Obrigado por sua doação, vai ajudar milhares de pessoas. – Trevor coloca a mão sobre o meu ombro e constato que o garoto franzino de antes, agora está da minha altura, com um porte atlético e sarado.

— Olhando para você assim de perto, acho que poderia me apaixonar, seu eu fosse uma garota, é claro. – Brinco, vendo seu rosto bronzeado corar.

— Tio! Que horror! O senhor cheio de músculos e barba, ai credo!

— O que foi? Eu disse, se fosse uma garota. – Indago como quem não quer nada, e vejo seus olhos irem de encontro a Ellie, por uma breve fração de segundos.

O que me faz alargar o sorriso.

Como eu já previa.

Coração de pai não engana, nem o de futuro sogro.

O Natal da Fera [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora