14. Glass House

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– Você precisa ir, todo mundo quer você lá. – Johnny falou.

– Johnny, eu nem sou mais da equipe. – Falei, tentando terminar meu último trabalho da faculdade, finalmente estaria livre dela assim que esse trabalho fosse avaliado.

– Todo mundo quer você lá, Olivia, eles têm até uma surpresa para você. – Meu amigo insistia.

– Eu odeio surpresas, Johnny. – Disse irritada.

– Não foi minha culpa, eu falei para todo mundo que você odiava presentes, não é minha culpa.

– Eu acho melhor eu não ir, Johnny. – Falei mais uma vez.

– Ele não vai, Liv. – Ele diz, e eu não sabia se me sentia feliz ou triste com essa informação.

– Você tem certeza? – Perguntei o encarando.

– Ele me disse. – Falou. – Disse que se ele fosse você provavelmente não iria, e ele queria que você fosse.

Eu não sabia o que fazer com essa informação. Eu me sentia grata por ele ainda pensar em mim, mesmo que isso significasse definitivamente que eu não o veria mais, e eu não sabia o que sentia com o fato de nunca mais o ver. Eu ainda estava puta com ele, não poderia negar, mas estaria mentindo dizendo que não sentia nada por ele.

🥀

Eu sentia muita falta de todos da produção e dos atores também, então foi ótimo vir na festa de encerramento das filmagens. Colson cumpriu com o que disse e não estava presente. Quando a festa estava chegando ao fim, eu finalmente recebi a minha surpresa, era uma edição do livro The Dirt autografado por todos da banda e o primeiro pôster do filme autografado pelo elenco e com a assinatura de todos da equipe atrás. Eu passei a mão levemente sobre a assinatura de Colson, que dizia: "Você merece o mundo, com amor, Colson Baker XX."

– Vocês são incríveis. – Disse em tom de agradecimento.

– Você que foi incrível nessa produção toda. – Leo disse. – Fez muito além do necessário.

– A gente está muito feliz de ter trabalhado com você, Liv. – Douglas disse me dando um abraço. – Mas a gente não pode roubar os créditos do presente, foi ideia do Kells, mas ele não pôde vir.

– Obrigada, gente. – Disse para todos, eu não sabia como me sentir com tudo isso ter sido ideia do Colson. E sabia que ninguém ali sabia tudo o tinha acontecido entre a gente, a não ser Johnny, então realmente não queria parecer ingrata com tudo o que fizeram.

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Eu às vezes achava que era minimalista e não tinha muitas coisas, mas se tinha uma coisa que essa mudança estava provando o quão errada eu estava.

– Eu não aguento mais. – Disse me jogando na cama, que estava cheia de roupas que tinha separado para doação.

– Eu nem sabia que você tinha tanta roupa. – Mel falou me jogando uma camiseta para decidir se ia ficar com ela ou doar. – Por que só usa camiseta de banda se tem umas roupas tão lindas?

– Porque eu gosto de camisetas de banda, ué. – Falei decidindo doar a peça que ela tinha me passado, recebendo outra peça em seguida. Senti uma sensação estranha olhando para a peça, era a camiseta de Colson que usei quando passei a noite no hotel dele, eu não tinha devolvido.

– Que foi amiga? – Mel me perguntou.

– Essa roupa é do Colson. – Falei segurando a camiseta.

– Vai doar? – Perguntou me encarando.

– Não... Não sei. – Falei colocando a camiseta em uma das caixas da mudança. – Vamos encaixotar os livros, vai. – Disse me levantando e indo para a sala, onde ficava minha estante. Mas agora tudo o que podia pensar era todos os locais que ele esteve nesse apartamento.

Minhas HQ'S me faziam pensar nele, meu sofá me fazia pensar nele. Minha cozinha me fazia pensar nele, minha cama me fazia pensar nele. Respirei fundo e comecei a guardar minhas HQ'S, uma memória de cada vez.

Mel me ajudou com tudo, depois de doar a maioria das minhas coisas, eu fiquei apenas com o que era importante para mim, e sim, a camiseta e cueca de Colson estavam guardadas em alguma das caixas. Eu não consegui abrir mão dessa memória ainda.

🥀

– Eu não acredito que você está indo embora. – Johnny choramingou.

– Cala boca, Johnny, você vai arrumar um emprego em L.A. já já e vamos dividir apartamento. – Disse sorrindo.

– Mas eu não, sua vaca. – Melanie protestou.

– Mas você vai passar férias comigo. – Respondi.

– Não é a mesma coisa. – Falou fazendo biquinho.

– Eu sei amiga. – Disse a abraçando.

– Mas eu quero que você realize seus sonhos, mesmo que eu vá morrer de saudades. – Falou retribuindo meu abraço.

– Ei, você não vai morrer antes de ver meu nome como diretora em um filme indicado ao Oscar. – Falei rindo.

– Não mesmo, não vou perder a oportunidade de berrar aos quatro ventos que minha melhor amiga ganhou o Oscar de melhor filme e melhor diretora.

– E melhor roteiro. – Johnny acrescentou.

– Vocês me superestimam demais. – Falei sorrindo. – Eu amo vocês.

– A gente também te ama. – Disseram em uníssono.

Eu dei um último abraço nos meus amigos antes de entrar no carro, eu realmente sentiria muita falta, mas eu sabia que estava no caminho certo. Los Angeles prometia.

Nota da Autora: Gente esse é um capítulo curtinho só para encerrar a vida da Liv em Nova Orleans. Espero que gostem. Beijos.

The Dirt | Machine Gun KellyOnde histórias criam vida. Descubra agora