Capítulo 2

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No outro dia, acordei bem atrasada para o trabalho, pois não ouvi o despertador tocar.

Arrumei-me rapidamente e sai de casa.

Antes que eu pudesse alcançar as escadas, esbarrei em um corpo menor. Quase caímos no chão.

- Aí, meu Deus. Desculpa. - Mesmo estando preocupada com a moça, eu tentei manter distância. Confesso que escuto tanto que devemos manter distância que não posso mais ver ninguém perto de mim.

- Tudo bem. Acontece! - ela disse toda gentil e me permiti reparar nela. A moça era muito bonita. Negra, usava tranças no cabelo, tinha uma tatuagem de um gato no ombro.

Fiquei um pouco perdida olhando para ela, pois era uma mulher interessante e nunca havia visto antes.

"Com certeza é a namorada de algum dos meninos", pensei.

- Algum problema? - ela perguntou enquanto me encarava.

- Ah... nenhum. - Olhei rapidamente para a tela de meu celular e me dei conta de que precisava ir para o trabalho. - Preciso ir. Desculpa qualquer coisa - gritei já correndo em direção as escadas.

Quando peguei o ônibus, eu aproveitei o momento para dizer aos meus amigos o que havia acontecido. Era sempre assim, via algo interessante e contava para os outros.

Abri o aplicativo do Whatsapp e ignorei totalmente a mensagem de Caio da noite anterior. A última coisa que eu queria era saber da tal Amanda. Sim, eu continuava implicando.

"Gente, eu me esbarrei em uma gata no corredor do prédio. Estava indo para as escadas. Alguém sabe quem é?"

"Tem como você descrever ela, pois para você estar comentando deve ser gata mesmo." Fernando mandou.

"Ahh... ela é negra. Usa tranças. E tem um gato tatuado em um dos ombros. Se vocês saberem quem é, me falem. Gente, preciso conhecer essa deusa." Mandei e comecei a olhar para ver se o ônibus estava chegando em meu ponto.

Olhei para a tela do meu celular e vi o grupo de meus amigos com muitas mensagens. Até estranhei isso, pois eles não costumam conversar muito logo cedo.

Deixei para olhar as mensagens na hora de almoço, já que estava atrasada para o trabalho.

A hora do almoço chegou, porém como me sentia muito cansada, ignorei totalmente o meu celular, pois havia mensagens demais no grupo.

Aquele dia foi puxado para mim, pois por conta da pandemia muita gente estava começando a comprar os presentes para o Natal antes que fechassem tudo que não era essencial na cidade, já que, depois das eleições, os casos haviam aumentado.

Cheguei em casa no mesmo horário do dia anterior e fiz o que sempre fazia: coloquei o tênis e a mochila ao lado da porta.

Após tomar banho e higienizar o meu celular, sentei-me no sofá para ler com calma as mensagens.

Como havia ignorado as mensagens de Caio no dia anterior, eu resolvi começar por ele.

"Esta aqui é a Amanda. Veja se você gosta dela. Aposto que vai se apaixonar."

Passei o meu dedo para a foto e fiquei surpresa ao me dar conta de que a moça do corredor e Amanda eram a mesma pessoa. Sim, comecei a entender o porquê de ter muitas mensagens no grupo. Eu elogiei a Amanda no grupo com ela lá. Pronto agora dei motivos para meus amigos rirem de mim durante meses.

Olhei as outras mensagens de Caio.

"NÃO ACREDITO NO QUE VOCÊ FEZ KKKK."

"Cara, a moça que você viu no corredor é a Amanda."

Meu melhor presente de natal - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora