Através dos olhos dele

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Notas Iniciais: Feliz Natal estrelinhas!!! Aqui está mais um capítulo para vocês espero que gostem. Obrigada a todos que acompanham essa história e a receberam bem obrigada mesmo. Que o próximo ano eu consiga atualizar com mais frequência se tudo correr bem e claro se a minha co-autora GabyySaky estiver bem. Quero agradece-la por estar me ajudando com as betagens dessa história e de outras que estão por vir. O ano de  2021 será um ano de muitas novidades... Bom chega de enrolação e vamos para o capítulo pois é isso que vocês querem.

 Beijoss!!!

Feliz Natal e um próspero ano Novo a todos!!!



                                                                        Sasuke

Eu pensava no quanto fui covarde, por todo aquele tempo, mas não admitiria a mais ninguém a não ser para mim mesmo. Se tivesse procurado por Sakura antes e dito tudo o que eu disse, de uma vez, nem eu e muito menos ela teria sofrido com o distanciamento. Mas claro que eu sabia que precisava de um tempo para mim. Não estava conseguindo lidar com meus sentimentos, nem mesmo os compreendia. Nunca havia sentido aquilo por ninguém. Desde sempre ela era a única que me fazia sorrir verdadeiramente, depois de meus pais, meu irmão e claro, minha sobrinha. Ela era a única que eu deixava que me abraçasse, que eu deixava beijar minha bochecha, que eu deixava me tocar o tempo todo. Eu sempre soube que ela era diferente das outras. Depois de um tempo eu comecei a sentir um incômodo no estômago sempre que estava perto dela, e nunca entendi o porquê, nem mesmo estava focado em descobrir. Ela era minha melhor amiga, sempre foi, e por isso, quando meu irmão vinha com comentários inconveniente sobre nós dois, sobre como parecíamos um casal, eu ficava irritado. Uma parte de mim tinha medo de perder a amizade dela se confessasse meus sentimentos, e eu sabia que não conseguiria viver longe de Haruno Sakura. Eu precisei de um conselho e consequentemente de uma provocação de meu amado irmão mais velho para acordar e perceber que estava completamente apaixonado pela mesma princesa na qual era também minha noiva.
Noiva.
Toda vez que eu pensava naquela palavra, meu estômago revirava. Não que eu não a quisesse como minha noiva, mas porque eu me sentia nervoso por pensar que em pouco mais de um ano eu estarei casado com ela, tendo um contato mais íntimo do que um dia tivemos, estaremos vivendo sobre o mesmo palácio e o mesmo aposento. E para mim, isso era extremamente estranho. Ao mesmo tempo, imaginava minha vida ao lado dela, todos os dias, construindo um laço maior do que apenas amizade. E era por esse motivo que desde que descobri que em breve me casaria, que passei a observar a família de meu irmão. Ele era extremamente cuidadoso com Izumi, principalmente agora que ela estava grávida; a enchia de mimos, lhe acariciava a todo momento, a abraçava, beijava sua bochecha, sua têmpora, seus lábios.
Os lábios.
Já havia tido tal experiência, mas para minha total infelicidade não havia sido com a princesa na qual não saía de meus pensamentos. Mas havia sido tudo por culpa de minha extrema curiosidade, algo que para meu pai, era um defeito – não que isso fizesse com que ele me amasse menos, claro. Meu primo, Keita, filho do irmão mais novo de meu pai, Izuna, vinha fazendo comentários estranhos para com meu irmão, e acabou que me deixou extremamente curioso. Em uma noite o segui até uma casa noturna. Já havia ouvido falar sobre aqueles lugares antes, e por isso adentrei, por pura curiosidade. E meu primo acabou me encontrando. Para me provocar – o que era de costume – me desafiou a ficar com uma das mulheres com vestimentas extravagantes. Um beijo. Foi o que ele disse.
"Mas se quiser mais, ela é toda sua"
Estremeci completamente quando o ouvi completar. Sabia bem do que ele falava. Meu irmão já havia conversado comigo sobre, assim que comecei a sentir meu corpo mudar, o que infelizmente havia sido horrível. Nunca me senti tão estranho em toda minha vida. E por isso eu entendia bem aquelas palavras. Eu podia muito bem negar aquele desafio, mas eu era orgulhoso demais para tal e por isso caminhei em direção a jovem na qual ele escolheu. Tão jovem quanto eu, olhos esverdeados, mas não como os de Sakura, loira, como os cabelos de Yamanaka Ino, bonita, eu não podia negar, mas nada comparada a minha noiva, ou mesmo as amigas dela. Ela poderia ser uma mistura das duas, se fosse tão bela quanto; não que ela não fosse. Eu achava a princesa Yamanaka muito bonita, não podia mentir, mas ela não era um terço de Sakura. E jamais seria. Nem ela e muito menos a jovem na qual foi meu primeiro beijo. E apesar de me arrepender de ter ido atrás do meu primo, por conta de seu desafio, eu não podia deixar de confessar a mim mesmo que o beijo havia sido muito bom. Nunca havia sentido o que senti naquele dia; o corpo esquentar, pela forma como ela me tocava e me beijava, o arrepiar, pela forma como a língua dela tocava a minha. E eu fiquei muito surpreso – mesmo que não tenha deixado transparecer –, pelo gemido que saiu dos lábios da jovem. Nunca havia ouvido aquele som antes, e por isso foi tão estranho para mim. Apesar de não ter passado de beijos, havia sido um momento bom para mim, o que era uma surpresa por eu ser tão sério para com as mulheres, com exceção de Sakura, claro. E então, toda vez que meu primo ia àquela casa, eu o acompanhava, procurando pela jovem, principalmente porque não me sentiria confortável com qualquer outra; mesmo com ela levei um tempo para me acostumar com as mãos dela me tocando, afinal, eu só deixava que uma pessoa o fizesse, e ela tinha olhos esmeralda e cabelos rosados. Além disso ela não insistiria em algo que eu não estava disposto a fazer.
Mas agora, enquanto pensava no beijo de Sakura, eu pensava no quanto estava errado em pensar que não haveria beijo melhor do que havia sido meu primeiro, meu segundo, ou mesmo meu terceiro. Havia sido muito melhor, muito mais gostoso. Talvez porque nossos sentimentos estavam interligados. Ela me amava, assim como eu a amava. E por isso o beijo com minha noiva havia sido tão mais delicioso, de uma forma que eu não parava de pensar nem por um segundo. Me sentia mais que apenas quente, mas trêmulo, e queria mais que tudo tocá-la mais e mais, beijá-la até meu fôlego acabar, e ainda assim, voltar a beijá-la ao me recuperar. Me sentia um pouco irritado comigo mesmo por não ter tido meu primeiro beijo com Sakura, por ter tido vários outros com outra que não ela, mas era algo que eu não poderia mudar. Eu só não me sentia tanto arrependido, por não ter ido mais longe, como Keita cismava em dizer que eu deveria.
Eu teria minha primeira noite com minha noiva e apenas com ela; disso eu não abria mão.
Eu não era um bobo, apesar de ser jovem. Eu sabia o que aconteceria na noite de núpcias e mesmo que eu tivesse noção de que ainda faltasse um tempo para que acontecesse, me sentia nervoso e ansioso. Nervoso por saber o que aconteceria em meu aposento quando estivesse sozinho com Sakura, e ansioso por imaginar ela sendo minha; total e completamente minha. Me arrepiava completamente ao apenas pensar. E me perguntava se meus amigos também pensavam sobre, tanto quanto eu pensava, principalmente após eu sentir o gosto dos lábios de Sakura.
Era loucura pensar no quanto eu gostaria de tê-la em meus braços novamente? Eu a tive por poucos minutos, até nos interromperem, para meu completo desgosto. Nos beijamos, nos abraçamos, eu pude sentir seu corpo tremer e se arrepiar por conta de meu toque, o que era um alívio saber que ela se sentia da mesma forma que eu. E agora não conseguia parar de pensar nela. Nesse nosso momento. Em nosso beijo. Em especial em nosso beijo.
Pensei no que ela estaria conversando com as amigas no andar de cima do palácio, enquanto eu me encontrava no jardim com meus amigos, treinando arco e flecha. Eu era tão bom quanto meu irmão, tanto no arco e flecha quanto na espada, e modéstia a parte eu o deixava suar para conseguir ganhar de mim, o que me fazia ficar feliz, principalmente quando percebia o orgulho nos olhos de meu pai. Eu sempre fiz de tudo para ter o mesmo orgulho que ele tinha de Itachi, e meu peito enchia de alegria ao perceber que o tinha.
E então, mais uma vez, quando posicionei a flecha no arco, eu me lembrei de Sakura, e do nosso momento a algumas semanas atrás, no dia em que ela me convidou para seu décimo quinto aniversário. Seus olhos brilhavam como cometas, seus lábios estavam avermelhados como morangos e em suas bochechas, eu podia ver um leve rubor. Eu me lembrava de cada detalhe, tanto dela quanto do céu naquele dia.
Eu havia chego a dois dias e ainda não estive sozinho com ela, infelizmente. Isso meio que me deixava ainda mais ansioso do que já me encontrava. Não tivemos um momento a sós, apenas troca de olhares, nos quais me diziam que ela desejava um momento a sós comigo tanto quanto eu desejava com ela. Era irritante, que agora que estamos oficialmente noivos e completamente acostumados com esse fato, estivéssemos sendo obcecadamente vigiados.
— Por que não a sequestra de uma vez, para ter um momento a sós com ela, como seus olhos dizem que quer?
Olhei para meu melhor amigo inconveniente, quando finalmente nos sentamos sobre a grama, o fuzilando com os olhos. Ele havia percebido, e ao invés de deixar entre nós, ele faz o grande favor de falar alto para que todos nossos amigos pudessem também ouvir. Idiota.
— Por que não deixa de ser um pouquinho menos inconveniente?
Ouvi os outros rirem.
— Ah, essa troca de olhar de vocês estão me irritando.
Retrucou me fazendo bufar.
— Os incomodados que se retirem.
Novas risadas.
— Deveria ter ficado sem essa, cunhado.
Meu primo diz em meio a risadas.
— Por falar em cunhado, já se acostumou ao fato de que o loiro vai se casar com sua irmã?
— Vou te responder com outra pergunta: se acostumou ao fato de que sua irmã estará casada em dois meses?
O ruivo bufou, incomodado, e os outros riram; eu, inclusive.
— É insuportável ver ela toda apaixonada.
Mais risadas, em especial da minha parte. Sabaku no Gaara era como eu, sério e não gostava de se envolver na vida dos outros, até mesmo de sua família, e por isso, vê-lo com ciúmes de sua irmã era divertido.
— Ela nem parece mais minha irmã.
Fuzilou o Nara com os olhos antes de completar.
— O que você fez, que eu ainda não entendi?
— Eu sou apaixonante.
Brincou, fazendo a todos nós rirmos, inclusive o ruivo, que lhe empurrou de leve pelo ombro.
— Sua irmã não é fácil, é verdade, e se quer saber, eu me apaixonei primeiro e sofri porque ela não queria dar o braço a torcer. Levou seis meses para eu ouvir ela dizer que me ama.
— Ainda tenho orgulho da minha irmã.
E novamente estávamos rindo.
— Você deveria estar preocupado em estar se casando com a inconveniente da princesa Yamanaka.
Neji diz, chamando a atenção de todos nós.
— Você vivia reclamando da sua noiva, para cima e para baixo, dizia que ela era irritante, que não sabia obedecer, que não sabia ser uma dama, e eu deveria estar preocupado com minha noiva?
Olhei de um para o outro, torcendo para que eles não brigassem.
— Eu fui um idiota.
Arregalei os olhos. Ele era mais orgulhoso que eu, e ali estava ele se chamando de idiota. O que o amor não faz.
— Tenten é diferente, assim como Temari, Ino... Eu ia falar na minha irmã e em Sakura, mas não, elas são perfeitas, ainda mais para essa sociedade hipócrita.
— Com certeza. – Todos nós concordamos.
— Eu me encantei por ela desde o primeiro dia em que a vi.
— Você mudou quando a conheceu de verdade. A Mitsashi que não só gosta de arco e flecha, como gosta de espadas, de usar armaduras, de lutar mesmo que com generais...
— O pai dela a ensinou ser assim. – Digo após Gaara, e os outros concordaram comigo.
— Talvez por sempre desejar um varão.
Shikamaru completou, e eu concordei assim como meus outros amigos. Não tinha nada contra o rei de Gradara, mas ele sempre tratou a filha como se fosse um herdeiro varão, não sua princesa, e isso havia sido um erro grave em minha humilde opinião. Ela era tratada de forma diferente tanto por sua mãe quanto por seu pai, e me perguntava se ela se sentia amada por ambos.
