Shangai, China — 12 de abril de 2019
A cabeça de Max estava pior que um tsunami e um furacão juntos. De tantas coisas que podia pensar, a sua mente girava apenas em torno de uma pessoa: Nara. O que era aquilo que ele sentia dentro de si? Era uma mistura de sentimentos que não conseguia identificar, mas o seu coração ardia fortemente. Luís de Camões tinha razão quando dizia: "O amor é fogo que arde sem se ver" e Max, nunca pensou que uma simples frase de um poeta do século XVI pudesse descrever tão bem o que sentia.
Passou a noite inteira a pensar se deixar a Nara sozinha no quarto do hotel era o mais correto e não era certamente uma decisão precipitada, mas sim como se tivesse fugido dela. Pensou até em inventar uma desculpa para Christian Horner, dizer que estava "doente" e que não conseguia sair da cama, mas sabia que isso só traria mais problemas. Não era a primeira vez que se sentia assim, mas nunca tinha sido tão avassalador, desta vez, não havia escapatória.
— Max? Max? – Pierre Gasly interrompe os seus pensamentos com uma palmada no ombro. – Está tudo bem?
— Não, Pierre, está tudo uma merda. – responde com uma honestidade brutal. – Estou mais fodido do que nunca. Não tenho paciência para correr hoje e vou já tratar disso. – Max respira fundo, tentando acalmar-se, mas sem sucesso. As mãos tremiam-lhe enquanto as passava pelos cabelos, um sinal óbvio do seu nervosismo.
Pierre olhou-o com preocupação, percebendo que algo estava seriamente errado.
— Max, tens de ter calma, por favor – o francês pede, com a voz calma e ponderada. – Pensa bem antes de fazeres algo de que te possas arrepender.
Max ignorou o aviso do amigo e dirigiu-se diretamente a Christian Horner. Sabia que a conversa que estava prestes a ter não ia ser nada agradável, mas estava disposto a enfrentar as consequências.
— Christian! – o neerlandês chama pelo chefe de equipa, que se virou de imediato, olhando-o com uma expressão interrogativa. – Eu não vou correr hoje.
— Como assim tu não vais correr hoje? – Christian franze o sobrolho, cruzando os braços. Era visível a sua irritação crescente. – Explica-te.
— Não estou com cabeça para isto hoje, ponto final. – Max murmura, mal conseguindo controlar a frustração na sua voz. – Estou todo fodido, não consigo concentrar-me.
Christian levanta a mão, apontando um dedo acusador para Max. — Não me interessa o que se passa contigo, vais ter de correr. Esta é a minha equipa e quem manda aqui sou eu.
— Foda-se, Christian, quem ainda conduz o carro sou eu, e não tu! – grita, estalando os dedos em frustração.
Antes que Christian pudesse responder, Max virou-lhe as costas e começou a correr, saindo rapidamente da garagem da equipa. Não conseguia mais lidar com aquilo, era como se tudo estivesse a desmoronar-se ao seu redor. Os seus passos ecoavam pelo paddock, mas a sua mente estava num turbilhão de emoções e ninguém, nem mesmo ele, conseguia perceber o que se passava. Afinal, Max Verstappen era conhecido por ser destemido, sem medo de enfrentar desafios. No entanto, neste momento, ele não conseguia controlar as lágrimas que insistiam em cair.
Correu pelas ruas como se fosse o único ser humano no mundo. O seu macacão de corrida ainda colado ao corpo e o chapéu a proteger-lhe o rosto. As pessoas olhavam com espanto, algumas tiravam fotografias, mas Max não queria saber. Queria apenas desaparecer, queria que todos o deixassem em paz.
Chegou ao hotel em minutos com o coração a bater descontroladamente. Subiu as escadas com pressa e os seus pés quase tropeçavam nos degraus. Chegou finalmente ao quarto e quando abriu a porta com violência, foi recebido por um silêncio incomodativo. Nara não estava lá.
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It's Not Over | Max Verstappen (A reescrever)
Fanfiction« Amar é arriscar tudo sem garantia alguma, apenas com a fé de que no amor nós cumprimos. Amar é desprender-se e prender-se, abrir-se e abandonar-se à vontade de ser feliz. » Na Coreia do Norte, um dos países mais fechados e opressivos do mundo, mil...