Após o ocorrido pouco antes do almoço com o Trevor, e devo dizer que o rapaz foi rápido em disfarçar o olhar, ficando ainda mais envergonhado quando viu que eu estava o observando discretamente, seguimos todos para a sala de jantar.
Candy explicou que Bran ficou de passar aqui pouco antes da meia noite, para nos desejar feliz natal, já que foram irão cear junto com a família da esposa, que mora no entro da cidade.
Sim, o nosso Bran casou-se há dois anos e trabalha comigo na Collins Construtora, como engenheiro e eu como arquiteto, ele e a esposa estão à espera de uma linda garotinha, a tão esperada Eva. No dia em que Virginia, sua esposa, e ele nos entregaram o convite para sermos padrinhos de sua filha, realmente nos emocionamos, principalmente eu que vi esse garoto crescer e hoje ele é um homem de família, com toda certeza será um pai muito melhor.
Almoçamos em meio a muitas risadas e piadas idiotas, que só acontecem quando Pierre, Theo e eu nos reunimos.
(...)
— Querido, poderia pegar o sal para mim, por favor? – Valen pede, enquanto mexe a panela, Candy corta as verduras e Agatha descasca as verduras e Breen prepara alguma salada.
Levanto-me da cadeira onde jogamos uma partida de xadrez e deixo que Trevor assuma o comando em meu lugar, já que o meu próprio filho me trocou pelo padrinho.
Ingrato.
Pego o sal e entrego a ela, coloco a ponta do seu rabo de cavalo para o lado e deposito um beijo em seu ombro, por cima do seu cardigã azul.
— Em que mais posso lhe ser útil, minha rosa?
— Agora não é hora de namorar, cherry. – Agatha alerta.
Nos fazendo rir.
— Não seja amarga, A gata. – Ela revira os olhos diante da minha brincadeira já tão conhecida com o seu nome.
— Querido, venha cá. Vamos namorar também. – Ela chama o marido.
— Só se for agora, meu bem. – Theo levanta-se da cadeira animado.
Ele gosta da discórdia.
O que não é nenhuma surpresa.
— Podem ir parando. Ainda temos algumas coisas para terminarmos. Depois todos poderemos namorar. Agora, foco no que estamos fazendo. – Só a Candy para desfazer essa algazarra, por que Valen e eu que somos os anfitriões, já estamos rindo horrores
— Vou cobrar depois, meu bombom. – Pierre avisa de onde está, nos fazendo rir ainda mais, pois o marido acaba de deixá-la corada e envergonhada.
Pierre nunca perdeu o jeito espontâneo de falar, bagunçar, zoar, encher a paciência da esposa.
Tem hábitos que não mudam.
Deixo o xadrez para ajudar as mulheres no que ainda faltava para que todas pudessem descansar um pouco e começarem a se preparar para logo mais à noite.
Deixamos o frango e o peru assando, e as outras comidas estavam devidamente cobertas sobre a ilha.
— Baby, esquecemos de comprar as bebidas. Não temos refrigerante, nem suco! E agora?
— Fiquem calmos, é só pegarmos no Wolves. Esqueceu que estão falando com o dono e proprietário de um estabelecimento? – Theo vem até nós e tira algumas chaves do bolso. — A essa hora já está fechado, essa chave aqui abre a porta principal, não tem erro.
Ele me entrega as chaves e sobe para o andar de cima.
Encontro Chris, Elena e Trevor jogando vídeo game na sala e sorrio comigo mesmo.
De soslaio vejo Valen balançar a cabeça, também sorrindo.
Ela entendeu o recado.
— Crianças, o papai está muito ocupado e preciso que vocês me façam um favor.
— O que pai? – Chris apenas ergue um dos lados do fone, enquanto Elena vem até onde estamos e nos encara com seus olhos negros e inquisidores.
— Do que precisam, papai?
— Acha que pode ir ao Wolves buscar alguns refrigerantes e sucos, para o papai?
Ela ri baixinho.
— Claro que posso, pai. Vou fazer dezoito anos. Vocês me deram um carro de presente e ainda pergunta se posso ir? – Pergunta ironicamente. Me fazendo abrir um pequeno sorriso, como o dela.
Observo para o ponto de cabelos negros logo atrás dela, que ouve a conversa com mais atenção do que deveria, enquanto finge jogar.
— Não quero que vá sozinha. – Digo um pouco mais alto e sie que ele entendeu o recado.
— Pode ficar tranquilo, tio. Eu faço companhia para a Ellie. – Trevor se levanta, e pausa o jogo, sobre os protestos do meu distraído filho.
— Espera, você e a Ellie irão sozinhos ao Wolves? – Chris indaga.
Isso, meu garoto.
— Nem pensando. Eu irei junto com vocês. – Reclama, colocando os fones e o controle sobre a mesinha de centro.
— Não é como se eu precisasse de escolta ou uma cavalaria para me escoltar, sabe?
— Você é minha irmãzinha, mas nem morto deixo você ir sozinha, ou acompanhada de um garoto, sem a minha presença. – Reclama o gêmeo ciumento.
Valen e eu nos entreolhamos, como era de se esperar, Chris dará trabalho para a irmã, no quesito arrumar um namorado e confesso que estou adorando ter que dividir a obrigação de ciumento com ele.
— Eu dirijo e vocês dois pegam as bebidas. Já que querem tanto ir. – Ellie joga os cabelos castanhos para trás e caminha até o aparador perto a porta da entrada, pega as chaves do carro e a bolsa e olha para trás. — Vão ficar parados aí, ou vão vir comigo?
Os dois a seguem sem dizer nada, acho que a minha pequena fera está crescendo.
--------------------
Muitos beijos de luz ❤
FELIZ ANO NOVO MEUS AMORES 🥂🙌❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Natal da Fera [CONCLUÍDA]
Short StoryConto concluído ✔ Valen e Christian estão de volta, após 18 anos de casados, com os gêmeos entrando na fase adulta, prontos para contarem um pouco mais sobre o Natal da nossa Fera. INÍCIO DAS POSTAGENS: 20/12/20