— As pessoas falavam sobre, a criticavam, meu nome também estava na boca deles, e eu me irritava e acabava sendo rude com alguém que não merecia. Dei mais importância aos que os outros falavam.
— Você se encantou pela Tenten criada pela mãe dela. – Senti os olhos dele sobre mim. – A princesa perfeita que ela não era. E eu não digo que isso é ruim, eu digo, que ela não é uma princesa que se rende a regras, em especial as de etiqueta.
— O que é ruim perante a sociedade.
Naruto diz, tendo todos nós em acordo.
— Percebeu que as pessoas começavam a te criticar assim como fazia com ela, por ela ser sua noiva e deixar que ela fosse como era. – Completei após meu amigo loiro. – Eles acreditavam que você deveria controlá-la, lhe dar limites, fazê-la se comportar como uma verdadeira princesa.
— E foi isso que fez você ser um grosseiro por meses e se esquecer por quem realmente se apaixonou. Ela foi ela mesma com você, achando que não precisaria ser quem não é, pelo menos não em frente ao noivo.
E meu primo concordou com Shikamaru.
— Eu me arrependo das minhas palavras até hoje. E se quer saber, eu nem sei como ela ainda conseguiu gostar de mim, mesmo após tudo.
De repente sorriu, focando os olhos no ruivo ao meu lado.
Eu estava brincando quando falei na loira. Ela é inconveniente como o Naruto, mas é divertida.
— Também gosto dela. – Concordei com ele, assim como Shikamaru, enquanto via um sorriso nos lábios de Gaara.
— Vocês me odeiam, não é?
E novamente estávamos rindo com a reclamação do meu melhor amigo.
— Claro que não, só gostamos de provocá-lo um pouquinho.
Eu ri com a resposta do meu cunhado.
— Como foi sua conversa com a Haruno?
Olhei para o Nara, que estava deitado na grama, relaxado, olhando para as nuvens, algo que ele adorava fazer, principalmente após o falecimento de seu padrinho a alguns anos atrás.
— Vocês ficam apenas nessa troca de olhar, não dizem uma palavra um ao outro.
Me olhou finalmente.
— Pensei que estivessem ainda fugindo um do outro, mas então eu vi um rubor nas bochechas dela.
— Nós conversamos. – Digo, apenas.
— Eu imaginei que sim.
Ele estava esperando por mais, assim como os outros, pude perceber pelo soslaio, mas continuei em silêncio.
— Fala logo, Sasuke!
Olhei para Naruto, nada surpreso com sua curiosidade extrema.
— Eu e ela resolvemos nossa situação, ainda não entendeu isso?
Ele bufou.
— O que ele quer saber... na verdade, o que todos nós queremos, é saber se você confessou seus sentimentos.
E então fiquei surpreso ao ouvir aquelas palavras saírem dos lábios de meu primo. Neji nunca foi de querer saber da vida dos outros, e perceber que ele estava tão curioso quanto o cunhado me deixou muito surpreso.
— Sim, okay. – Disse de uma vez, bufando em seguida. – Eu confessei, satisfeitos?
— Aleluia.
Revirei os olhos ao ouvir cada um dos meus amigos.
— Sasuke!
E quando eu ouvi aquela voz insuportável, quis que meus amigos continuassem com aquela conversa, mesmo que constrangedora. Eu não tinha nenhuma paciência para com a presença de Uzumaki Karin, irmã mais nova de Naruto. Ela era muito mais irritante que Ino, e era de forma muito ruim. Pelo menos a loira era suportável, e era divertida, como meu primo mesmo havia dito. Eu havia aprendido a conviver com o jeitinho da Yamanaka. A ruiva me deixava irritado com suas inconveniências. Ela me tocava a todo momento e eu odiava isso. Mesmo sabendo do meu noivado, mesmo sabendo onde estávamos e quem era minha noiva, assim mesmo ela não deixava de fazer comentários indiscretos, de tocá-lo a todo tempo, de provocar Sakura mesmo na presença dos mais velhos, mesmo que de forma discreta.
— Você está tão lindo.
Revirei meus olhos.
— Como sempre, claro.
