Parte 04

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Restaurante ou lanchonete perto., Percy falou, ele não podia estar mais errado.

Andamos tanto que fomos parar no Central Park e eu tinha quase certeza de que, antes da caminhada, estávamos relativamente longe dali mas estávamos tão envolvidos na nossa conversa que nem percebemos.

-Ali tem um café. - Percy apontou esquecendo que ele deveria segurar a garrafa de vinho, felizmente eu lembrei e agi rápido, infelizmente eu não pensei nas minhas ações e usei meu corpo pra segurar a garrafa, o que resultou em eu agarrando ele que nem uma maluca. - Se queria um abraço era só pedir. - Ele falou soltando uma risada nasalada e eu bufei segurando a garrafa contra o corpo dele.

-Você quase quebrou a garrafa de vinho, idiota! - Ele suspirou.

-Eu não aguento mais carregar isso, Annie! Vamos abrí-la ou não?

-Não podemos sair bebendo pela rua que nem dois alcoólatras. - Resmunguei. - Vamos para o café e pedimos pra deixar lá, voltarei pra buscar amanhã, quando comprei não tinha intenção de abrir mesmo.

-Você só quer ir até lá porque está com fome!

-Também, além disso você está me devendo um lanche. - Ele sorriu e assentiu.

-Você é quem manda.

-Nunca duvidei. - Estiquei a mão pra ele. - Agora me dá a garrafa, posso carregar daqui.

-Depois de eu ter feito todo o trabalho pesado, claro. - Enfiei a garrafa no meu casaco e a abracei, era uma boa desculpa para fugir do frio. A neve não caía mais, mas ainda assim o vento estava gelado. - A lanchonete fica de frente pro Central Park, podemos ir lá vê qual a atração desse ano!

-Percy, nós temos que voltar porque já são onze horas. - Ele olhou pro chão enfiando as mãos nos bolsos, me perguntei qual era o problema. - O que foi?

-Nada. - Ele forçou um sorriso enquanto eu levantava a sobrancelha.

-Te conheço muito bem pra saber quando tem algo errado.

-Talvez você não saiba exatamente tudo sobre mim. - Olhei pra ele com o cenho franzido.

-Cometeu um crime? - O mesmo soltou uma risada e negou com a cabeça. - Então o que?

-É complicado, Annie.

-Só se você não quiser falar. - Ele continuou quieto e eu parei na frente dele colocando a mão na frente do corpo dele o fazendo parar. - Nada do que você me disser vai fazer com que eu te veja de forma diferente.

Ele deu um passo pra frente, ficando mais próximo de mim.

-E talvez esse seja o meu maior problema: não conseguir fazer você me ver de outra forma. - Franzi o cenho sentindo meu coração acelerado.

-Percy... o que você quer dizer? - Meu coração batia tão rápido que eu fiquei com medo dele escutar.

Quando ele abriu a boca para dizer algo, uma voz ríspida falou atrás da gente:

-Vocês vão entrar ou não? - Olhei do homem para o Percy e depois para a entrada da lanchonete, nem tinha percebido que tínhamos chegado. Abracei a garrafa contra o meu corpo.

-Vamos sim, vem Annie. - Percy pegou minha mão livre e adentramos o local que fez com que eu soltasse um suspiro de alívio de tão quente e aconchegante que estava.

A lanchonete estava meio vazia, além de mim, do Percy e do homem ríspido, que entrou depois da gente, tinha uma senhora no balcão cantarolando, alguns casais conversando baixo e algumas famílias.

A (not so) Lonely Night - Percabeth ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora