DESTINO

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HARLEM, NY

1986

"E o que você sabe sobre rap, K?" Tupac pergunta pra seu primo que se gabava sobre saber rimar.

Tupac, Kastro e Yaki se conheciam desde o momento que nasceram. Eles nunca souberam exatamente quando isso começou e só sabiam que em um momento estavam juntos focados em rap, jogos, meninas e poder zoar um pouco. 

Eles estavam indo pra escola e falando sobre alguma coisa qualquer como sempre faziam. Tupac nunca sentiu vontade ou achava legal ir pra escola. Ele amava conhecimento e estava sempre aprendendo com sua mãe, principalmente por ela fazer parte do Partido dos Panteras Negras.

Yaki tinha um sentimento parecido. Pra ele, era como se a escola fosse só mais um jeito de matar o tempo. Mas Kastro até que gostava e sua mãe não parava de se gabar pelo filho que tinha.

"Mano, eu sou o rap!" Kastro diz com ênfase no rap, fazendo seus amigos rirem enquanto viram a rua.

"Mano, cala a boca. Os manos hoje em dia 'tão tudo achando que são Rakim e Ice-T." Yaki fala, balançando a cabeça negativamente.

"Vocês não 'tão ligado. Quando eu tiver minha mansão, carrão com várias gatas, vocês vão parar de falar essas merda." Kastro diz, acompanhando os meninos.

"Awn, desculpa, papi!" Yaki diz, zoando Kastro e passando o braço ao redor de seu pescoço, o fazendo se afastar rindo.

"Mano, vem logo. A gente ainda tem que passar na loja." Tupac disse se referindo a loja de discos e fazendo os outros dois resmungarem.

Uma coisa que não podiam negar é que gostavam de música. Como muitos da idade deles. E eles estavam sempre ouvindo ou falando sobre um àlbum, clipes e etc.

"Falei que tinha, meu mano." Tupac diz, analisando o disco do Marvin Gaye que estava procurando há muito tempo. 

"Negão, eu não tô nem aí, só vai logo. Minha mãe vai me matar se souber que cheguei atrasado." Yaki diz, olhando a loja, enquanto Kastro estava vendo discos.

Tupac revira os olhos e vai ao caixa, sendo seguido pelos outros dois logo em seguida. Um barulho de sino surge, indicando que alguém havia entrado na loja, junto de uma conversa de fundo.

"Não acredito nessa merda." Uma voz diz e Tupac percebe que alguém se aproxima dele. "Desculpa, mas esse disco é meu." Uma menina diz, fazendo Tupac virar em sua direção confuso.

"Como é?"

"O disco que você pegou é meu. Eu tinha falado com o Sonny semana passada..."

"Desculpa, gatinha. Qual o seu nome?" Tupac a interrompe, a fazendo revirar os olhos.

"Negão, de que importa? Só me dá o me.." 

"Meu disco, gatinha." Tupac diz, impedindo que a menina tire o disco da sua mão.

"O que tá acontecendo?" Sonny, o dono dali, pergunta ao ver os dois discutindo e atraindo alguns olhares. "Marvin Gaye? Moleque, 'cê tem bom gosto, em." Sonny diz sorrindo, ao ver Pac sorridente com o disco.

"Isso aqui é coisa boa."

"A minha coisa boa." a meninas diz, o encarando brava, fazendo os dois olharem pra ela. "Sonny, qual é, você disse que ia reservar pra mim." ela diz, o encarando indignada.

Pac a encarava indignado. Como alguém podia reservar um disco e não comprá-lo por meses. Ele entendia a ideia de reserva, mas ele procurava o disco a muito tempo e não deixaria nada impedir ele de tê-lo.

"Pago o dobro, Sonny. " o jovem diz, chocando o mais velho.

"60$?" Sonny pergunta ainda desacreditado e fazendo a menina encarar os dois desacreditada. Tupac confirma. "É seu." Sonny diz e o rapaz tira as notas que totalizavam 60$.

"SONNY!" a menina exclama, chocada com sua ação.

"Desculpa, Solana, mas você sabe como é. A loja precisa de dinheiro pra ficar aberta e você nunca mais veio comprar. Prometo que assim que vier outro disco, ele será seu." Sonny diz para a menina, a fazendo bufar e revirar os olhos.

"É Solana, relaxa." Tupac diz rindo, correndo logo após com seus amigos, já que a menina corria atrás dele para distribuir toda sua raiva nele.

Eles corriam ao mesmo tempo que faziam o caminho da escola. Solana não se cansava. Ela corria atrás de Tupac como se sua vida dependesse disso. E tudo piorava quando ele virava para provocá-la.

Pac e seus amigos se deparam com uma pequena multidão perto da quadra de basquete do bairro e decidem ir pra lá pra dispersar Solana. Solana apenas os segue. Logo, eles percebem quem aquela multidão era por causa da batalha de rap que acontecia ali. Enquanto eles passavam entre as pessoas era possível ouvir as pessoas ficando animadas enquanto rimas eram jogadas.

"Aí Pac, por aqui!" Kadafi diz, guiando seu amigo pra saída dali.

Kastro e Kadafi correm e seguem caminho e Tupac estava atrás deles, mas é parado após seu corpo trombar com outro.

"Você é louca." Tupac diz ao ver Solana no chão como ele.

"E você é a porra de um ladrão. Agora devolve meu disco." Solana diz, se aproximando e tentando pegar o disco dele.

"Seu? Garota, esse disco é meu. Não fode!" Tupac diz, segurando o disco e se levantando.

Solana salta em cima dele e começa a bater nele, tentando pegar o disco dele, enquanto Tupac se defendia e tentava proteger o disco. Até que ele sente o disco divido em 2 dentro da capa.

"Você quebrou o disco?" Tupac pergunta totalmente irritado e surpreso, tirando Solana de cima dele.

Ela o encara preocupada com o disco.

Ela havia quebrado o disco?

Antes que Pac pudesse gritar ou brigar com Solana, eles ouvem um barulho estrondoso.

"BRIGA!" alguém diz, após os tiros serem disparados, fazendo com que a multidão se disperse o mais rápido possível.

Solana paralisou, não sabia como fazer seu corpo se mexer. Ela estava em pânico. Os tiros foram gatilhos. Ela se lembrou do dia em sua infância. Tupac tinha visto que Solana não tinha reagido de maneira alguma, então a ajudou.

"Levanta, porra!" Solana sente seu corpo sair do chão e sente a mão de Pac pegá-la e puxá-la de lá. 

Solana só sentia suas pernas mexerem, sem ela mandar nenhum comando pro seu cérebro. Ela e Pac corriam muito rápido, como se tudo o que ocorreu alguns minutos antes, não importasse mais. Sem fôlego, os dois só focavam em correr e sair do caos.

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sim, é o auge de todos os pensamentos. agora este é o próximo nível com este novo álbum.

é a boo, baby!

LOVERS OF CHAOSOnde histórias criam vida. Descubra agora