Me abraçou pelos ombros após se colocar sentada próxima a mim.
— Pode se afastar?
Eu estava fazendo um esforço para não usar minhas mãos e a empurrar para longe de mim.
— Ah, Sasuke...
Diz de forma cantarolada, e com a voz como a de uma criança, fazendo um biquinho e eu me contive para não revirar meus olhos.
— É só um abraço.
— Eu não gosto. – Tirei seus braços de mim e me coloquei para mais perto do Sabaku, que estava sentado ao meu lado direito, enquanto que meu outro lado, infelizmente estava livre.
— Por que não está com as moças, Karin?
— Ah, eu acho mais divertido ficar aqui, irmão.
— Nós estamos querendo privacidade, Karin, será que você é capaz de entender isso?
— Não seja grosseiro.
— Seu irmão está sendo até gentil, na verdade. – Eu digo, sem conseguir me conter. – Você está sendo inconveniente, espaçosa e irritante. Não que isso seja alguma novidade.
Pude ver, de soslaio, cada um dos meus amigos, até mesmo o irmão dela, segurar uma risada.
— Sasuke...
Eu não me arrependi, mesmo após ver seus olhos lacrimejarem.
— Pensei que gostasse da minha presença.
— Quem foi que disse isso? – Retruquei.
— Eu confessei meus sentimentos, lembra?
Ah, eu me lembrava, e isso aconteceu pouco após acontecer a revelação de meu noivado. Ela esteve no meu reino com sua família, me encontrou no jardim quando eu pensava em meus sentimentos por Sakura, e então revelou o que eu já sabia. Eu a ignorei completamente e pedi para que me deixasse sozinho, e mesmo após isso ela continuou com sua insistência.
— Pensei que estivesse pensando sobre o que disse.
— Eu apaguei da memória.
Estava sendo rude? Um pouco, mas eu precisava ser para ver se ela me deixasse em paz finalmente.
— Karin, você não está se dando o devido respeito.
— Por que não vai cuidar da vida de sua noivinha?
Naruto não gostou da forma como ela falou de Hinata, e nem mesmo eu ou Neji, ou mesmo os outros, que apesar de não ter laço de sangue com ela, gostavam muito dela. Eu sempre havia percebido o quanto ela desgostava de minha prima, mesmo que a tratasse com educação. Me perguntava se ela a tratava de forma diferente fora da presença dos mais velhos, e me irritava só de pensar na possibilidade ela tratar minha prima com grosseria. Hinata era como se fosse uma irmã, crescemos juntos, e assim como eu protegia Sakura, eu fazia o mesmo com ela, junto de Neji, que era tão protetor quanto eu. Logo ela estaria morando no mesmo palácio que a ruiva ao meu lado e me preocupava. Esperava que Hianta soubesse se defender e lembraria a meu melhor amigo para fazê-lo caso a em breve esposa não conseguisse sozinha.
— Tenho certeza de que ela precisa mais que eu.
— Eu acho que se esqueceu de que está falando não só da noiva do seu primo, mas também da irmã do Neji... e de minha prima.
A vi engolir em seco ao ouvir minhas últimas palavras.
— Karin, ninguém aqui quer ser grosseiro, então por que não vai procurar por algo que não seja atrapalhar nossa conversa?
Shikamaru, sempre tão educado.
— Nós realmente queremos estar a sós.
Ela fez um biquinho, e estava prestes a retrucar, mas então, eu vejo minha sogra se aproximar com um sorriso, tocando a barriga já evidente de que estava grávida. Eu me lembrava de como Sakura desejava um irmãozinho quando menor, e imaginava o quanto ela deveria estar feliz por estar se concretizando. Em breve a criança estará nos braços da rainha de Áquila, e então o reino terá mais um herdeiro e minha noiva estaria com aquele lindo sorriso nos lábios por ter seu sonhado irmãozinho ao seu lado.
— Meninos, espero que estejam se divertindo.
Nós apenas sorrimos á rainha.
— Eles estavam rindo a pouco, algo muito divertido, imagino.
Olhamos para a ruiva, e me perguntei se ela havia ouvido nossa conversa.
— Então devemos deixá-los, não concorda, princesa?
E eu amei quando essas palavras saíram dos lábios de minha sogra.
— Por que não se junta a minha filha e suas amigas?
Karin lhe sorriu, mas eu, Naruto e os outros soubemos de que não era verdadeiro. Mas o meu era, mesmo que não tivesse aparecido completamente.
— Meninos, eu acho que deveriam ir até o lago. Nessa época do ano ele está cristalino e delicioso. Sakura adorava ir a té lá com meu marido quando mais nova, principalmente nesta época do ano, quando as flores de cerejeira estão caindo das árvores, deixando a grama rosada com suas pétalas.
— Nós iremos sim, Mebuki. – Respondi com um sorriso.
— Senhorita Uzumaki, me acompanha?
E então eu finalmente a vi seguir para longe de mim e dos meus amigos.
— Eu vou ser agradecido à rainha pelo resto da minha vida.
E eu concordava e me sentia como meu amigo ruivo. E antes que eu pudesse verbalizar em palavras, senti um corpinho pequeno se jogando em minhas costas, abraçando-se pelos ombros, mesmo que ela tivesse precisado ficar pendurada em mim para suas mãozinhas poderem tocar meu peito. Não precisei olhar para saber quem era, mesmo assim, olhei de soslaio encontrando minha sobrinha com um sorriso enorme no rosto infantil. Ela era extremamente parecida com minha mãe; o tom dos cabelos, o tom da pele e até mesmo o sorriso. Ela tem um contraste perfeito de uma Uchiha. Há algumas semelhanças da mãe, como a cor dos olhos que eram em um tom âmbar, mas de resto, era toda Uchiha.
— Tio Sasuke, quero ver as flores no lago.
Ela poderia pedir qualquer coisa que eu daria a ela. Naomi era como eu quando mais novo, amava explorar lugares novos, até mesmo os que ela conhecia de olhos fechados, como nosso jardim, por exemplo, no qual ela já até mesmo deixou os pais de cabelos em pé por ter desaparecido e voltado com as pétalas das rosas do cultivo de minha mãe até mesmo em seus cabelos.
— Papai disse que me levaria.
E então o encontrei com sua esposa ao lado.
— E se não for pedir muito, me entregar ela durante o almoço.
— Você tem sorte de eu gostar de ficar com minha sobrinha. – Digo, fazendo minha sobrinha sorrir de orelha a orelha, me abraçando ainda mais, após eu abraçar seu corpinho e colocá-la sobre minhas pernas. – Mas eu sei o que você quer com isso. Se beneficiar de que sua filha está sobre meus cuidados para aproveitar um tempo sozinho com Izumi.
Meus amigos riram.
— Inconveniente.
E eu ri, mesmo que tivesse presenciado minha cunhada corar.
— Não vou me desculpar por minhas palavras verdadeiras.
— Pelo menos eu posso beijar minha esposa.
— Filho de uma...
— Minha sobrinha está em seu colo.
Me cortou, e então eu o fuzilei com os olhos, já que não poderia dizer as palavras que estavam presas em meus lábios.
— Sasuke, se não puder ficar com ela...
— É claro que eu posso, Izumi, na verdade, vai ser a melhor parte do meu dia.
— Obrigado pela parte que me toca.
Revirei os olhos ao ouvir Naruto.
— Estava aqui te dando um conselho sobre Sakura, e você diz isso.
— Vamos lá, Nami? – A chamei por seu apelido carinho, no qual eu dei quando ela nasceu.
— Está me ignorando, que absurdo
Meus amigos riram, enquanto eu me levantava junto a minha pequena, realmente ignorando o loiro.
— Nos vemos na próxima refeição do dia. – Pego em sua mão e começo a caminhar para longe do casal, com meus amigos em meu encalço, ouvindo o Uzumaki reclamar em meu ouvido, enquanto que Naomi apenas ria, achando engraçado as palhaçadas de Naruto. E eu poderia mandar ele calar a boca, mas se minha pequena estava feliz, eu poderia aguentar aquele enjoo por mais um tempo.
