Passado esta longa jornada de escolta da Lady Deva à sua casa, encontrada na capital de Fiore, Merida e Ikarus decidem ir comer numa taverna que ali havia. Após se deliciarem com uma comida refinada, foram para um alojamento próximo, o qual passaram a noite descansando.
No dia seguinte, Ikarus acorda sem ver Merida por perto. Então, o ruivo sai do alojamento, de certa forma preocupado e busca pela valquíria. Após alguns minutos de caminhada, o espadachim consegue ver que a dama da espada estava conversando com alguém, em uma carruagem ornamentada, com peças de ouro, com corcéis puros sangue – Fala sério! Vocês estão de brincadeira! Eu sou apenas uma valquíria que vaga pelo mundo. Vocês têm certeza que minha presença não irá incomodar os nobres? - Diz Merida, com um tom frio, como se estivesse evitando a conversa – Claro que não haverá problema, Senhorita. Você é um dos motivos desta celebração. Afinal, fora você que trouxera nossa Lady Deva em segurança - Ikarus vai se aproximando de fininho, tentando ouvir a conversa. A Valquíria lança um sério olhar para onde o ruivo estava, demonstrando que sabia onde ele estava e volta a olhar para o mensageiro – Eu odeio celebrações nobres. Sempre trazem muita dor de cabeça. Mas diga para a Senhorita Deva que eu estarei presente, mas levarei aquele pirralho – apontando para Ikarus, que estava escondido atrás de um poste na rua – junto a mim. Ele se sufocará junto a mim! - Merida solta um sorriso travesso, durante essa fala. Ela se despede do mensageiro e segue até o ruivo – Vamos, teremos uma longa noite. - No fundo, Merida estava agradecida por Ikarus poder ir junto. Mesmo tendo uma aparência infantil, o ruivo tinha atitudes maturas como um adulto e isso a ajudaria a escapar dos nobres que são apenas interessados na força da dama das espadas.
Enquanto andam pela cidade, conversando sobre o que irá acontecer na noite, o mercador chefe acena sorrindo – Ikarus! Há quanto tempo! - Então, o ruivo e a dama vão se encontrar com o mercador – Senhor Baltran! Pelo visto seus negócios andam melhores do que nunca hein! - diz com um leve riso, devido a aglomeração de pessoas – Sim, afinal estamos no nosso principal ponto de comercialização! - Diz o mercador sorrindo – Mas então... O que traz um jovem cavaleiro e uma belíssima dama nesta cidade? - Com uma expressão curiosa, o homem com o corpo roliço, com elegantes vestes e curtos cabelos castanhos, pega um aperitivo – Jovens cavaleiros não deveriam estar na capital Sygrad? - Até que deveríamos, mas vim em uma missão de escolta nobre com minha mestra – Olha para Merida – mas já estamos prontos para partir – Suas palavras pareciam incríveis em sua mente, mas saíram com um tom fraco pois tinha dificuldades em conseguir se socializar – Entendo! Mas meu amigo, tenhas cuidado em sua volta. Há rumores peculiares percorrendo a cidade – e sua voz sai quase como um sussurro, pois não queria que outras pessoas ouvissem disso. Afetaria seu comércio e todos seus companheiros comerciantes e viajantes. Ikarus e Merida aguçam seus sentidos, se aproximam e perguntam – Rumores? Que tipo de rumores? - Merida se encontrava preocupada, já Ikarus tinha apenas uma face curiosa, com olhos dilatados, pois pensava que seria outra missão em que poderia ganhar mais experiência de combate e vida. Mas, seu semblante permanecia sério, pois sabia que teria vítimas e poderia se ligar ao seu mau pressentimento na noite anterior.
Ambos entram dentro da caravana de Baltran, o qual começa a falar – Existe um boato que anda sendo abafado pela nobreza, sobre um assassino em série - e baixa ainda mais seu tom, onde somente os dois conseguiriam ouvir com algum esforço - Dizem que um barão foi morto na semana passada – seus punhos fecham, como se ele demonstrasse algum ressentimento pelo barão - e seu corpo não foi encontrado desde então. A nobreza tem escondido esse fato, dizendo que ele está apenas vagando pelo mundo como um viajante – Ikarus e Merida olham para baixo e fecham os punhos, com raiva. Era como se sentissem que sabiam disso – Baltran se levanta e dá um tapinha de leve nas costas de ambos – Relaxem. São apenas boatos que estavam correndo dentre os nobres. Mas por via das dúvidas, fiquem alertas – Ikarus e Merida fazem um gesto de agradecimento formal e educado para o comerciante – Agradecemos a informação, senhor Baltran! - O comerciante dá um grande sorriso e responde - Não precisam me agradecer. Somos grandes amigos, não é, Ikarus? - O ruivo assente com a cabeça. Ambos saem da caravana e seus caminhos descruzam, cada um seguiu um caminho.
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Crônicas do Imperador Dragão Volume 1
FantasyA história de como o melhor se tornou o pior! A história de como o mais puro e gentil coração pode ser corrompido pela maldade e perversidade dos corações negros. A história tem como protagonista Ikarus um jovem que era considerado o prodígio mais...