𝟎𝟒. Starry Night

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Shangai, China14 de abril de 2019

O Grande Prémio da China tinha finalmente chegado ao fim e Max pôde marcar mais um visto na sua agenda por mais uma semana de correria estar concluída. A corrida fora estável, mas o piloto acabara em 4º lugar, algo que claro, não o agradou minimamente. Para Max Verstappen, qualquer coisa menos a vitória era sempre insuficiente, chegar a casa de mãos a abanar não fazia parte dos seus objetivos.

O próximo Grande Prémio seria a 28 de abril, em Baku, no Azerbaijão. Com alguns dias livres, Max decidiu ficar na China para ajudar Nara. Para ele, existia algo que, de momento, sabia ser mais importante do que as suas ambições nas pistas, garantir que Nara estivesse segura e longe das ameaças que a perseguiam.

Depois de um exaustivo domingo, tudo o que Max queria era chegar ao hotel, tomar um banho quente, atirar-se para a cama e dormir. Mal teve tempo para processar a corrida. Sabia que devia estar focado nos próximos desafios, mas involuntariamente, sua mente estava em Nara.

Quando entrou no quarto de hotel, foi surpreendido ao ver a norte-coreana sentada silenciosamente na cama, com os olhos fixos no céu estrelado. Parecia completamente alheia à sua presença até que ele se aproximou e sem uma palavra, sentou-se no chão ao lado dela. O cansaço da corrida parecia desaparecer ao vê-la tão tranquila. Por alguns momentos, Max esqueceu completamente o dia frustrante que tinha tido.

Nara virou-se para o piloto para tentar estudar o seu rosto. Embora não falasse inglês ou neerlandês, conseguia perceber que algo o atormentava. A sua expressão estava carregada, como se carregasse o peso do mundo nos ombros. Queria perguntar-lhe o que se passava, mas as palavras escapavam-lhe, a barreira da língua era uma prisão invisível que não a permitia expressar o que queria.

O neerlandês, ao perceber o olhar de Nara, suspirou profundamente. Sem dizer nada, levantou-se e tirou a camisola, indiferente ao facto de ela estar ao seu lado. Foi até à janela e continuou a olhar para as estrelas, como se procurasse respostas que o céu jamais o ia dar. O brilho da lua refletia-se nos seus olhos cansados, mas a inquietação dentro de si era impossível de acalmar.

Nara, sentindo que aquele era o momento certo para mostrar que estava ao lado dele, mesmo sem partilharem uma língua comum, levantou-se da cama com delicadeza e durante alguns segundos, hesitou. Perguntou-se se o que ia fazer era apropriado, mas decidiu seguir o seu instinto. Aproximou-se lentamente e com uma suavidade tímida, abraçou os ombros nus de Max.

O piloto ficou imóvel, surpreendido, mas não a afastou. Pelo contrário, fechou os olhos e deixou-se envolver pelo toque leve e reconfortante dela. Aquele gesto silencioso falava mais do que quaisquer palavras que poderiam dizer. O abraço de Nara transmitia compreensão e apoio, algo que ele não sabia que precisava até ao momento em que o recebeu.

Após alguns minutos, Max saiu do transe que parecia ter mergulhado. Virou-se lentamente para a norte-coreana e os seus olhos encontraram os dela, que brilhavam sob a luz da lua, parecendo diamantes. Ela olhava-o com uma doçura que o detonou por completo. Era um olhar cheio de curiosidade e cuidado, como se estivesse a tentar decifrar cada parte do seu ser.

Com algum nervosismo, Max hesitou antes de pegar em Nara ao colo. Ela não resistiu e as suas mãos delicadas pousaram no peito nu dele, os seus dedos finos a tremerem ligeiramente. Nara, não estando habituada a qualquer tipo de proximidade física devido à rigidez cultural do seu país e por isso corou com o gesto. As suas bochechas adquiriram um tom vermelho intenso, mas rapidamente recuperou a compostura. Encostou a cabeça ao ombro de Max, deixando-se embalar pela segurança que ele lhe transmitia.

O neerlandês manteve-a nos seus braços por longos minutos, sem se preocupar com o tempo. Sentia-se nas nuvens com os pequenos círculos que Nara desenhava com o dedo indicador no seu peito, como se aquele simples gesto tivesse o poder de apaziguar o tumulto que atormentava a cabeça dele. Era impossível negar o quanto o seu toque o acalmava e pela primeira vez em muito tempo, Max sentia que podia confiar em alguém de forma plena.

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⏰ Última atualização: Oct 16 ⏰

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It's Not Over | Max Verstappen (A reescrever)Onde histórias criam vida. Descubra agora