*--* *--*
Eu estava me preparando para ir finalmente a sala de jantar, para me juntar aos outros. Havia me demorado um pouco no banho, por estar muito pensativo. Eu sabia que me encontraria com Sakura, mas não conseguiria dizer mais que um "boa noite". Era irritante não poder ter um momento a sós com ela. Eu queria pelo menos alguns minutos, desejava ardentemente que algo acontecesse para que acontecesse esse encontro. Mas sabia que seria praticamente impossível, e era exatamente por isso que eu pensava nas palavras de meu amigo loiro. Poderiam ser palavras idiotas, mas que havia me presenteado uma ideia de como poderia me encontrar com ela, finalmente. Era um bom plano, mas eu precisava que ninguém tivesse os olhos sobre nós, ou seriamos de alguma forma interrompidos, e eu precisava estar sozinho com ela, pelo menos por alguns minutos. Em minha mente, o plano parecia ser fácil, mas eu sabia que em primeiro lugar eu precisava estar no lugar certo, na hora certa. Eu sabia todos os horários dela; de suas lições, de seus encontros com a mãe e a costureira. E o local perfeito seria a caminho da biblioteca.
Enquanto caminhava em direção a sala, ouvi passos de quem subia as escadas. Eu ouvia a voz baixinha de Sakura e como não ouvi a voz de mais ninguém, deduzi que ela estava sozinha. E um finalmente fez eco em minha mente. Encostei minhas costas a parede perto das escadas e esperei pela aproximação dela, de minha noiva. Eu estava tão ansioso que me perguntava se ela vinha devagar de propósito, como se soubesse que eu estava esperando e me fazia esperar apenas para me deixar ansioso. Era assim que me sentia: ansioso. Eu estaria com ela, sozinha, finalmente. Eu esperei tanto por aquele momento, tanto que eu havia feito até mesmo um plano maluco no qual eu a trancaria comigo na biblioteca, o que provavelmente faria com que todos estivessem a nossa procura, porque eu não me contentaria com apenas alguns minutos. Eu não sabia se isso era ruim ou não, mas pelo menos eu teria o momento que eu esperei tanto.
Seus pés tocaram o topo da escada finalmente e então eu agi; peguei em seu braço e a puxei para mim, nos escondendo no corredor escuro, já que as lamparinas de onde estavam perto de nós haviam sido apagadas por mim, propositalmente. Eu precisei tampar sua boca ao perceber que ela gritaria, por conta do susto.
— Sasuke.
Diz meu nome em alívio, levando uma das mãos em direção ao peito, ao me reconhecer.
— Que susto.
— Me desculpe. – Digo, verdadeiramente. – Eu não queria te assustar, só... – Fiz uma pausa de forma proposital. – Estava querendo ficar sozinho com você, e fiquei meio ansioso por isso.
Eu não consegui ver, mas imaginei que ela deveria ter corado. Precisava ver seu rosto e por isso a puxei para onde haviam duas lamparinas, mais para o meio do corredor, e então finalmente pude ver os olhos verdes brilhantes e o rosto corado no qual eu sabia que estaria ali.
— Eu também. Mas, infelizmente parece que estão querendo evitar que estejamos sozinhos.
— Então não é coisa da minha cabeça. – Brinquei, fazendo-a sorrir. – Como andam os preparativos?
— Me enlouquecendo. – Diz rindo. – Mas não de forma ruim. – Completou. – Já finalizei os últimos detalhes hoje.
— E seu vestido?
— Está curioso?
— Na verdade, um pouco.
E era verdade. Havia ouvido um comentário da Yamanaka sobre o vestido ser deslumbrante e que delinearia o corpo da minha noiva. E após ouvir essas palavras, eu fiquei pensando nisso por um bom tempo, imaginando a peça, principalmente em seu corpo. Eu não conseguia me controlar, imaginando o quão bela ela ficaria na peça escolhida por ela.
— Eu quero te surpreender, então diferente dos outros anos, eu não direi uma só palavra sobre ele.
E eu fiquei mais curioso e ansioso do que já me encontrava, principalmente quando eu via aquele sorriso encantador em seus lábios enquanto me dizia aquelas palavras, que pareciam mais como uma provocação.
— Você e os outros se divertiram no lago?
Perguntou de repente, me tirando do transe.
— Sim, foi divertido. – Digo sorrindo. – Mas faltou você.
— Eu queria ter estado lá com você.
Confessou, encolhendo o corpo em meus braços.
— Na verdade, eu tinha uma pergunta para fazer.
— Sobre?
— Você... disse...
Percebi seu nervosismo ao ver que ela não conseguia finalizar a frase.
— Disse que me amava.
Eu apenas balancei a cabeça, esperando que ela continuasse.
