Cap 1 - quebrada.

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Meu cérebro foi colocado desde muito nova para sobreviver, com todas as guerras internas e externas que eu passei, me sinto ao menos capaz em ver que sobrevivi, mas dizer que vivo meu sonho... isso está bem longe de acontecer, o jeito que eu me via e o meu destino maltratavam minha mente, doía acordar e voltar a dormir, eu via a vida progredindo mas não sentia que a minha tinha a mesma rota. Meus sentimentos ficavam cada vez mais tristes, ia perdendo aos poucos minha resiliência, se eu não conseguia o amor daquele que eu amava, como eu poderia prosseguir?

Eu me fazia e desfazia diversas vezes ao longo dos anos, decidi aprender aquilo que me fazia esquecer de tanta dor. As dores do corpo eram melhores em mim do que a da alma, eu precisava parar de pensar no que provavelmente nunca seria meu, isso era um mantra diário.
Eu fui focando no meu futuro profissional e melhorando os treinamentos, fui sentindo orgulho do pouco que tinha mas nunca esquecia aquilo que tanto me atormentava, a falta do amor dele. Eu me sentia tão injusta em querer loucamente que ele me amasse, mas não conseguia esquecer, parece que tudo que eu fazia tinha um propósito e sasuke estava imerso nisso. Era desgastante demais ver que não importava o esforço, tanto eu, como naruto, nós não conseguíamos salvá-lo.
Mas para falar a verdade, eu própria não conseguia me salvar disso tudo.

Um dia, tsunade me chamou para beber com ela, já era quase certo de acontecer todo final de semana. Sim, era um péssimo hábito que eu tinha herdado da minha hokage favorita, beber virou um refúgio e momento de extravasar o que tanto me consumia, tinha virado um sintoma da minha doença. Naruto se mostrava preocupado comigo, ino e hinata já tinham me chamado para conversar... faz umas duas semanas que fujo deles e venho para onde estou agora, o pico mais alto de konoha!
Só tinha eu, o vento forte que sacudia meus cabelos e dois engradados de cerveja. Eu bebia relaxada, vendo aquele visual fantástico, sei que eu não poderia fugir por muito tempo... mas enquanto eu pudesse, faria com gosto. Fui pegar mais uma cerveja, mas não encontro, olho pros lados assustada.

-só me faltava essa! - irritada

Sinto o chakra dele, como não percebi?

-a bebida lhe deixa totalmente distraída.

-hokage, boa tarde. - o reverencio.

-sakura, estamos informais agora, me chame como sempre chamou. Você sabe que odeio formalidades.

Sorri de lado enquanto balançava a cabeça. Kakashi senta ao meu lado, sinto seu cheiro levemente amadeirado, ele pega uma cerveja e joga para mim, pego no ar e logo abro. Ele pega uma cerveja para ele, fazemos um brinde e tomamos o primeiro gole em silêncio.

-como sabia que eu estava...- paro rapidamente o que estava falando e olho para ele, ficando completamente de queixo caído!

-não tem como eu beber a cerveja cobrindo a boca, Sakura. - ele fala simplesmente.

Viro meu corpo para o seu lado, minha boca estava aberta de certeza. Vi pela primeira vez todos os detalhes do seu rosto, era mais bonito do que eu imaginava, sinto um rubor no meu rosto, noto que eu estava praticamente me inclinando para sua direção. Volto ao meu lugar, seguro firme minha saia, estava com bastante vergonha de segundos atrás. Escuto sua risada.

-desculpe, hoka... kakashi kun. Eu simplesmente estou um pouco chocada. - meu rubor continua, droga.

-você achou que seria diferente meu rosto?- ele toca seu rosto enquanto me encara. Concordo com a cabeça, fico feliz por saber que ele não lia mentes.

Termino de tomar a cerveja, já pronta para pegar outra, mas kakashi segura minha mão.

-estamos preocupados com você, tsunade te ensinou tudo, menos limite para álcool.

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