Lilo era assim: mulher, casada, mamãe de um menininho, cheia de tatuagens no braço e ideias muito sonhadoras para uma simples ilustradora. Tinha um teto sobre sua cabeça, pão na sua mesa, contas sempre pagas; tinha a normalidade da vida sendo ela mesma, dia após dia. E apenas isso. No entanto, embora não se taxasse como a embaixadora da tristeza, algo faltava. Não era a família - eles eram até bem invasivos. Não eram amigos - eles poderiam até ser mais invasivos. Não era seu relacionamento com o marido nem com o filho. E portanto, havia apenas uma única pessoa que poderia ajudá-la nessa empreitada, conhecendo-a profundamente e dando as respostas que procurava: Não era um bispo, nem Iemanjá, nem sua mãe: era uma terapeuta.