Feliz Aniversário

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Notas Iniciais: Quem aqui estava com saudades de nós?
Desde já pedimos por desculpas com a demora nas atualizações, mas eu — MiaSmoakQueen — estava com Covid, fiquei ruim por muitas semanas, depois veio o ENEM, e aí ficou mais complicado para finalizar e postar o capítulo.
Mas o importante é que estamos aqui.









Sakura

O grande dia havia chegado e eu estava uma pilha de ansiedade. Tudo estava perfeito; como havia sido planejado nos mínimos detalhes. E eu estava tão feliz que acho que nada no mundo pode acabar com a minha felicidade. E eu espero que assim seja. Não gosto nem de imaginar em algo ruim acontecendo no dia do meu tão esperado aniversário, pior ainda, na hora da minha festa. 
Eu me nego a pensar bobagens, pensei, erguendo o queixo, diante de um espelho redondo que havia em meus aposentos.
A festa já havia começado; eu podia ouvir de onde estava; a música tocava juntamente a algumas vozes que soava pelo salão. Já me sentia nervosa por imaginar se Sasuke já se encontrava a minha espera. Da sacada eu podia ver alguns outros convidados chegando em suas carruagens; todas com as cores e o emblema identificando seus reinos. E eu só me encontrava ali, onde ninguém podia me ver, por conta de minha curiosidade e ansiedade, claro.
Eu e minhas melhores amigas estávamos em meus aposentos; apesar de cada uma delas já estarem belas em seus vestidos e pinturas no rosto, eu ainda me encontrava com apenas os cabelos devidamente penteados como havia desejado e a pintura em meu rosto, de acordo com o belo vestido que havia escolhido a alguns dias atrás.
Hinata havia escolhido uma linda trança com flores dispostas, Ino, um rabo de cavalo, deixando apenas a franjinha solta em sua testa, Tenten, um coque preso por tranças, deixando apenas algumas mexas e a franja soltas, e Temari, escolheu algo mais “diferente”; três tranças — nem muito fina, nem muito grossa — na lateral da cabeça deixando o restando do cabelo solto, inclusive a franja que ficava do outro lado na qual não havia as trancinhas.
Diferente delas, eu escolhi deixar meu cabelo completamente solto, com a diferença de que havia duas trancinhas puxadas do alto da minha cabeça, uma de cada lado, amarradas no meio e caindo sobre o restante das minhas madeixas que tocavam minhas costas.
Quando eu já me encontrava com meu belo vestido, caminhei em direção a minha caixa média onde se encontrava os ornamentos. Escolhi um lindo colar no qual havia uma bela e média flor de cerejeira e meus pequenos brincos de esmeralda.
A cada momento que eu sentia que chegava a hora de eu finalmente descer, mais eu sentia meu estômago revirar, mas eu sabia que era apenas por nervosismo. Tentava relaxar, mas era impossível. Era um dia importante para mim, principalmente por ter a pessoa que eu mais estimava me esperando a poucos passos de onde eu me encontrava naquele momento.
As meninas me elogiaram e então seguiram para fora do meu aposento, deixando-me sozinha e mais ansiosa. Eu seria a última a aparecer, afinal, era a aniversariante, então esperei para que finalmente fosse chamada pela minha serva mais fiel: Kurenai.
Quando finalmente comecei a andar pelo corredor, chegando ao topo da escada na qual todos me veriam descer em alguns minutos, senti minha mão começar a soar e minha respiração ficar desregulada, por isso respirei fundo, deixando que apenas o senhor que me anunciaria perceber meu nervosismo, o que não me importava nenhum pouco, e após um manear, deixando claro de que estava preparada, ele finalmente me anunciou, fazendo com que todos os convidados olhassem para mim. 
Eu descia com uma delicadeza na qual fui ensinada desde criança, com o queixo erguido e o olhar focado, mas eu não soube por quanto tempo, pois em algum momento comecei a passar os olhos por todo o salão, tentando encontrar aquele que me fazia sentir borboletas no estômago. Não foi muito difícil encontrá-lo; ele estava ao lado da família, a poucos passos de onde estava sua amada mãe, já que seu pai se encontrava ao lado do último degrau a sua espera. 
