1➷ Emergency call

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⋆˚☽。⋆ Eleanor

     Sábado a noite e eu estava largada. No ano passado nesse mesmo horário eu provavelmente deveria estar  numa festa qualquer de alguém do colégio, curtindo enquanto flerto com idiotas que acham que tem alguma chance comigo. Bem, eles nunca tinham. Apesar de não dar nenhuma brecha eu tinha uma reputação a zelar, afinal eu sou uma Jenkins e ser atrevida é algo que está no nosso sangue. Muitos dizem que nós não temos corações ou que gostamos de brincar com o dos outros. Essa má reputação não é algo com que eu me importe muito, tirando o fato de não ser cem porcento verdade. Tive alguém em meu coração uma vez, e por anos o papel de Jenkins perfeita me serviu bastante. Eu fazia muito bem esse papel. O que as pessoas não sabiam era que tudo não passava de uma fachada.

Eu era uma piada para mim mesma, a garota que alimentou uma paixonite idiota pelo melhor amigo do irmão — agora ex-melhor amigo — .

O quão clichê isso poderia ser?

Ele nunca deu a mínima para mim, mas eu achava que eventualmente ele iria acordar para a realidade e perceber que eu estava ali para ele. O fato é que minha vida virou de cabeça para baixo no último ano e com certeza eu também não tenho sido a mesma desde então. Sentimentos são capazes de envelhecer? Era assim que isso parecia agora.

Mordo um morango logo depois de mergulha-lo no pote de Nutella ao meu lado. Hoje está mais chato que o normal, minha mãe está numa viajem de negócios, Ethan foi para alguma festa com os amigos depois de passar trinta minutos insistindo que eu fosse com ele. Fiquei no face time com a Clarie e a Charli por quase duas horas e estava com preguiça demais para me arrumar e sair.  Passei o resto da noite assistindo episódios de Say yes to the dress dando a minha opinião para as noivas como se elas pudessem ouvir meus conselhos.

— Esse vestido tá perfeito! —digo para a moça na tv, ela escolheu um estilo sereia lindíssimo — Esse é o seu vestido ideal!

Ela ainda estava indecisa e foi provar um outro. Aproveitei para ir beber uma água e diminuir o doce do meu paladar. Encontrei meu maldito frigobar vazio, resolvi ir até o quarto de Ethan roubar uma garrafa dele já que o garoto bebia energético como se fosse água então sempre tem garrafas extras lá.

A geladeira dele estava cheia, é claro, peguei uma garrafa d'água e um Sprite. O quarto dele estava arrumadinho como ele gosta, ninguém nunca diria que esse é o quarto dele de verdade, Ethan não passa uma vibe organizado, sejamos sinceros. Fiz meu caminho de volta a porta, mas o som de toque de celular me fez parar. Toquei meu bolso instintivamente, mas não era o meu. Dei meia volta e caminhei até a mesa de cabeceira dele. Seria possível Ethan esquecer o celular em casa? Isso é algo que acontece uma vez em um milhão, já que ele parece ser grudado à coisa. Na tela a foto de Dave mostrando o dedo do meio aparecia. Sorrio, Dave é engraçado.

Eu deslizei o botão verde, levei o celular ao ouvido e antes que eu pudesse falar ele dispara;

Filho da puta, achei que você não ia atender nunca! Eu preciso da sua ajuda, é urgente, venha me buscar nesse lugar que te mandei a localização. — Ele estava ofegante, desesperado e definitivamente não soava como o Dave de sempre. Meu corpo fica alerta.

Dave? O que está acontecendo? —pergunto rapidamente.

Porra Ellie, passe para o Ethan, é urgente!

Ele não está aqui! Então me diga logo qual a droga do problema? 

Ele resmunga um palavrão.

Eu meio que levei uma surra de uns caras, um deles tinha uma faca e... Merda eu não deveria ter dito essa parte.  —Ele meio que diz para si mesmo.

How to Fix a Brokenheart  #2Onde histórias criam vida. Descubra agora