21 - Pequenos passos

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O despertador toca e resmungo procurando pelo celular para desligá-lo. Viro, vendo a garota ao meu lado encolhida nas cobertas. 

O que eu fiz?

Fecho os olhos novamente, lembrando de ontem a noite quando ela me disse que eu me arrependeria disso depois e garanti que não. E… bom, realmente não me arrependo. Mas talvez eu tenha sido precipitado. E se ela achar que eu sou louco por ter feito isso? Nós nem estamos namorando nem nada do tipo.

- Ei - chama baixo passando a mão no meu braço. - Pelo que você me disse, trabalha cedo hoje. Não quero ser estraga prazeres, mas não acha melhor levantar? - ela continua fazendo carinho no meu braço e afirmo:

- Sim. Vou fazer café.

- Ainda não acredito que você cozinha - diz rolando e apoiando o corpo nos cotovelos, encarando-me de cima.

- Normalmente a preguiça é maior, mas não vou deixar você ir embora sem comer - admito.

Ela abaixa a cabeça para encostar a boca na minha e rio.

- Eu disse que dá vontade de te beijar toda vez que você é fofo.

- Eu fui fofo agora?

- Sim - rio negando e levanto o tronco para beijá-la como fez. Talvez eu tenha exagerado. Acho que ela está tranquila com tudo isso. Não tem porquê me preocupar.

- Vou lá - levanto, mesmo contra vontade. - Caso queira, pode ficar aí e eu te chamo quando estiver pronto.

Ele nega e senta na cama.

- Vou lavar o rosto, escovar os dentes e depois ajudo você.

Eu deveria escovar os dentes também? Antes de comer?

Descarto a ideia e sigo para a cozinha, para fazer algo para comermos. Não demora muito para ela chegar abraçando meu tronco.

- O quê está fazendo?

- Sopa e arroz.

- Precisa de ajuda?

- Não, mas se quiser ajudar não me importo também.

Ela ri e afirma.

- O que eu posso fazer?

- Cortar alguns legumes.

- Daqui a pouco eu vou - diz encostando o rosto em minhas costas e rio sem graça.

- O.K.

- Isso te incomoda?

- Por incrível que pareça, não. Acho que me acostumei,os garotos sempre grudavam em mim.

- É que você disse que não é muito de abraços. Aí não tinha certeza.

- Não sou, mas não é como se eles se importassem com isso.

- Entendi. Então eu posso não me importar também, né? - diz me apertando um pouco mais.

- Aigoo. Isso aí é você quem decide, não eu.

Ela me solta rindo.

- O.K., Quais verduras você quer?

- Comece com as cenouras.

- Cer… Meu Deus.

- O que foi? - pergunto assustado com seu tom.

- Você nem pendurou? - pergunta apontando para o bolo de roupas na lavanderia.

- Eu posso ter esquecido.

- Pode? - pergunta rindo. - Termine isso aí que eu vou estender.

- Não. Eu lavo e devolvo - digo rápido. Não vou deixar ela levar as roupas sujas pra casa, eu posso lavar.

Forever - MYGOnde histórias criam vida. Descubra agora