Momo... Momo Yaoyorozu é o nome dela. Ele sorriu minimamente, prestando atenção no seu trajeto. Era oito e quarenta, por mais que o bicolor queria dormir mais, porque foi dormir de madrugada depois que todo mundo saiu, tinha que enviar o presente e a carta para sua mãe, pois tudo estava fechado para o Natal, inclusive o correio. A carta e o presente que ele tinha comprado na véspera, não pode ser enviado por causa disso e como ele não conseguiu terminar a carta e comprar o presente para enviar e comunicar os amigos sobre a comemoração ser na sua casa no mesmo dia, ele decidiu enviar no dia seguinte ao do Natal e lá estava ele, já na rua, seguindo seu rumo.
Era estranho como ele queria tanto saber o nome da garota, a conhecer melhor... Ela parecia legal, mas ele nunca sentiu tanta curiosidade em conhecer uma mulher, tanto que quando acordou sete horas, não conseguiu dormir mais, se sentiu estranhamente feliz por saber o nome da mulher e disposto a acordar aquela hora, sem contar que mesmo com sua expressão costumeira, olhar o céu e ver as neves caindo fez com que ele sorrisse pequeno.
Ele decidiu que antes de ir para o correio, iria parar em uma cafeteria que nunca tinha ido perto dali. Ao entrar, abriu a porta de vidro, notando como a cafeteria era bem arrumada e moderna, mas que agora estava vazia. Ele limpou o calçado no tapete e escolheu um lugar para se sentar e assim o fez, guardando a sacola que levava com o presente e a carta no pé da cadeira, foi questão de segundos para a balconista pegar um caderninho de notas e sair de trás do balcão, indo atendê-lo. Com seu uniforme preto com a logotipo da cafeteria. Ao chegar na mesa dele, ela ajeita uma mecha de seu cabelo, colocando para trás da orelha, começando a abrir o caderninho.
— Pois não? — Ela fala.
Ao ouvir a voz conhecida, o bicolor rapidamente levanta a cabeça para olhá-la e quando a mesma sentiu seu olhar nela, ela o olhou, fitou os olhos heterocromáticos com surpresa, com sua boca entreaberta. Mesmo trabalhando ela estava bonita, com os cabelos presos em um rabo de cavalo, com uma mecha solta. A mulher que até então estava com a expressão surpresa, logo balançou o rosto, tentando se trazer de volta a realidade.
— Err... Oi. — Ela passa a mecha que tinha saído de trás do seu ouvido para o mesmo lugar novamente. Ela pigarrea.— O que o senhor desejaria?
— Ah... — Ele solta, sem nem saber mais o que ia pedir. Depois de alguns segundos ele falou a primeira coisa que veio na sua mente. — Um... café gelado, talvez.
Ela começa a anotar.
— Somente um café gelado?
— Sim. — Responde brevemente.
— Okay! — Ela termina de anotar e coloca a caneta apoiada na orelha, fechando o caderninho e colocando no bolso do avental. — Já já trago seu café gelado.
— Okay. — Murmurou simplesmente.
E assim ele vê ela sair e passar pelo balcão, abrindo uma porta mais ao fundo e entrando em um local.
Minutos depois ela volta, com o café gelado em cima de uma bandeja. Ela se aproxima do mesmo, com o bicolor a fitando atenciosamente, vendo ela colocar o café em cima da sua mesa e o olhar.
— Espero que goste! — Fala sorrindo.
Ele sorri minimamente.
— Gostaria que você sentasse comigo.
— Hum? — Ela estranha.
— Eu digo que... — Ele coça a nuca, com suas bochechas em um tom rosado. — Já que você não tem ninguém pra atender, poderia me fazer companhia.
— Isso não é contra as regras? — Ela pergunta mais para si mesma.
— Não sei, mas não teria problemas se ninguém ver.
Ela sorri e se senta em frente a ele, deixando a bandeja em cima da mesa. O rapaz pega o seu café gelado e começa a tomar um pouco dele, a mulher o fitando, pensando em como ele era bonito fazendo uma ação tão simples como essa, mas logo tentando afastar esse tipo de pensamento. Estava tão pensativa que nem percebeu o homem a sua frente terminar de tomar seu café e a chamar.
— Momo. — Chamou pela terceira vez, vendo a garota voltar para realidade. — Está bem? Lhe chamei três vezes.
— Oh, sim. — Ela riu sem graça. — Me desculpe, estava distraída.
— Entendo. — Fala simplesmente. — Aliás... no primeiro dia que nos esbarramos... aquelas anotações eram muito importantes? — Tentou puxar assunto.
— Sim, elas eram das aulas que eu tenho na minha faculdade, como se fosse um resumo na hora de estudar, também tinha a grade de horários e outras coisas importantes...
Viu o mesmo beber um pouco da sua bebida e logo depois, olhá-la. O jeito que ele à olhou fez a mesma se sentir nervosa, o que era estranho, mas ela já tinha sentido isso na primeira vez que ele fixou seus olhos heterocromáticos nela. Mas seu olhar era intenso, o que a deixava perdida, envergonhada e nervosa. Não conseguiu olhar nos seus olhos por muito tempo, logo ela desviou o olhar, com as bochechas levemente coradas. O garoto admirou a mulher, pensando como ela ficava fofa com as bochechas coradas daquele jeito.
— Por que está me olhando tanto? — Ela apoia seu queixo na mão, olhando para qualquer canto da cafeteria.
— Nada, é que você fica fofa corada. — Ele sorriu.
Ao olhar para o homem, a garota ficou ainda mais admirada. Pela primeira vez ele sorriu e o sorriso dele era... tão lindo. Por isso as pessoas diziam que sorrisos raros eram ainda mais bonitos de se ver, ela nunca concordou porque nunca tinha conhecido alguém como ele, que era mais neutro e que raramente sorria bastante. Mas o sorriso dele por um minuto a deixou derretida, suas bochechas coraram e inevitavelmente ela começou a sorrir também.
— Você deveria sorrir mais, fica lindo sorrindo... — Falou sem pensar.
Logo o sorriso saiu do rosto do homem e em troca uma expressão surpresa, com bochechas coradas.
Quantas expressões em um só dia, pensou ela, assim eu não vou aguentar, ele é tão fofo.
— O-o quê?
Só aí ela foi notar o que ela falou. A mulher logo ficou nervosa.
— E-eu... não foi isso que eu quis dizer! — Tentou se defender. Mordeu o lábio inferior se xingando mentalmente pelo o que tinha dito.
— Se você acha que eu fico bonito sorrindo... — Ele desvia o olhar para baixo. — Eu posso sorrir mais vezes.
Ela se surpreendeu. Olhou para ele sem saber o que falar e viu o mesmo tomar mais um pouco do seu café gelado, fazendo a garota sorrir.
— Seria ótimo. — Ela fala.
Ele à olha ainda tomando seu café gelado, com a expressão neutra de sempre, porém aquela expressão parecia mais fofa, pelo menos na mente da mulher.
Minutos se passaram e eles continuaram conversando, até Todoroki lembrar de repente que tinha outra coisa pra fazer e quanto mais demorasse, maior a fila. Começou a sugar pelo canudinho rapidamente o líquido que continua no copo, assustando a mulher que percebeu que ele estava tentando tomar mais rápido, ao terminar de tomar, olhou a hora. Nove e cinquenta e sete.
— Oh, eu tenho que ir. — Ele fala se levantando e pegando a sacola. — Tenho que enviar um presente pelo correio e... — Deixou a frase no ar. Logo pegou a carteira, pegando uma quantia de dinheiro. — Toma.
Ela piscou, mas logo se levantou e tirou a caneta que tinha guardado no bolso, tirando junto o bloco de notas. Logo ela começou a anotar uma coisa, fazendo o garoto arquear as sobrancelhas.
— O que está fazendo? — Perguntou curioso.
Logo ela pegou o dinheiro da mão dele e o guardou no bolso, arrancou a folha que estava escrevendo algo e deu para ele.
— Olhe e saberá.
O homem assentiu com a cabeça, pegando o papel e se despedindo dela.
Logo ele saiu da cafeteria e começou à andar, finalmente olhando o que ela escreveu no papel e ao ver sorriu.
Ela tinha escrito o número dela.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Dias Antes Do Ano Novo
FanfictionTodoroki conhece Yaoyorozu ao se esbarrar com a mulher na rua, no entanto, naquele momento ela era só uma "conhecida" pra ele. Na ceia de Natal, por algum motivo, ela estava lá, na sua casa, ao lado da namorada de um amigo dele, que até então ele nã...