No outro dia, acordei no horário para ir trabalhar. Arrumei com mais calma e pude tomar um café reforçado também.
Estando pronta, eu saí do apartamento e dei de cara com Amanda. Ela estava voltando de algum lugar que eu não fazia ideia e também preferia não saber.
— Oi! — ela me disse parecendo sorrindo.
Como me lembrei das fotos que havia curtido na noite anterior, eu respondi ao cumprimento e abaixei a cabeça. Queria nem olhar para ela.
Ao pensar que ela já havia ido, levantei a cabeça e me deparei com o seu olhar avaliador.
— Você sem jeito é uma graça — ela disse ao se afastar.
Com o elogio, sorri e confesso que me iludi horrores, mesmo não querendo admitir por conta de minha implicância já sem fundamento.
Quando dei os primeiros passos em direção as escadas, eu me senti totalmente sem rumo. Parecia que havia me esquecido de como se andava.
— Sapatão é muito emocionada mesmo. — Comecei a andar, pois não podia me atrasar para o trabalho.
Naquele dia, cheguei do trabalho exausta.
Ao passar pela porta de casa fiz o mesmo roteiro de sempre. Confesso que já estava me acostumando com essa vida que nem conseguia mais me ver sem passar álcool gel em tudo.
Após tomar um banho, sentei no sofá e comecei a olhar o grupo da faculdade. Pelo que comentavam, aquela seria mais uma semana sofrida.
Por não ter muito tempo livre, aquela semana não joguei com os meninos. Aproveitei minhas horas vagas para começar a estudar para as provas, já que meu futuro profissional era mais importante que um jogo.
Nos meus momentos de descanso, ligava a Tv e sempre me deparava com propagandas de Natal, família reunida algo que eu não teria naquele Natal.
Era sexta-feira à noite, havia acabado de terminar os trabalhos programados para a semana quando recebi uma mensagem em meu celular de um número desconhecido.
Ao reparar na foto de perfil do remetente, reconheci Amanda. Mesmo quase não falando com ninguém durante a semana, eu sempre me pegava vendo as fotos dela. A minha implicância começava a se transformar em outro sentimento.
"Oi, Carol, você sumiu. O que houve? Cansou de perder?"
Li e comecei a rir feito boba.
"Muita coisa da faculdade. Tive que estudar para umas provas também."
"Faculdade é complicado mesmo. Sofri quando estava fazendo a minha."
Com a mensagem dela, eu fiquei me perguntando o que Amanda fazia da vida e quantos anos ela tinha.
"Você cursou o quê? Achava que ainda estava na faculdade."
"Rsrs eu cursei Marketing. Hoje, trabalho divulgando produtos de marcas no meu perfil no instagram."
"Influencer"
"Rsrs É, bem isso. Posso te fazer uma pergunta?"
Quando li essa mensagem, eu senti o meu coração bater mais forte, pois sempre achava que a pessoa iria me perguntar: você é sapatão mesmo?
"Faça!"
"Por que você implicou comigo? Eu não te fiz nada. Você é muito esquentada."
Li e fiquei sem saber como responder, pois eu havia implicado por pouco mesmo. No jogo, Amanda usava as estratégias dela para vencer, como eu era uma das mais espertas para descobrir o impostor, ela não me deixaria viva para desmascará-la.
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Meu melhor presente de natal - CONCLUÍDA
RomansUma garota começou a fazer parte do grupo dos amigos de Carol no Whatsapp. Mesmo o seu melhor amigo elogiando a nova integrante, Carol não fez questão de conhecê-la por causa de uma discussão em um jogo. Porém um encontro no prédio e outras discussõ...