Marry Me

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Há certas coisas na vida que podem quebrar seu coração de maneiras irreparáveis. Aqueles que te amam, vão tentar te salvar, te abraçar, te apoiar. Mas não existe cola mágica para isso, nenhuma fita dourada, nenhum concerto perfeito para recompor você. Isso muda de uma forma que não pode ser reparado.

E a maior verdade, é que muitas vezes não deveria ser.

Além dos sete dias que Lindsay ganhou de atestado, ela pediu outra folga do trabalho. Fisicamente, ela estava bem, mas psicologicamente era outra história. Alguns dias ela e Jay conversavam, brincavam e outros não chegavam a trocar cinco palavras no dia.

O detetive tentou de todas as maneiras estar 100% ao lado da namorada, mas a mesma o empurrava na maioria das vezes.

Alguns dias antes do Natal, Jay cogitou a ideia de levá-la a sua Cabana em Wisconsin, lugar o qual a alguns anos atrás o ajudou a se recuperar. O moreno pensou que talvez pudesse ter o mesmo efeito com ela, mas logo desistiu quando eles entraram no terceiro dia sem trocar dez palavras.

Halstead estava exausto. Exausto de se sentir inútil, de ver o amor de sua vida sofrer e não poder fazer nada, exausto de se sentir culpado. Então evitando que ele surtasse durante o café da manhã em casa, ele saiu bem cedo em direção ao trabalho.

Como nos últimos dias, ele foi o primeiro detetive a chegar na Unidade, depois de Voight, é claro. Ele acenou para o chefe que estava com a porta do escritório aberta e foi direto para sua mesa, se enfiando em suas  pilhas de papéis.

— Halstead, meu escritório. — ele ouviu o chefe gritar, alguns minutos depois.

— Sim, senhor? — ele disse parando na porta, nem um minuto depois.

— Sente-se. — mandou o sargento apontando para a cadeira em frente a sua mesa.

Jay fez o que ele pediu e levantou uma sobrancelha. — Aconteceu algo sargento?

— Erin tem evitado minhas ligações e mensagens. Você é o primeiro a chegar e o último a sair. Então, eu que pergunto. O que tem acontecido?

— Uh, com todo respeito. Não cabe a mim contar a você. — disse Jay, enquanto balança a cabeça.

— Um de vocês tem que me contar, não me importo com sua lealdade a Erin nesse momento. — o homem mais velho cruzou os braços.

Jay coçou a nuca e olhou bem baixo, voltando a olhar o sargento em seguida. — Erin estava grávida alguns dias antes do Dia de Ação de Graças, mas então acordamos uma noite e...

— E ela estava tendo um aborto. — concluiu Voight.

— Sim. Fomos para o hospital, mas você sabe.. Não havia mais nada que pudéssemos fazer. — Jay suspirou, com a voz embargada. — Erin tem estado distante desde então. Nós não fazíamos ideia de que ela estava grávida. Não sei se algum dia vou voltar a ter minha Erin de volta. — ele chorou.

Voight nunca imaginou ver o jovem detetive chorar, mas pela primeira vez ele viu lágrimas escorrerem do rosto dele. — Jay, eu sinto muito que vocês tenham passado por essa experiência. — ele falou. — Não sei se Erin já contou isso a você, mas quando Camille era viva, inúmeras vezes acordamos a noite com a cama ensangüentada depois de um dia sonhando como seria nossos filhos. — ele bateu na mesa com uma caneta. — Então da última vez tivemos gêmeos. Apenas Justin sobreviveu. — ele deu um leve sorriso. — Todas as vezes, achei que Camille não fosse se reerguer, mas estar ao lado dela ajudava de todas as formas. Esse é o único conselho que posso dar a você. Não saia do lado de Erin, mesmo que não demonstre, nos dois sabemos que ela precisa de você mais do que qualquer coisa.

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