Ele estava ainda mais belo do que já era normalmente. Usava uma calça completamente negra, assim como os sapatos e a túnica, sendo que apenas o cinto era em vermelho. 
Assim como todos os convidados, ele já não se encontrava mais com a capa, mas eu tinha certeza de que ela também era tão negra quanto as outras vestimentas que ele havia escolhido.
Também pude ver minhas amigas, que se encontravam ao lado de seus respectivos noivos, mas eu não me foquei tanto nelas. Meu foco maior era em meu noivo. 
Noivo.
Era tão estranho e ao mesmo tempo tão maravilhoso falar e ouvir essa palavra, principalmente após eu ouvir de seus lábios seus sentimentos por mim. 
Eu mal podia acreditar que em um ano eu estaria casada com o amor da minha vida e que me tornaria sua rainha.
Quando cheguei finalmente ao último degrau, meu pai tocou meu rosto com ambas as mãos e beijou minha testa, me dando um sorriso no qual ele não dava para qualquer um. Eu sorri de volta, após abrir meus olhos, que haviam se fechado quando eu senti os lábios dele sobre minha testa.
— Feliz aniversário, minha princesa. 
Não desfiz meu sorriso, mas meu coração disparou ao perceber que Sasuke já se encontrava ao lado de meu pai, que havia pego em minha mão em algum momento no qual eu não consegui perceber, e me entregue ao genro que ele havia escolhido para si. 
Minha primeira dança seria com Uchiha Sasuke, bem diferente de como foi no meu aniversário de treze; ele havia sido o segundo, pois meu pai havia sido o primeiro. Eu sabia que aquele acontecimento havia sido planejado por meu pai. Todos os aliados se encontravam na festa e ele queria mostrar que havia mais do que apenas uma bela amizade entre ele e o meu sogro.
—Você está perfeita. – Ele sussurra em meu ouvido após a reverencia, dando-me um beijo na testa, como meu pai o fez, mas muito diferente do que senti com o primeiro, meu estômago revirou e eu me senti ainda mais nervosa.
— Obrigada – Agradeço, um pouco envergonhada.
Juntos, começamos a andar até o centro do salão, e eu podia sentir todos os olhares sobre mim, ainda assim, eu não conseguia me focar em mais ninguém a não ser nele. No meu noivo. E quando já nos encontrávamos de frente um para o outro, na posição da dança, a música instrumental começa a tocar, e ao mesmo tempo começamos a dançar, com os olhos fixos um no outro, como se houvesse apenas eu e ele naquele extenso e belo salão.
E mais uma vez eu pensava no quanto aquele dia estava sendo o dia mais feliz da minha vida, e que nada no mundo poderia estragá-lo.
Quando a dança estava no final, Sasuke me deu um beijo — no qual havia sido bem mais simples do que os outros foram, mas que eu sabia que era por conta de estarmos sendo observados por várias pessoas, inclusive nossos familiares —, me deixando sem graça — na verdade, muito envergonhada. Ainda assim senti meu corpo queimar, afinal, eu não podia negar que eu queria muito beijá-lo também.
Ouvi aplausos e logo em seguida todos se aproximaram para me cumprimentar, inclusive meus sogros, Itachi, Izumi e a pequena Naomi. Eu a peguei no colo quando ela estendeu os bracinhos para mim e beijei sua bochecha, dizendo a ela o quanto estava linda. E ela realmente estava, uma verdadeira princesinha. Logo em seguida ela praticamente pulou para os braços de seu adorado tio, que a mimava mais que tudo. 
De repente percebo um ruivo de olhos claros adentrar o salão, e imediatamente franzo o cenho. O desconhecido por mim cumprimenta os pais de Sabaku no Gaara, o noivo de minha melhor amiga, e logo depois os pais de Sasuke e Naruto, que já se encontravam lado a lado. Neste momento, eu já me encontrava com todos os meus amigos — incluindo os de Sasuke — ao meu lado, e percebendo minha atenção voltada para outro lugar, passam a observar o mesmo que eu.
— Você o conhece, Sakura?
Ouço a voz de Ino, que também olhava para o ruivo.
— Nunca o vi antes.
— Ele é filho do conde do meu reino.
Me voltei para Gaara, assim como todos os meus amigos.
— Se não estou enganado, seu nome é Akasuna no Sasori.
— Eu nunca o vi por lá. – Ino comenta com o noivo.
