Problemas...e mais problemas

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Muitas vezes, quando queremos escrever um livro, nós começamos com a ideia de que basta ter criatividade e escrever bem.

Se for um livro de fantasia, existe até a possibilidade da coisa ir por aí, sim.

Mas normalmente não.
Principalmente quando se trata de um livro real, você não pode simplesmente ignorar todas as leis jurídicas, físicas e sociais que existem.

Perdi as contas de quantas vezes precisei passar muito tempo na internet, buscando informações reais sobre o que seria possível ou não acontecer na minha estória e, acredite, eu ainda falho muito.

Precisei buscar termos técnicos e médicos, o que seria ou não correto nas leis, a vida entre os agrônomos, meu Deus, só Ele sabe.
O que importa é que eu sobrevivi e gosto do livro como ele está.

Os problemas que me perturbam é algo mais pessoal. Da primeira vez que escrevi... eu não vi problemas em colocar as vilãs sendo as mães, mulheres, e os pais sendo os bonzinhos, que se saíram bem no final.

Mas quando reescrevi a estória, isso me incomodou, e muito.
Por que os dois pais de Bea precisavam ser os bonzinhos? Por que as mulheres não valiam a pena, por que, diabos, Natalie teria mentido um estupro?

Meu Deus, quando me dei conta disso com a mentalidade que tenho hoje, fiquei em choque. Como tive coragem de desvalidar a palavra de uma mulher em um assunto tão sério?

Acredite, eu tentei e tentei fazer com que isso fosse diferente, mas todas às vezes que mudei as variáveis, o resultado dava algo muito distante do fim que eu já havia planejado. Não dava. Quando reescrevi, dei o meu máximo pra suavizar a situação, e agradeça por não terem lido o show de horrores que foi tudo que escrevi na primeira vez.

Tendo isso em conta, também mudei algumas coisas. Beatrice era vegana, e estava nítido que aos treze anos eu não fazia ideia do que era o veganismo de verdade. Decidi transferir para vegetariana. Decidi aumentar um ano, pois na primeira edição ela teve seus filhos aos dezessete. Sim, filhos. Eu tinha colocado gêmeos para Beatrice e Joe, mas ao reescrever, achei simplesmente bizarro. De cem casais nos livros, setenta possuem gêmeos, e cá entre nós, isso não é tão comum assim, né?

Enfim, não estou julgando outros livros. Mas decidi tirar isso do meu.

Por fim, devo ressaltar a maior mudança de todas.

Na primeira edição, Lucien havia sobrevivido ao ataque e sua morte foi apenas um truque para distrair seus assassinos e perseguidores. Mas isso tem consequências muito maiores, né?

Deixaremos para outro capítulo.
Beijos.

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