Parecia que o clima estava de acordo com o humor de Maya, ela olhou por sua janela e o tempo estava fechado, a chuva fazia barulho quando as gotas batiam em sua janela, ela não queria ter que ir para a faculdade e encarar Ravi, agora ela realmente não sabia como agir, foi isso que ela temeu desde o início, por isso fugiu tanto
- My você vai comigo? - ela ouviu Hugo bater na porta
- sim... Já estou descendo - Maya pegou suas coisas e abriu a porta, ela ainda segurava sua xícara de café na mão, desceu tomando o restante dele e deixou a xícara na cozinha, foi para garagem onde Hugo já estava dentro do carro
- hoje o dia está uma merda - Hugo tecalmou - como foi a viagem com o Ravi?
- bom - Maya falou simplesmente
- bom? Aconteceu algo?
- sim... Mas não tô afim de falar - Maya pediu
- quando tiver, estou aqui
- obrigado - Maya suspirou
Ela entrou na sala e viu Ravi sentado no seu antigo lugar atrás dela, ele estava de óculos escuro e com fones no ouvido, Maya se ajeitou no seu lugar habitual e tentou não surtar com o fato de Ravi não querer falar com ela
- bom dia turma.... Ravi não estamos na praia, tire o óculos - o professor falou rindo
Maya olhou para trás por impulso e viu o olhos de Ravi cheio de olheiras, ela olhou novamente para frente fugindo daquele olhar triste
Depois da aulas Maya ia sair sem falar nada, mas Ravi a chamou
- precisamos falar sobre o trabalho - ele murmurou
- eu sei - Maya voltou a sentar
- podemos ir hoje pela tarde no asilo?
- sim... Você que sabe - Maya mal conseguia olhar para Ravi
- passo na tua casa umas três horas - ele levantou
- Ravi? - Maya segurou a mão dele
- o que?
- não quero perder sua amizade - ela olhou a mão deles unidas
- sinto muito - ele puxou a mão dele devagar e saiu da sala
Maya estava terminando de se arrumar quando ouviu seu celular tocar, ela olhou e viu a mensagem de Ravi
📱Tô aqui em baixo
📱Já estou indo
Maya soltou seu cabelo deixando ele bem volumoso, calçou seus tênis ALL star e pegou o moleton que Ravi tinha lhe dado. Quando ela entrou no carro viu o olha dele nela, ela sabia que estava vestida exatamente como ele gostava
- ainda quer terminar a sua entrevista? - Maya perguntou tentando puxar assunto
- não... Não vai fazer diferença, já temos mais de seis entrevistas
- tá bom - Maya pegou seu celular e ficou olhando, ela não sabia o que falar
Os dois andaram juntos pelo asilo, a maioria dos idosos ali eram viúvos ou os filhos os colocaram ali por não ter tempo ou desejo de cuidar dos pais
- boa tarde, posso ajudar? - a moça que ficava na entrada no asilo perguntou
- sim, me chamo Maya e esse e o Ravi, estamos fazendo um trabalho para nosso curso de antropologia, estamos estrevistando algumas pessoas perguntando sobre um tema que está sendo falado na internet, e queríamos entrevistar pessoas mais velhas que já viveram muito - Maya tentou explicar - será que algum deles toparia?
- aposto que sim, podem ir até o jardim eles estão lá
- obrigado - Maya e Ravi falaram juntos
Não foi tão difícil convencer alguns deles a falar, todos tínhamos histórias pra contar, Maya escolheu um senhor e Ravi a senhora, de cada vez eles começaram a falar
- (1) qual seu nome e quantos anos você tem?
- Anna Lúcia Sodré, tenho 73 anos
- (2) já ouviu falar da teoria dos três amores?
- não minha filha - a senhora riu
- vou te explicar - Maya falou sobre cada um dos três amores - (3) acredita nela? - Maya perguntou depois de explicar
- ah, sim e uma boa teoria
- (4) já teve algum deles?
- sim, todos
- (5) pode falar deles? - Maya perguntou
- bom... Eu não me lembro muito, mas aos 15 anos me apaixonei por um primo meu, foi um amor platônico, depois dele teve um rapaz com quem meus pais queria me fazer casar, mas ele era péssimo, ficamos noivos por uns 2 anos e ele achava que quando casassemos seria empregada dele - Lúcia riu divertida - eu cancelei o casamento uma semana antes quando o vi com uma velha amiga - Ravi e maya se enteolharam e riram - um tempo depois conheci Antônio, nós éramos grandes amigos, todos falavam que formavamos um lindo casal, até namoramos, mas eu estava magoada e com raiva então não queria saber do amor, ele cansou de ser só meu amigo então me deu um ultimato, e eu disse não... Uns meses depois ele casou com outra pessoa, eu me arrependo a cada dia de ter dito não a ele, por que nunca mais pude sentir o que ele me fez sentir naqueles poucos meses
- (6) você acredita no amor?
- sim... Eu acredito, tive um e o joguei fora
- (7) e o que o amor pra você?
- o amor é.... Conhecer tanto alguém que ela nem precisa falar nada... E ficar horas em um lugar com ela e não ser chato... O amor é... - a senhora derramou uma lágrima - sentir a dor do outro de um modo que parece que ela e sua
- (8) você quer um amor pra vida toda ou já teve um?
- eu tive um e o perdi por orgulho
- (9) pode falar sobre seu ponto de vista?
- veja vocês, me fazem lembrar de mim e do meu querido Antônio, jovens cheio de vigor... Mas por algum motivo não estão juntos - nem Maya nem Ravi comentou nada
- (10) se pudesse escolher uma pessoa pra envelhecer quem seria?
- sério Antônio... Nem sei se ele está vivo... Mas seria ele
- muito obrigado por falar sobre seus amores para nós - Maya murmurou
- de nada... Fico muito feliz... Quando tiver tudo pronto vocês voltam para mostrar?
- claro - Ravi responde - será um prazer... Muito obrigado
- não por isso... Menina, me ajuda a voltar lá para dentro? - Lucia pediu, Maya olhou para Ravi
- vai, vou levar isso pro carro e te espero lá
- tá bom - Maya levantou e ofereceu a mão para Lúcia
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A teoria de Maya
RomantiekMaya e uma garotas que não acredita no amor, depois do divórcio ndos pais ela passou a ver a vida de um modo diferente, ela criou um mundo de teorias para tudo apesar de amar sua família Maya não acredita que o amor de "casal" exista, mas você achar...