— Ele não vai ao castelo. – Voltou-se para o ruivo. – Nossos pais não tem um bom convívio. 
Isso me deixou extremamente curiosa, e mais ainda por vê-lo conversar com os pais de meu amigo como se fosse íntimo.
— E o que ele faz aqui, então?
A pergunta que eu faria foi feita por Tenten, que estava tão boquiaberta quanto eu diante aquela revelação.
Quando vi Gaara respirando fundo, olhando de Sasuke para mim, de uma forma bem incômoda, senti um leve arrepiar pelo corpo, e não de forma boa, na verdade, bem ruim.
— Fiquei sabendo que ele não gostou de saber sobre seu noivado com Sasuke.
Imediatamente meu humor não estava dos melhores.
— Como é? – Apesar de minha voz estar baixa, ela demonstrava toda a minha revolta. – Nós nem nos conhecemos, isso não tem lógica.
— Realmente. – Temari concordou comigo.
— Só o que eu sei é isso, Sakura. – O ruivo a sua frente deu de ombros. – Eu não sou de ficar procurando saber da vida dos outros, mas tenho que confessar que fiquei curioso quando me disseram sobre isso. 
— Até eu fiquei. – Naruto murmurou, parecendo estar desconfiado, tanto quanto eu.
— Ele deve ter alguma paixão por você, é a única explicação.
Vi Sasuke franzir o cenho ao ouvir Hinata, provavelmente muito incomodado, tanto quanto eu.
— Pouco me importa se ele gostou ou não de saber sobre meu noivado, menos ainda se ele tem ou não uma paixão por mim, ainda assim ele não tem o direito de invadir minha festa de aniversário. – Disse, começando a andar em direção ao Akasuna, ou seja lá qual era seu nome.
— Sakura, espera. 
Ouvi meu noivo me chamar, mas ainda sim continuei meu trajeto, ouvindo passos atrás de mim, tendo a certeza de que era Sasuke, mesmo sem olhar. Eu sabia que não deveria fazer nenhum escândalo, mesmo que fosse meu desejo, e quando o vi conversando — naquele momento — com meus pais, tive de respirar fundo para então tentar me pronunciar.
Mas só tentar mesmo, porque sem nem perceber meu pai me interrompeu.
— Ah, minha filha... 
Meus olhos se encontraram com os âmbares do ruivo quando ele se virou ao ouvir a voz de meu pai, e ainda assim eu continuava com uma seriedade na qual poucos viam.
— Esse é Akasuna no Sasori, o filho do conde de Aksum. 
Nos apresentou com um sorriso no rosto.
— Sasori, essa é a minha filha, a princesa Sakura. 
— É um prazer conhecê-la, princesa.
Fiz uma reverência, apesar de esse não ser o meu desejo.
— O prazer é meu.
— Uchiha.
— Akasuna.
Havia uma animosidade entre eles e qualquer um podia perceber pela forma como haviam cumprimentado um ao outro. 
Logo em seguida o ruivo se virou para mim com um sorriso nos lábios.
— Felicidades, princesa, a festa está linda.
— Obrigada. – Murmurei, me incomodando cada vez mais com seu olhar.
— Realmente..., um espetáculo.
Eu e Sasuke fomos os únicos que havíamos percebido que o outro não elogiava a festa e sim a mim, o que me fez arrepiar de uma forma muito ruim. Mas em seguida me senti completamente segura ao sentir o braço de Sasuke abraçar minha cintura.
— Ela organizou tudo nos mínimos detalhes, e ficou esplêndido. – O pai concordou ainda com o sorriso nos lábios.
— Além de sua filha ser bela e simpática, também é extremamente habilidosa.
Senti a mão de meu noivo apertar com certa força minha cintura e eu acabei soltando um gemido baixo, que acabou por chamar a atenção dos outros para mim. Rapidamente pigarreei.
— Bom, os deixarei agora. – Olhei para meu pai. – Voltarei para meus amigos.
— Claro, querida, se divirta. 
Lhe sorri, mas o desfiz rapidamente ao olhar o ruivo, que tinha um olhar cheio de algo que eu não soube identificar — mas que eu não gostei nenhum pouco — e um sorriso ladino que me dava a impressão de que ele estava me provocando de alguma forma, ou ao meu noivo. Antes de seguir para onde meus amigos estavam, pude perceber o olhar dele subir e descer vagarosamente, contemplando meu corpo, e mais uma vez senti aquele arrepio ruim. Sasuke se afastou para que eu pudesse fazer a reverência e então segurou minha mão, levando-me para longe daquele ser horripilante. 
Com toda a certeza ele era um problema. Só esperava que não atrapalhasse minha história com o amor da minha vida. 
Eu estive rodeada de pessoas que me amam pelas próximas horas; dancei com meu pai, com Sasuke novamente, com alguns dos meus amigos, e até mesmo com meu cunhado, que havia me surpreendido ao se aproximar e me chamar para uma dança. Itachi era extremamente divertido e eu adorava estar na companhia do filho mais velho de Fugaku; não mais do que na companhia de meu amado noivo, claro.
Eu não soube quanto tempo se passou, mas eu não mais estava preocupada com o ruivo Akasuna, até que recebi um pequeno cartão com algumas palavras escritas; palavras estas que me fizeram engolir em seco e tremer dos pés à cabeça. E alguma coisa me dizia que eu sabia exatamente quem havia me enviado aquele cartão no qual eu amassei em minhas mãos e o atirei no primeiro latão de lixo que encontrei.
“Se não for minha, não será de mais ninguém”
Aquelas palavras estavam passando e repassando na minha cabeça, e foi por estar tão longe — no sentido figurado — daquela festa naquele momento que acabei por me assustar ao sentir o toque de Sasuke — que eu só soube que era ele quando meus olhos o encontraram.
— Está tudo bem?
— Sim.
Lhe dei um sorriso, me impedindo de demonstrar todo meu desconforto. Eu não poderia jamais dizer sobre aquele “recado” ao meu noivo. Sabia o quanto ele era esquentado e com certeza iria tomar providências sobre. 
— Então me acompanha?
Eu apenas lhe dei um sorriso ainda maior que o anterior, o que o fez sorrir ladino e então me levar até o jardim, que estava completamente iluminado e tão belo — por conta da decoração — quanto o salão. Olhei ao redor, percebendo cada detalhe da decoração escolhida por mim, e com as flores de cerejeira que haviam desabrochado, ficava ainda mais lindo. 
— O que estamos fazendo aqui? – Perguntei, com os olhos fixos no meu Uchiha, que pegou em minha mão e me levou até um banco de madeira que ficava abaixo de uma das tantas árvores de cerejeira.
— Eu tenho algo para você.
— E o que é? – Demonstrei toda a minha curiosidade com meu sorriso e a forma na qual fiz a pergunta.
O vi pegar uma caixinha quadrada — nem tão fina nem tão grossa — de dentro do bolso de sua calça, entregando-me imediatamente. De forma ansiosa abri a caixinha, encontrando um lindo colar meia-lua azul — nem tão escuro nem tão claro.
— É tão lindo. – Digo sem tirar os olhos do meu mais novo ornamento — que instantaneamente virou meu preferido. – Coloca em mim?
Ele sorriu ladino.
— Claro. 
Eu ergo meus cabelos para que ele pudesse retirar o que estava usando naquele momento, para logo em seguida colocar o que ele havia me presenteado. O toquei com as pontas dos dedos com um sorriso no rosto, antes de olhar em seus olhos novamente.  
— Eu amei o meu presente. – Confessei. – E eu vou usá-lo sempre. 
Senti seus dedos da mão direita tocar meu rosto de forma carinhosa.
— Eu fico feliz que tenha gostado.
E então senti seus lábios contra os meus. Diferente de a poucas horas atrás, esse era intenso, apesar de lento e calmo. O acompanhei no mesmo ritmo, sentindo aquela sensação gostosa e ao mesmo tempo estranha que me acontecia sempre que sentia o gosto de seus lábios. A respiração começou a nos faltar e com vários selinhos ele deixou meus lábios.
— Eu te amo, Haruno Sakura. 
Sorri de imediato, mordendo meu lábio levemente.
— Eu também te amo, Sasuke. E vou amar pra sempre.








Notas Finais:Perceberam um personagem novo neste capítulo, certo?
Fiquem de olho, ele ainda vai ser um problema.
Esperamos por seus comentários.
Até breve.
Kissus!

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