— Mas... o que isso quer dizer para nós?
— Como assim? – Eu me senti um pouco confuso.
— O que nós somos? – Balançou a cabeça de repente. – Quer dizer, somos noivos, eu sei, mas o que somos realmente, tirando esse detalhe?
— Quer dizer, sobre nosso relacionamento?
Ela me confirma com o som da garganta, e eu fico nervoso, não sabendo muito o que responder por um momento.
— Eu não estou querendo cobrar nada, só me sinto um pouco confusa sobre isso. Nós nos conhecemos desde muito pequenos, somos amigos desde então, e... eu confessei meus sentimentos. E você não os rejeitou, muito pelo contrário, então...
— Você está falando demais. – Digo de forma divertida; eu adorava quando ela balbuciava, falando tão rápido que era até mesmo difícil de compreender.
— Desculpa.
— Eu gosto de te ver balbuciar.
E dessa vez, eu pude ver seu rosto tomar uma tonalidade mais rosada.
— Eu não sei exatamente como é isso, Sakura, nunca estive em uma situação como essa, na verdade, eu observava o meu irmão com Izumi para poder entender melhor meus sentimentos com relação a você, para entender o conceito de "amor" e "família. – Sorri. – E ainda é tudo muito novo para mim, apesar de entender melhor o cuidado que sempre senti para com você. – Digo tocando seu rosto, olhando em seus olhos esverdeados. – Nós não somos mais apenas amigos. Mas também não sei bem o que somos. – Demonstrei minha confusão com minhas palavras, mas então completei. – Tudo que eu sei e que é concreto, é que eu te amo.
A vi morder o lábio, o que era mais um indício de seu nervosismo, mas dessa vez, acredito que seja por conta de minhas palavras.
— Tudo bem para mim.
Diz finalmente, me deixando aliviado.
— Ter seu amor me basta.
Completou, corada.
— Sakura!
Ouvimos um chamado, e como a voz não era muito alta, imaginei que a pessoa estivesse perto.
— É a Ino.
Ela tentou passar, mas eu a impedi.
— Espere. – Ela me olhou nos olhos e eu completei. – Antes, eu preciso fazer uma coisa.
— O que?
Eu desviei meus olhos para seus lábios, e devagar, aproximei os meus dos dela, tocando suavemente, antes de adentrar minha língua, sentindo a dela tocar a minha com calma, como se ela quisesse aproveitar aquele momento tanto quanto eu, mesmo que soubéssemos que estivessem se aproximando cada vez mais de onde estávamos. Ela se afastou ao ouvir os passos mais próximos.
— Nos vemos no jantar.
Diz, me beijando rapidamente nos lábios, antes de seguir para longe de mim, encontrando a loira – na qual eu queria esganar por ter nos interrompido – no meio do caminho. Eu esperei que elas estivessem já longe, para poder finalmente seguir para onde estava indo ante de me encontrar com a minha rosada. Eu sabia que não me esqueceria daquele beijo, e que estaria contando as horas para me encontrar com ela a sós novamente, mesmo que soubesse lá no fundo que provavelmente isso só aconteceria no dia de seu baile. E de repente me encontrei nervoso. Eu teria uma dança com ela, após sua dança de pai e filha, e seriamos o centro da atenção de todos os convidados, algo que eu não gostava nem um pouco. Não era novidade para mim, em seus aniversários eu tive uma dança com ela, mas seria diferente dessa vez, estávamos oficialmente noivos perante todo o reino, e isso me deixava ainda mais nervoso, principalmente por saber que teriam comentários. Mesmo assim eu o faria por ela, pela felicidade dela. Precisava me preparar psicologicamente, mas estava feliz. Eu me encontrei com ela novamente após tantos dias, trocamos um novo beijo e eu pude me explicar melhor sobre o que éramos agora um para o outro. Ainda era confuso, mas havia ficado feliz por bastar para ela.

Notas Finais:  Então estrelinhas o que acharam desse capítulo? Espero que tenham gostado a para compensar o capítulo que nosso Sasuke não apareceu esse foi inteiro na narrado por ele, ele é muito fofo e romântico. Ano que vem teremos esclarecimentos de fatos, mas não darei muito spoiler. Então até ano que vem espero todos vocês aqui.

BeijossAté a próxima!!!

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