Olá! Então, minha gente, surtei e viciei nesse casal. Eu literalmente sonhei e decidi escrever essa fanfic a partir do meu sonho com MareCal.
Desde já, preciso deixar claro alguns pontos:
1- Essa fanfic se passa APÓS os acontecimentos do livro "TRONO DESTRUÍDO", a coletânea de contos que a Victoria publicou. Caso você tenha lido até "Tempestade de Guerra", não terá problemas. Agora, se você está em "Prisão do Rei" ou algum dos livros anteriores a esse, cuidado porque vai ser uma verdadeira chuva enlouquecida de spoilers.
2- A narrativa da fanfic é de minha autoria, mas os personagens são da obra A Rainha Vermelha da maravilhosa Victoria Aveyard.
3- Boa leitura!❤CHAMA ELÉTRICA
Mare
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.CERTO, EU NUNCA pensei que chegaria a esse ponto.
Mas também não posso dizer que acho ruim.
É meio estranho. Passamos a vida pensando na felicidade, desejando-a mesmo quando não há esperanças, e quando ela chega, parece que a qualquer momento tudo vai desmoronar.
Não sei se isso é natural de todo mundo ou se depois dos últimos anos e seus acontecimentos eu aprendi a inconscientemente desconfiar de tudo, até da felicidade.
Até alguns anos atrás, quando eu não passava de uma ladra em Palafitas, quando eu não fazia a menor ideia de que era uma sanguenova e muito menos sabia da existência da Guarda Escarlate, eu acreditava que meu futuro estava condenado à miséria. Iria para a Guerra interminável contra Lakeland e morreria por lá. Mas ainda assim, uma pontinha de esperança em mim existia e me permitia imaginar uma alternativa; ela me dizia que talvez eu conseguisse voltar da guerra ou começar a trabalhar e assim, não sairia de Palafitas. Me casaria com alguém — talvez Kilorn? Quem sabe eu aprendesse a amá-lo —, teria meus filhos e viveria miseravelmente como qualquer outra vermelha. Mas "viver miseravelmente" não significava necessariamente ser infeliz. Minha vida era assim naquela época e eu não me considerava infeliz. Tinha minha família, tinha Kilorn, tinha uma irritante esperança, eu beirava a felicidade. E, quem sabe, construindo minha vida por lá desse jeito, eu pudesse experimentar realmente a alegria.
Meu pai uma vez me disse que é cruel dar esperanças quando não se tem nenhuma. Crueldade ou não, eu sempre tive, sem perceber, um pouquinho de esperança em alguma coisa melhor, mesmo que fosse em Palafitas e sem perspectiva de uma vida confortável. Mesmo que eu não enxergasse, sempre acreditei na felicidade.
É estranho me lembrar da minha adolescência e das minhas ideias naquele período. Talvez meus devaneios com o futuro bom e miserável em que eu não morria na guerra fossem apenas um sonho que toda garota vermelha dessa idade naquela época tinha. Ou talvez eu só estivesse enlouquecidamente tentando fugir do pensamento da morte.
Mas a vida cortou toda e qualquer ideia para o futuro que eu tivesse e me levou por um caminho completamente imprevisível. Quem diria, uma vermelha capaz de comandar os raios? Era tão impossível quanto um Calore renunciar ao trono ou meu pai voltar a andar, mas cá estamos nós. Todos os dias algo impossível acontece.
E a tal felicidade que eu sonhava e fingia não sonhar, a que era impossível e ao mesmo tempo possível em algum ponto da minha cabeça, veio de verdade. Por pura idiotice minha, ainda tenho algum receio dela. É quase como se estivesse dentro de uma redoma de vidro finíssima e ao menor sopro de vento fosse ser destroçada.
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Chama Elétrica
RomanceA guerra não havia terminado por completo. Mare Barrow e Tiberias Calore sabiam muito bem disso, enquanto generais da Guarda Escarlate. O novo governo necessitava diretamente da ação da garota elétrica e do último Calore e ambos não mediam esforços...